XP revisa projeção para o Ibovespa e prevê índice aos 123 mil pontos em meados de 2022

Risco fiscal com possível ruptura do teto de gastos públicos teve influência para as novas projeções dos estrategistas

Mitchel Diniz

(Getty Images)

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SÃO PAULO – A XP Investimentos revisou as suas expectativas do Ibovespa para 123 mil pontos em meados de 2022. A projeção anterior era de 130 mil pontos para o ano de 2021. Em relatório, os estrategistas Fernando Ferreira e Jennie Li afirmam que cenário interno em outubro se deteriorou ainda mais com os sinais de que o teto de gastos está sendo flexibilizado, o que faz o mercado reagir de forma negativa.

“O Brasil parece estar caminhando rapidamente para o velho equilíbrio macroeconômico: mais gastos, inflação mais alta e taxas de juros mais altas. Como resultado, as ações permanecem sob muita pressão”, diz o texto do relatório. Para os estrategistas, a preocupação agora é que os gastos públicos extrapolem o previsto pela flexibilização do teto.

“Eventos como esses indicam um enfraquecimento do atual quadro fiscal do país, uma vez que a regra do teto de gastos, principal âncora para o controle dos gastos públicos, não será muito eficaz daqui para a frente”, afirmam. A XP também revisou para baixo as projeções do PIB de 2021, de 5,3% para 5%; e de 2022, de 1,3% para 0,8%. Já as previsões para a inflação subiram de 9% para 9,5% em 2021 e de 3,9% para 5,2% em 2022.

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Fernando Ferreira e Jennie Li observam que as ações brasileiras tiveram, em outubro, “seu pior desempenho mensal neste ano e continuaram a apresentar desempenho inferior ao de seus pares internacionais”.

Os estrategistas também destacam a reação da curva de juros, cujas taxas subiram “significativamente”, reagindo ao aumento da inflação. Ferreira e Jennie explicam que o aumento dos juros no longo prazo afetam a Bolsa de formas distintas. As taxas elevadas aumentam os custos de capital das empresas, principalmente daquelas em crescimento. Juros mais altos também aumentam o custo da dívida das empresas, impactando também perspectivas de lucros.

Isso sem falar na competição com os ativos de renda fixa, que ficam mais rentáveis a medida que os juros vão subindo. “Taxas mais altas também são um detrator do consumo, especialmente agora que o endividamento das famílias brasileiras está em níveis recordes, de 60%”, afirmam os estrategistas.

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De acordo como relatório da XP, o Ibovespa continua barato em relação à sua média de 15 anos, mas não tanto ao avaliar os múltiplos do índice sem contar com empresas produtoras de commodities (matérias-primas).

“Momentos de crise como o atual exigem que tenhamos cautela – com controle de exposição a risco e diversificação – mas também que possamos olhar para eles pelas oportunidades que nos trazem de fazer bons investimentos a preços mais atrativos”, concluem os estrategistas.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados