WEG (WEGE3): o “porto seguro” em meio à onda dos carros elétricos chineses no Brasil

Analistas do Bradesco BBI veem mudança estrutural, ainda que tardia, no mercado automobilístico brasileiro e ressaltam a WEG como porto seguro, ainda que mantenha recomendação neutra para as ações

Lara Rizério

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A WEG (WEGE3) pode ser um porto seguro no cenário de entrada “tardia” do Brasil na corrida de eletrificação de veículos, aponta o Bradesco BBI.

“A WEG é o porto seguro no mundo global dos veículos elétricos. A eletrificação de veículos no Brasil deverá impulsionar a procura por soluções de Geração, Transmissão e Distribuição (GTD), impulsionada por: (i) novos investimentos na geração de energia renovável; (ii) fortalecimento da rede elétrica; (iii) vendas de estações de carregamento para veículos elétricos; e (iv) motores para veículos pesados”, destacam os analistas. Apesar da visão positiva, o BBI segue com recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 38,00.

Para os analistas do banco, embora o Brasil esteja 5 anos atrasado em comparação com os países desenvolvidos, esta diferença deverá começar a diminuir com a recente onda de carros elétricos chineses.

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Esta mudança estrutural na indústria automobilística do país acelerou com a chegada de novos carros elétricos chineses apresentando uma combinação de preços baixos e alta qualidade.

Assim, a transformação mais rápida do que o esperado pode ser um risco para os fornecedores de autopeças expostos a motores de combustão interna, enquanto cria oportunidades de crescimento com a BYD e a GWM.

“A BYD e a GMW estão minando a concorrência com preços agressivos, e essa estratégia de preços tem pressionado as montadoras a reduzir os preços dos carros elétricos e também dos veículos a combustão interna, aumentando os custos de depreciação para as locadoras de automóveis”, avaliam os analistas.

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Assim, como o BBI, a XP Investimentos também ressaltou ter recomendação neutra para a WEG, apesar das qualidades da companhia.

“Vemos um prêmio no múltiplo histórico da WEG em relação aos industriais globais como merecido, dado seu crescimento consistente de lucros e retornos mais altos. Dito isso, notamos que o prêmio atual de cerca 28% parece justo, contra sua média de 10 anos de cerca de 60% e de 30% antes de 2018 (refletindo a desaceleração atual dos lucros da WEG, em nossa visão)”, apontam os analistas da XP.

Os analistas ressaltam que os pares globais da companhia têm mostrado um comportamento de rentabilidade mais volátil do que a WEG analisando cada segmento separadamente – Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI)  e Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD).

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Assim, acreditam que a WEG se sobrepõe com sucesso a diferentes perfis de ciclo, resultando em um desempenho de rentabilidade menos volátil ao longo do tempo. Considerando as tendências de curto prazo, os analistas esperam que uma pressão de rentabilidade sobre os produtos industriais de ciclo curto reduza a perspectiva de margem da WEG, embora em um ritmo mais lento, dada sua exposição ao impulso positivo de ciclo longo da GTD.

Sobre aquisições, a XP ressalta que o anúncio da compra das operações industriais da Regal pela WEG em setembro de 2023 não foi novidade para o setor, após grandes M&As [operações de fusões e aquisições] como ABB, Nidec e Wolong fizeram no passado. “Com o reconhecimento da marca como fator essencial, esperamos que a WEG conte com as marcas estabelecidas da Regal (por exemplo: Marathon) como seus concorrentes faziam anteriormente, embora capturando sinergias de forma mais eficiente por meio de seu perfil altamente verticalizado”, avalia a equipe de análise.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.