Após 16 meses, preço da carne no país cai em outubro; alta acumulada no ano ainda atinge 22%

Redução aparece em pesquisa do IPCA-15, considerado como a prévia da inflação oficial; 6 cortes tiveram alta neste mês, com maior avanço da picanha (2,88%)

Dhiego Maia

Bandeja de carne vermelha (Shutterstock)

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GONÇALVES (MG) – Os preços da carne caíram no país em outubro, segundo dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) divulgados nesta terça-feira (26) pelo IBGE.

Em outubro, os preços da carne registraram queda de 0,31% —os 16 meses anteriores foram de alta. A última redução do produto, segundo a pesquisa, ocorreu em maio do ano passado, com -1,33%.

Apesar disso, as carnes acumulam alta de 22,06% ao longo dos últimos 12 meses. No ano, com dados até outubro, a inflação prévia sobre o produto é de 10,27%.

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Economistas sinalizam que a queda nos preços neste mês pode ser um primeiro reflexo da suspensão das exportações das carnes produzidas no país para o mercado chinês.

A China, grande importadora de carne brasileira, suspendeu as compras após o registro de dois casos de vaca louca em setembro. Sem os embarques para o país asiático, uma quantidade maior do produto vem sendo consumido no mercado interno, o que torna o preço menor.

De 18 cortes que compõem o grupo de carnes pesquisadas no IPCA-15, 12 sofreram baixa nos preços neste mês —a maior queda ocorreu na capa de filé (-1,83%). Seis cortes tiveram alta, com maior avanço da picanha (2,88%).

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O IPCA-15 geral de outubro teve alta de 1,20% frente setembro, sendo a maior variação para o mês desde 1995 (1,34%), e a maior variação mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%).

Menos carne na mesa

O impacto da inflação e do desemprego tirou a carne da mesa do brasileiro ao longo da pandemia de Covid-19.

Em várias regiões do país, o que tem sido consumido são partes menos nobres —até ossos e vísceras têm motivado filas de pessoas em açougues pelos itens que, antes da crise, eram descartados.

Supermercados também foram flagrados em práticas abusivas nas vendas do produto. Em uma unidade do Extra, do Jardim Ângela, na periferia da zona sul de São Paulo, o consumidor só tinha acesso à bandeja vazia com o preço do produto, que só era entregue após o pagamento.

Segundo o Procon-SP, denúncias encaminhadas também relatam que peças de carnes passaram a ficar presas dentro de redes de proteção e até conectadas a alarmes.

As unidades supermercadistas não admitem que as medidas foram colocadas em prática para coibir furtos. Disseram apenas que os casos relatados tratam-se de uma falha pontual nos procedimentos. O Procon-SP diz que apura todas as ocorrências.

Leia também: Por que o preço da carne subiu? E quando vai baixar? CEO da Marfrig explica

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Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.