Caixa divulga calendário para desbloqueio do auxílio emergencial nas agências

Em caso de bloqueio por fraude, os clientes terão que ir às agências da Caixa; já as inconsistências cadastrais podem ser resolvidas via Caixa TEM

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – A partir desta quinta-feira (23), os trabalhadores que tiveram o auxílio emergencial bloqueado devido a fraudes devem seguir o calendário definido pela Caixa para comprovar sua identidade e liberar os valores. As orientações foram dadas na tarde desta terça-feira (22) pelo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

Os clientes nessa situação devem seguir um novo calendário e somente ir à agência, com o documento original em mãos, a partir da data indicada no mês de aniversário*. “Queremos evitar aglomerações nas filas. Não adianta liberar o cadastro, se o depósito do dinheiro será feito mais para frente”, disse o executivo.

Veja as datas para desbloqueio de contas:

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Mes de aniversário Data para os desbloqueios
Janeiro, fevereiro e março até 24 de julho
Abril e maio de 27 a 31 de julho
Junho e julho de 3 a 7 de agosto
Agosto, setembro e outubro de 10 a 14 de agosto
Novembro e dezembro de 17 a 21 de agosto

Apesar da separação em intervalos de datas, a Caixa diz que é meramente uma forma de organização para evitar filas e que nenhum trabalhador perde o direito do benefício, se solicitar o desbloqueio após seu respectivo período informado. Por outro lado, se a pessoa for à agência antes da liberação do seu mês de aniversário, não será possível fazer o procedimento.

Na terça-feira (21), Guimarães havia informado, em entrevista ao InfoMoney, que dos pouco mais de 65 milhões de brasileiros que já receberam o auxílio, 5% foram bloqueados pelo banco por fraude, ou cerca de 3 milhões de pessoas.

Na coletiva de imprensa desta quarta-feira, ele disse que a Caixa separou as contas bloqueadas em dois grupos: contas com fraude comprovada ou com suspeita; e um segundo grupo, com contas que não têm indícios de golpe, mas que apresentam “inconsistências cadastrais”, ou seja, algum tipo de contradição nas informações apresentadas.

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“Precisamos combater a fraude no pagamento do auxilio. É algo muito grave e estamos investigando. Realizamos os bloqueios e 51% dessas contas são de trabalhadores que precisarão ir às agências para fazer o desbloqueio. Com o segundo grupo, que não apresenta indícios de fraude de maneira clara, mas tem inconsistências, o procedimento será digital”, explica.

No caso das pessoas que se enquadram no segundo grupo, será necessário enviar a documentação novamente para efetivar o cadastro, por meio do aplicativo Caixa TEM. Uma mensagem dentro do aplicativo indicará a necessidade de enviar os documentos que faltam por meio do WhatsApp.

“Fundamental frisar que isso [a mensagem pedindo documentação] só vale para o aplicativo do Caixa TEM. Nenhum outro app tem validade nesse processo. Relevante isso para evitar qualquer tipo de envio de documentação para qualquer pessoa que não seja efetivamente do banco”, diz.

O objetivo é agilizar a resolução desse problema, segundo Guimarães, que complementou dizendo que o banco possui o número exato de CPFs bloqueados por estado, mas que ainda não revelará os dados para evitar interferências na investigação dos casos em curso.

Confira as mensagens que os trabalhadores vão receber em cada caso dentro do app Caixa TEM: 

Investigação

O Ministério da Cidadania informou em nota que enviou à Caixa 1.303.127 CPFs para bloqueio e investigação de possíveis fraudes. “Não é possível ainda afirmar que esses CPFs sejam considerados cancelados ou inelegíveis para receber o benefício. Qualquer indício de ilegalidade é imediatamente informado à Polícia Federal e os pagamentos são suspensos”, diz a nota.

Mas Guimarães explicou que há uma diferença entre as fraudes identificadas pela pasta da Cidadania e pela Caixa. “São dois tipos de fraudes. As que o ministério identifica são fraudes de cadastro e em relação a isso a Caixa apenas acata a decisão e não se envolve porque não temos acesso à essa base de dados. Esse tipo de fraude está fora da gestão da Caixa”, explica.

Ele reitera que a Caixa investiga fraudes operacionais, que envolvem a criação de contas que desviam o dinheiro da pessoa que teria direito a receber o valor.

Filas

Um dos problemas que marcou o processo de pagamento do auxílio emergencial foi o excesso de filas nas agências – que geraram aglomeração durante a pandemia. Ainda que isso tenha acontecido principalmente no início dos pagamentos, por causa da confusão gerada com os calendários, nesta semana há relatos de aumento das filas novamente.

“Houve filas e queremos minimizá-las. Elas são esporádicas e incomparáveis com o que aconteceu no início do pagamento. Importante lembrar que as pessoas devem ir às agências de acordo com o calendário do auxílio”, reiterou o presidente.

*Matéria atualizada às 16h30 de 13/07/2020: a Caixa havia informado apenas que os desbloqueios seguiriam o calendário por data de aniversário do auxílio emergencial. Nesta quinta-feira (23), no entanto, o banco divulgou uma atualização com um novo calendário que não coincide perfeitamente com as datas de depósito do benefício.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.