Mesmo com desafios macro, XP Inc expandiu margens e manteve metas, diz VP de finanças

Victor Mansur exalta crescimento no 1º trimestre de quase 30% da receita e do lucro da XP Inc na comparação anual

Augusto Diniz

Conteúdo XP

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Parecia no final de 2023 e início de 2024 que o mercado teria um ponto de inflexão, mas nos primeiros meses do ano o quadro se mostrou diferente. Ainda assim, XP Inc. se manteve firme e obteve um resultado bastante positivo no 1º trimestre de 2024.

A avaliação é de Victor Mansur, VP de Finanças da XP, que participou nesta manhã do Morning Call da XP, para falar dos resultados no primeiro trimestre do ano da XP Inc. (XPBR31).  

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XP Inc. (XPBR31): Macro mudou ao longo dos meses

“O contexto macro continua muito desafiador. A gente começou 2024 esperando uma taxa de Selic terminal de 9% no final do ano, com o real apreciado, a bolsa valorizando e o fiscal das contas públicas controlado”, disse.

“Mas isso ao longo dos meses foi piorando de forma significativa. A gente tem agora uma taxa terminal (da Selic) acima de dois dígitos, um cenário fiscal um pouco mais conturbado, o real desvalorizado e a bolsa (brasileira) tendo dificuldades, apesar das bolsas lá fora estarem praticamente no all time high (máxima histórica). Então, o cenário se deteriorou ao longo do ano”, complementou.

Destaque para renda fixa

Mansur disse, no entanto, que apesar do quadro, a XP se preparou para um “ano duro” e afirmou que a companhia “continua seguindo o plano de entregar o resultado que tinha como meta, apesar da piora de cenário”.

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Segundo o CFO, o mercado de renda variável seguiu na XP a tendência dos últimos trimestres, com um pouco menos de turnover (troca de ativos).

“Mas o grande destaque continua sendo o mercado de renda fixa. Apesar da competição com títulos isentos, como LCI e LCA emitidos pelos bancos, a nossa plataforma de renda fixa conseguiu um crescimento ano contra ano acentuado nesse último trimestre”, comentou.

“Isso se deve muito ao nosso ecossistema e nossa capacidade de originação de crédito privado, e outros produtos de renda fixa no nosso investment banking”, acrescentou.

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Crescimento de 28% na receita

Para o executivo, isso fez com que a XP tivesse no primeiro trimestre uma performance muito positiva no 1T24. Entre os resultados destacados pelo CFO no 1T24 está o crescimento de 28% na receita na comparação anual, chegando a R$ 4,3 bilhões, e avanço de quase 30% nos lucros, alcançando R$ 1 bilhão.

Outro ponto de destaque, de acordo com Victor Mansur, foram os ativos de clientes, que bateram R$ 1,141 trilhão, alta de 20% na comparação do 1T24 com o 1T23.

Alto índice de eficiência

“Nesse contexto de preparar a empresa para um cenário macro desafiador, vale ressaltar também nossas despesas na empresa de R$ 1,4 bilhão, que apesar de crescimento de 35% de ano contra ano, teve queda de trimestre contra trimestre e manteve índice de eficiência de 36,5%, que é um dos melhores de nossa história”, pontou.

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Ainda dentro dos destaques, o CFO citou a margem de lucro antes de imposto (EBT) na casa de 27% no período.

“A gente divide o crescimento da XP em três grandes ondas. A primeira foi em 2010, com a criação da plataforma aberta de produtos. Uma segunda, em 2014 até 2020, que foi a criação de nossa distribuição, nossa rede de agentes autônomos, assessores. A próxima pernada é um serviço financeiro de mais qualidade, onde a gente consegue ver a vida financeira do cliente e entregar um serviço antes restrito só às grandes fortunas”, disse.

Aconselhamento de alocação de capital

Ele ressaltou que o open investments tem sido uma ferramenta “poderosa” na XP. O open investments é uma regulação do Banco Central para que uma instituição financeira veja tudo que o cliente tem em outros bancos – mediante, claro, a aprovação do cliente.

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“Isso feito dentro de nossa fermenta de financial planning, passamos a ver a vida financeira do cliente e a atuar com um serviço que consegue aconselhar a alocação de todos os indexadores, e oferecer produtos com taxas melhores do que a concorrência”, destacou.

Custo sob controle

“Apesar do final de 2023 e início de 2024 parecer que ia ter um ponto de inflexão, nossa decisão foi ser mais conservador e manter a empresa com os custos sob controle e se preparar para um ano difícil”, disse.

“Com o custo contido, a empresa mantém uma alavancagem operacional grande e a criação de novas verticais, como o cross sell (venda cruzada de produtos) e financial planning, agregamos mais valor para o cliente e isso fez com que, mesmo com o mercado difícil, expandíssemos nossa margem”, finalizou.