XP recomenda compra para d1000 (DMVF3) e vê potencial para que a ação dobre de valor até o fim de 2021

Segundo a XP, a recomendação se deve às melhorias operacionais da empresa, principalmente das bandeiras Drogasmil e Rosário

Lara Rizério

Drogasmil d1000 (Facebook/ Drogasmil)

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SÃO PAULO – A XP Investimentos iniciou a cobertura das ações da varejista farmacêutica d1000 (DMVF3, R$ 11,50, +15%) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 20,50 por ação para o final de 2021. Com base no fechamento de mercado do dia 18 de setembro, a instituição vê potencial de alta de 105% para as ações. Nesta sessão, os papéis saltaram 15%.

Segundo a XP, a recomendação se deve às melhorias operacionais da empresa, principalmente das bandeiras Drogasmil e Rosário, que estavam em dificuldades. Confira o relatório clicando aqui. 

Além disso, a XP destacou que a aceleração do processo de abertura de lojas da d1000 deve gerar um crescimento médio de receita de 17% ao ano entre 2019 e 2023.

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Pedro Fagundes, analista da XP, ainda destacou que a relação risco-retorno da empresa está assimétrica, depois da queda de 41% desde o IPO.

As ações estão sendo negociadas a um múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) de 14,8 vezes  em 2021, um desconto de 40% em relação à média de cobertura de varejo da XP.

“Em nosso preço-alvo, as ações seriam negociadas a um EV/EBITDA de 15,3 vezes em 2021e e P/L de 30,4 vezes ”, destaca o analista.

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A d1000 é a nona maior varejista farmacêutica do Brasil, com 0,9% de participação de mercado, R$ 1,1 bilhão em faturamento anual e 188 lojas em quatro estados. A companhia é resultado de três aquisições realizadas desde 2013 pela Profarma (PFRM3) – acionista controlador da companhia e segunda maior distribuidora farmacêutica do país.

Leia também: “Nós não abrimos o capital da companhia para sermos coadjuvantes”, diz CEO da d1000

Os principais mercados da d1000 são o Rio de Janeiro (cerca de  63% do total de lojas) e Brasília (cerca de 32% do total), com uma participação de mercado de 10% e 12%, respectivamente. Além disso, a companhia também tem operação em Tocantins, Mato Grosso e Goiás (5% do total).

Ao longo dos próximos anos, a estratégia da empresa está focada no adensamento da base de lojas da companhia nos estados em que ela já possui operações, principalmente no Rio de Janeiro, onde ela presente expandir a sua presença através do formato popular (de baixa renda), com foco na bandeira Tamoio.

Vantagens competitivas e riscos no radar

Conforme destaca Fagundes, a principal vantagem competitiva da d1000 deriva da sua verticalização através da Profarma, que é a segunda maior distribuidora de medicamentos do país. “A empresa se beneficia de ganhos de escala similares àqueles de grandes competidores nacionais do setor, mesmo sendo muito menor em tamanho, por conta da rede de distribuição e logística robusta do seu acionista controlador. Isso permite que a companhia tenha uma grande competitividade de preço”, avalia o analista.

Além disso, a empresa se beneficia do menor capital investido (necessidades de capital de giro e ativos fixos), pois alavanca os centros de distribuição e estoques da Profarma.

A companhia tem um modelo de loja popular (destinado à baixa renda) eficiente e bem estabelecido, a Drogarias Tamoio, aponta o analista. As lojas da bandeira têm faturamento mensal mais elevado (em média R$ 615 mil, de acordo com as estimativas da XP) e uma margem Ebitda de loja também superior (cerca de 9%) em relação à média da empresa (R$ 500 mil e 7%, respectivamente).

Além disso, não apenas este formato tem um grande potencial de crescimento devido à demografia do Brasil, mas também enfrenta uma concorrência relativamente menor de grandes competidores nacionais neste momento – especialmente no Rio de Janeiro. “Esperamos que as vendas das lojas Tamoio cresçam em média +28% entre 2019 e 2023”, apontam.

Vale destacar ainda que cerca de 30% dos recursos arrecadados no IPO da empresa (R$ 120 milhões) irão alimentar seu plano de expansão de lojas. A administração tem como alvo abrir 220 novas unidades entre 2021 e 2025, principalmente com foco na bandeira Tamoio. Com isso, a expectativa é de que a d1000 dobre sua base de lojas em um período de cinco anos e que a bandeira Tamoio atinja 57% das vendas totais (de 38% atualmente).

A análise da XP ainda aponta que as novas lojas da empresa estarão predominantemente localizadas nos estados específicos em que a d1000 já opera – reduzindo assim o risco potencial de execução, dado a já estabelecida força da marca nas regiões. O destaque fica para o estado do Rio de Janeiro, onde a d1000 atualmente tem contratos para 50% das inaugurações de lojas do próximo ano já assinados.

Como riscos ao negócio, a XP citou justamente que, como a administração da companhia pretende mais do que duplicar o número de lojas da empresa em cerca de 5 anos, mantendo níveis elevados de retorno por loja, as projeções de crescimento podem ser afetadas se as metas não forem atendidas. “Neste momento, no entanto, acreditamos que o mercado já desconta excessivamente a capacidade da administração de entregar o plano elaborado no momento do IPO”, avalia o analista.

Outros pontos de atenção são a concorrência no formato de loja popular  – algumas das principais varejistas farmacêuticas no país (como a RD) já mostraram interesse em explorar com maior afinco o segmento – e a liquidez ainda baixa das ações ((R$ 8,0 milhões negociados diariamente, em média).

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.