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Com as ações brasileiras renovando máximas históricas em 2025 e com o Ibovespa cada vez mais perto de chegar ao patamar psicológico recorde dos 150 mil pontos, a XP Investimentos destacou em relatório os principais fatores por trás desse desempenho, e concluindo que o rali de Brasil tem sido predominantemente impulsionado por fatores globais, em vez de domésticos. Assim, a visão é de que as ações brasileiras são um caso de “trade global”.
Os Emergentes estão superando as ações dos EUA em 2025. No acumulado do ano, o MSCI EM sobe 33,6%, enquanto o MSCI LatAm avança 45,0%. Em contrapartida, o S&P 500 e o Nasdaq apresentam performance inferior, com altas de 16,3% e 23,1%, respectivamente.
No caso do Ibovespa, o índice sobe 24,5% em reais no ano e 42,7% em dólares. Embora boa parte do debate ao longo de 2025 tenha se concentrado nos fatores domésticos que poderiam explicar essa alta, os estrategistas acreditam que os vetores locais tiveram um papel apenas limitado nesse movimento.
Essa visão é sustentada por três principais razões: (i) o desempenho do Brasil está amplamente em linha com o de outros mercados emergentes e latino-americanos em 2025; (ii) até o final de setembro, praticamente todo o retorno do Ibovespa foi explicado pela expansão de múltiplos, enquanto o crescimento de lucros apresentou contribuição negativa para o retorno do índice; e (iii) essa expansão de múltiplos não foi acompanhada por uma queda nas taxas de juros reais de longo prazo, que permaneceram elevadas, resultando em uma compressão do prêmio de risco de ações.
Além disso, embora as expectativas de início do ciclo de afrouxamento monetário doméstico tenham contribuído para o rali de Brasil, o desempenho das ações brasileiras sob o atual regime de juros ainda está abaixo das médias históricas, reforçando que os fatores locais tiveram influência modesta sobre os retornos até o momento.
Os investidores estrangeiros acumularam entradas líquidas de R$ 25,1 bilhões em 2025 e têm sido a principal força de sustentação do Ibovespa, com períodos de saídas de fluxos estrangeiros geralmente coincidindo com movimentos de correção do índice, aponta a XP.
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As principais razões por trás desse otimismo são: i) o ciclo de cortes de juros do Fed e a fraqueza do dólar, que impulsionam o trade em emergentes; ii) a percepção de taxas de juros próximas ao pico no Brasil; iii) a escassez de alternativas atrativas em outros mercados emergentes; e iv) fundamentos sólidos das empresas brasileiras.
Olhando para frente, a XP está construtiva com as ações brasileiras e mantém a estimativa de valor justo do Ibovespa para 170 mil pontos para 2026, um avanço de 13,7% em relação ao fechamento de outubro.
O otimismo ocorre devido a i) o novo regime macro com o fim do ciclo de contração monetária e uma inflação desacelerando; e ii) a proximidade das eleições de 2026, que tende a trazer maior volatilidade e interesse em ações.
