WEG (WEGE3) e Marcopolo (POMO4): as ações que podem ganhar com a tendência crescente dos ônibus elétricos no Brasil

Maior foco de muitos municípios nos aspectos ambientais levou a uma aceleração na adoção de veículos elétricos, apontam analistas

Lara Rizério

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No início do mês, a Eletra inaugurou sua nova fábrica de ônibus elétricos em São Bernardo do Campo (SP) e deu mais sinais de uma tendência que tem impacto para duas empresas com ações listadas na Bolsa brasileira.

A montadora utiliza chassis elétricos fabricados pela Mercedes-Benz e Scania, com sistema de tração fornecido pela WEG (WEGE3).

A fábrica tem capacidade de produção de 1,8 mil unidades por ano, que poderá ser duplicada com a implantação de um turno de trabalho adicional.

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O Bradesco BBI aponta que a tendência de eletrificação no setor de ônibus está acontecendo em um ritmo mais rápido. A WEG produz componentes e estações de recarga e deve se beneficiar dessa tendência, avalia o BBI, que tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 39,00 para o ativo. Os analistas também citam que a Marcopolo desenvolveu seu próprio ônibus elétrico; a recomendação do banco para a ação POMO4 é de compra, com preço-alvo de R$ 5,00.

O BTG Pactual também destaca essas duas empresas como beneficiárias dessa tendência.

O banco aponta que, enquanto os ônibus elétricos estão no mercado há mais tempo na Europa, a eletrificação das frotas de ônibus urbanos no Brasil está aumentando gradualmente. O maior foco de muitos municípios nos aspectos ambientais levou a uma aceleração na adoção de veículos elétricos.

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Um exemplo citado pelos analistas é a cidade de São Paulo, a maior área metropolitana do Brasil e sede de sua maior frota de ônibus, que pretende ter aproximadamente 2.600 ônibus elétricos nas estradas até 2024, respondendo por 20% da frota.

“Uma vez que esta tendência se consolide nas grandes cidades, acreditamos que será apenas uma questão de tempo até que os municípios de médio e pequeno porte sigam o exemplo”, avaliam os analistas do banco.

O banco aponta que a Marcopolo oferece uma ampla gama de produtos no segmento e atua há algum tempo na fabricação de ônibus elétricos. A empresa já montava veículos elétricos na Austrália, China e Colômbia e entrou no mercado brasileiro de ônibus elétricos há alguns anos.

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A entrada da montadora chinesa BYD no Brasil, juntamente com seus fortes esforços de marketing em vários municípios e busca de contratos de exportação, levou a uma aceleração na produção de ônibus elétricos no país, avalia.

Embora a Marcopolo não tenha parceria com a Eletra, a companhia lançou recentemente seu próprio ônibus elétrico
totalmente integrado chamado Attivi.

“A introdução deste novo modelo no mercado brasileiro representa uma mudança significativa para a divisão de ônibus de grande porte da Marcopolo, que passa a produzir chassis e carrocerias, ante o foco anterior de produção de carrocerias sobre chassis da BYD”, apontam os analistas do BTG.

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De acordo com compilação feita pela Refinitiv, de sete casas de análise que cobrem o papel POMO4, todas possuem recomendação equivalente à compra.

Nesta semana, o JPMorgan reforçou a ação da Marcopolo como top pick do setor de autopeças, refletindo potenciais novos pedidos provenientes do programa Caminhos da Escola, e a posterior recuperação no mercado de ônibus, com visão de que os volumes em 2024 possam crescer em taxas de dois dígitos. As ações POMO4 acumulam ganhos de 82% em 2023 (até o fechamento de quarta-feira).

Para a WEG, as visões são mais divididas: de 15 casas que cobrem o ativo, 8 possuem recomendação de compra, 6 têm recomendação neutra e 1 recomenda venda.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.