Votação final da MP da Eletrobras na Câmara, estreia do BR Partners na B3, queda do minério, Méliuz estuda oferta de ações e mais

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta segunda-feira (21)

Equipe InfoMoney

(Divulgação/Eletrobras)

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SÃO PAULO – Nesta terça-feira, será votada a MP da desestatização da Eletrobras na Câmara. Ainda em destaque, o grupo especializado em diagnósticos médicos Hermes Pardini anunciou nesta sexta-feira a aquisição do laboratório Paulo C. Azevedo, de Belém (PA), por R$ 127 milhões. Já a Méliuz anunciou nesta sexta-feira que avalia realizar uma oferta pública primária e secundária subsequente de ações. O BR Partners, por sua vez, estreia as suas units BRBI11 na B3 nesta segunda. Confira os destaques:

Eletrobras (ELET3;ELET6

As atenções se voltam para a votação da MP da desestatização da Eletrobras na Câmara. A sessão está marcada para esta segunda-feira às 15h (horário de Brasília)

A sessão de sexta-feira foi de alta de cerca de 6% para os papéis da companhia após o Senado aprovar a Medida Provisória que permite a privatização da empresa em uma votação acirrada, por 42 votos favor ante 37 contra.

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O modelo de privatização prevê a emissão de novas ações a serem vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela União. A projeção é de que o governo reduzirá sua fatia nas ações com direito a voto de 61% para 45%. O aumento do capital social da empresa será por meio da oferta pública de ações.

As modificações no texto mais importantes feitas pelo Senado foram: (i) a elevação das exigências de leilões de reserva de energia térmica em 2 gigawatt (GW) adicionais (na região Sudeste), passando assim de 6 GW para 8 GW. Porém, agora esses leilões não precisam acontecer antes do processo de capitalização (para os analistas, isso ajuda no calendário de privatização); e (ii) remoção da extensão de subsídios para térmicas a carvão.

O projeto de lei retorna à Câmara dos Deputados para a avaliação final, sendo que os deputados já aprovaram o texto principal por grande maioria (313 versus 166). Posteriormente, o texto vai à sanção presidencial.

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Ainda no radar da companhia, a Eletrobras informou na sexta que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconheceu que a Boa Vista Energia deverá ser reembolsada em R$ 103,9 milhões pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), a preços de fevereiro de 2020. Em comunicado ao mercado, a companhia acrescentou que o montante reconhecido pela diretoria colegiada da Aneel está de acordo com o que havia sido registrado pela estatal em seu balanço do primeiro trimestre deste ano.

A efetivação do reembolso, porém, terá de aguardar o resultado de fiscalizações análogas realizadas nas distribuidoras Amazonas Energia, Eletroacre e Ceron, bem como na própria Boa Vista Energia, relativas aos intervalos de julho de 2009 a junho de 2016 (Primeiro Período de Fiscalização) e de julho de 2016 a abril de 2017 (Segundo Período de Fiscalização), disse a elétrica em comunicado.

Vale (VALE3) e siderúrgicas

Os contratos futuros do minério de ferro negociados na Ásia recuaram nesta segunda-feira, ampliando perdas depois que autoridades da China iniciaram uma investigação sobre o mercado “spot” da commodity, já que as cotações da matéria-prima siderúrgica permaneceram em patamares elevados mesmo após alertas contrários ao entesouramento e à especulação.

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O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities da Dalian, para setembro  fechou em queda de 8,8%, a 1.121 iuanes (US$ 173,31) por tonelada, após tocar uma mínima de 1.118,50 iuanes, menor nível desde 8 de junho.

Já o contrato mais ativo na bolsa de Cingapura, para julho, chegou a cair 5,7%, para US$ 195,05 a tonelada, também o mais baixo patamar desde 8 de junho.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NRDC, na sigla em inglês) –órgão estatal de planejamento do país– e a Administração Estatal para Regulação do Mercado prometeram “punir e divulgar estritamente” irregularidades de mercado, como preços exagerados e entesouramento.

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Os preços “spot” se mantiveram acima de 200 dólares por tonelada nas últimas três semanas, apesar de esforços do governo para conter a inflação das commodities, guiada em parte por operações especulativas, que ajudaram a impulsionar o minério de ferro a uma máxima recorde de mais de US$ 230 no mês passado.

Ainda em destaque, o UBS divulgou relatório prevendo queda nos preços de minério de ferro e rebaixou a Rio Tinto para venda.

As cotações subiram de US$ 80 a tonelada em 2019 para cerca de US$ 220, mas analistas liderados por Myles Allsop projetam que elas podem cair até 50%.

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Problemas de oferta no Brasil, primeiro causados pelo desastre da barragem de Brumadinho (MG) e depois exacerbados pela pandemia de covid-19, estão sendo revertidos, de acordo com os especialistas do banco suíço.

Além disso, a China atua para conter a valorização das commodities, incluindo o aço, vendendo reservas domésticas e pressionando agentes do setor a não elevarem os preços. Os analistas apontam ainda que os estoques de minério de ferro no país asiático estão em alta.

Hermes Pardini (PARD3)

Ainda em destaque, o grupo especializado em diagnósticos médicos Hermes Pardini anunciou nesta sexta-feira a aquisição do laboratório Paulo C. Azevedo, de Belém (PA), por R$ 127 milhões. Em fato relevante, o Hermes Pardini apresenta a companhia adquirida como líder no mercado de medicina diagnóstica no Pará, onde tem 28 unidades, sendo 22 na capital Belém.

A XP destaca que, embora pequena (representa 5% das vendas do Pardini em 2020), a aquisição permitirá a instalação imediata de um novo Núcleo Técnico Avançado (“NTA”) para a realização de testes de clientes parceiros na região Norte, o que consideram positivo. Os analistas reiteraram recomendação neutra para a empresa e preço alvo de R$ 21 por ação.

