Atos antivacina criam ‘cenas de guerra’ na Bélgica; na Espanha e EUA protestos ligam imunização à ditadura

Em Washington, manifestantes seguravam cartazes que diziam: "As vacinas são armas biológicas de matança em massa" e "Trump venceu"

Equipe InfoMoney

Polícia belga

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Protestos contra a exigência da vacina da Covid-19, no momento em que os indicadores da pandemia só pioram devido à presença da ômicron, tomaram as ruas de Bruxelas, capital da Bélgica; de Barcelona, na Espanha; e de Washington, a capital dos Estados Unidos, neste domingo (23).

Os manifestantes se opõem às restrições impostas pelo governo a quem não se imunizou — a maioria das nações vem exigindo o comprovante de vacinação para o acesso a bares, restaurantes e cinemas.

Em Bruxelas, a polícia belga precisou disparar canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes perto da sede da Comissão Europeia. O protesto reuniu cerca de 50 mil pessoas, segundo os organizadores do ato.

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Embora a Bélgica tenha anunciado uma leve flexibilização das restrições ao coronavírus na última sexta(21), apesar de infecções recordes, o governo também disse que as pessoas devem tomar doses de reforço após cinco meses para manter os passes de Covid-19 que lhes permitem acessar bares e cinemas.

Os passes, obrigatórios para quem deseja entrar em um restaurante, museu ou muitos outros espaços públicos, provocaram forte oposição entre alguns belgas.

Em cenas que lembram confrontos semelhantes em novembro passado, quando cerca de 35 mil manifestantes participaram de manifestações que começaram pacificamente, mas depois se tornaram violentas, algumas ruas da capital belga logo ficaram cheias de gás lacrimogêneo neste domingo.

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O prédio que abriga o serviço diplomático europeu e uma lanchonete foram arrombados, disse uma testemunha à Reuters.

No centro de Barcelona, os manifestantes trajavam fantasias e agitavam faixas com dizeres como: “Não é uma pandemia, é uma ditadura”, enquanto marchavam contra as restrições impostas pelas autoridades para conter a pandemia no país.

Entre os participantes estavam pessoas que rejeitam vacinas e aquelas que negam a existência ou a gravidade do vírus. O ato reuniu cerca de 1.100 pessoas, segundo estimativa da polícia.

A Espanha, país de 47 milhões de pessoas, acumula mais de 9 milhões de casos de coronavírus. Quase 92 mil pessoas morreram no país por causa do coronavírus desde o início da pandemia.

Em Washington, milhares de manifestantes antivacina se reuniram — muitos sem máscara — com cartazes que diziam: “As vacinas são armas biológicas de matança em massa” e “Trump venceu”.

Os organizadores estimaram que 20 mil pessoas compareceram ao ato.

Vacina obrigatória

A Áustria se tornará o primeiro país da União Europeia a obrigar seus cidadãos a se vacinarem contra o coronavírus. O Parlamento do país aprovou, por 137 votos a favor e 33 contrários, a obrigatoriedade de vacinação na última quinta (20). A medida entrará em vigor no dia 4 de fevereiro e valerá para todas as pessoas maiores de 18 anos.

Só estará isento aqueles que comprovarem questões médicas que impeçam a imunização. As multas por não se vacinar podem chegar até 3,6 mil euros (cerca de R$ 22 mil).

Além da Áustria, outras nações do bloco, como a Itália, por exemplo, obriga a vacinação de uma parte da população ou de setores profissionais específicos.

A Alemanha caminha para a mesma medida devido à aceleração das infecções por ômicron — por lá, a obrigatoriedade da vacinação pode ser implantada entre abril e maio.

Com informações de Reuters e Ansa.