O Itaú BBA afirma que tem uma visão neutra sobre o negócio, apesar de ver como positivo o retorno da Hermes Pardini ao crescimento inorgânico para melhorar o portfólio da empresa. Mas o banco afirma que a concentração maior de clientes do segmento de baixa renda sugere que negociações de preço não devem ser simples. O Itaú BBA mantém avaliação de market perform (expectativa de valorização dentro da média do mercado) e preço-alvo de R$ 26 para a Hermes Pardini.

CCR (CCRO3)

O Bradesco BBI comentou os dados operacionais divulgados pela CCR, indicando alta de 1% no tráfego em rodovias com pedágios na semana de 11 de junho, em comparação com o mesmo período de 2019, ano anterior aos efeitos da pandemia. Em comparação com a semana imediatamente anterior, a melhora foi de 0,4 ponto percentual, que o Bradesco classifica como “pequena”.

O tráfego de passageiros em concessões urbanas caiu 43% na comparação anual, mas melhorou 4,1% na comparação semanal. Em concessões de aeroportos, caiu 47% na comparação anual, e subiu 1,5% na semanal. O Bradesco BBI mantém avaliação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado), e preço-alvo de R$ 18.

Méliuz (CASH3)

A Méliuz anunciou nesta sexta-feira que avalia realizar uma oferta pública primária e secundária subsequente de ações. Por meio de fato relevante, a empresa explicou que a oferta será com esforços restritos, em condições similares às de sua oferta inicial de ações (IPO), e que nomeou BTG Pactual e Itaú BBA para coordenarem a possível operação.

A companhia sediada em Minas Gerais fez sua estreia na bolsa paulista em novembro passado, com uma oferta inicial de ações, na qual levantou cerca de R$ 370 milhões para ampliar seu marketplace, serviços financeiros e para aquisições de empresas.

BR Partners (BRBI11)

O BR Partners estreia as suas units BRBI11 na B3 nesta segunda. Na semana passada, o banco de investimento precificou a sua oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) em R$ 16,00 por unit, no piso da faixa indicativa de R$ 16,00 a R$ 19,00. A oferta restrita movimentou R$ 364 milhões.

Dos recursos que estão indo para o caixa, o banco mira crescimento, com reforço da estrutura de capital e o fortalecimento de balanço da companhia, permitindo a expansão dos seus negócios nas áreas de crédito estruturado, mercado de capitais e tesouraria.

O banco tinha tentado fazer sua oferta no ano passado, mas postergou a operação por conta da volatilidade do mercado. Neste ano, ao retomar a operação, decidiu em fazer a oferta destinada para investidores institucionais, como fundos de investimentos

O BR Partners lançou mão de uma regra da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que permite uma oferta sem registro – o que a torna mais célere, mas impede, nesse primeiro momento, o investimento vindo de pessoas físicas.

Randon (RAPT4)

A Randon comunicou nesta segunda que a receita bruta total acumulada entre janeiro e maio de 2021, ficou em R$ 4,757 bilhões, alta de 98,3% em relação a 2020, o primeiro ano da pandemia. A receita líquida consolidada do período em 2021 ficou em R$ 3,297 bilhões, alta de 95,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Petrobras (PETR3;PETR4) e Ocean Pact (OPCT3)

O Itaú BBA comentou o anúncio, pela OceanPact, de que a empresa assinou dois contratos com a Petrobras para afretamento da embarcação Parcel das Timbebas e provisões para veículos operados remotamente (ROV na sigla em inglês). Segundo a empresa, o “backlog” (lista de tarefas necessárias para entrega do acordo) combinado é de R$ 299,2 milhões, 57% do total denominado em dólares.

O Itaú afirma que encara o anúncio como positivo. Na avaliação do banco, o anúncio indica a capacidade da OceanPact de renovar seus contratos atuais.

Assai (ASAI3)

O Morgan Stanley realizou reuniões virtuais com Belmiro Gomes, CEO do Assai; a CFO Daniela Sabag; e a IRO Gabrielle Helu. O banco diz que, após desafios no primeiro semestre, sem auxílio emergencial, o Assai espera uma melhora gradual no segundo semestre de 2021, com a reabertura maior da economia devido ao avanço da vacinação.

A gestão também mantém confiança em relação ao crescimento da base de lojas. O Morgan Stanley espera uma alta de dois dígitos na taxa anual composta de crescimento (CAGR) na base de lojas para os três próximos anos. A gestão afirmou esperar uma taxa elevada de crescimento nos próximos anos, e destacou a meta de 28 novas lojas em 2021 e cerca de 78 entre 2021 e 2023. A expansão orgânica continua sendo o principal motor de crescimento, em um ambiente competitivo, afirmou a gestão, que vê possibilidade de maior consolidação no setor, com a compra de atores menores pelos maiores.

O spin-off em relação à Companhia Brasileira de Distribuição se concluiu, mas a gestão citou um interesse potencial em converter hipermercados Extra ao modelo cash-and-carry, em que o cliente escolhe o produto nas gôndolas, fecha a compra, paga e o leva na hora. O Assai indicou interesse em comprar hipermercados Extra para realizar a conversão, que vem sendo parte da estratégia anterior da empresa combinada.

O Morgan Stanley vê espaço para ampliação do modelo cash-and-carry, e mantém recomendação overweight (exposição  acima da média do mercado) para o Assai. O banco vê espaço para expansão de lojas nos estados em que já está presente, assim como em novas regiões, incluindo no Norte e no Sul do Brasil. O banco mantém preço-alvo de R$ 104,.

(com Reuters, Bloomberg e Estadão Conteúdo)

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