Vivara (VIVA3): mudanças na gestão continuam e afetam percepção de risco para ações

Questões sobre manutenção das estratégias das operações afetam tese, mas analistas do BBI mantiveram compra para VIVA3

Equipe InfoMoney

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A Vivara (VIVA3), cuja ação cai mais de 36% em 2024 em meio a mudanças de administração e questões sobre governança, anunciou mais uma alteração na equipe de gestão nesta semana.

Desta vez, renunciou ao cargo, Marina Kaufman, Diretora de Marketing e Recursos Humanos (RH) e filha do Presidente do Conselho de Administração, Nelson Kaufman. Ela permanecerá como membro do Conselho.

De acordo com a empresa, a mudança faz parte de um processo natural de profissionalização em que os acionistas de referência atuam apenas em cargos de conselho e não como executivos –Marina foi a última nessa situação.

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Na mesma reunião do conselho, foram aprovados três novos Diretores Estatutários: (i) Leonardo Bichara, de Diretor de Expansão para Diretor Estatutário de Marketing; (ii) Icaro Borrello, de Diretor de Desenvolvimento de Negócios a Diretor Estatutário sem designação específica (Icaro apoia projetos especiais e internacionalização, entre outros); e (iii) Gianpiero Sperati, de Diretor de RH para Diretor Estatutário de RH.

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Após a rotatividade de quatro altos executivos desde o final do ano passado (Helena Spindel e Marina Canto –ambas Diretoras de Produto, Melina Rodrigues, Diretora de FP&A e RI, e Marina Cirelli, Diretora de Marketing), a Vivara ainda tem pendentes duas posições-chave: Diretor Financeiro e de Produto.

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Em relatório, o Bradesco BBI apontou esperar que os novos executivos sejam escolhidos até o terceiro trimestre de 2024.

Para os analistas do banco, por um lado, esse movimento não ajuda o sentimento em relação à grande preocupação do mercado com a tese da companhia. A forte rotatividade da alta administração potencialmente dificulta a continuidade da execução/operação, que também é a a principal preocupação do banco.

Até agora, no entanto, os fundamentos premium permanecem intactos e confortavelmente à frente dos pares, avalia o banco. “Contudo, uma rotatividade tão elevada acaba por aumentar a probabilidade de uma potencial erosão dos fundamentos”, cita a equipe de análise.

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O BBI mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) com preço-alvo de R$ 31. Aos níveis de preços atuais, VIVA3 está negociando com múltiplo P/L (preço sobre lucro) de 10 vezes estimado para 2025, em linha com o de LREN3e com um desconto de 10% em relação à ARZZ3+SOMA3, o que já precifica uma importante erosão dos fundamentos, que o banco considera injustificada. “Em termos de valuation, vemos VIVA3 coma assimetria mais atraente em nossa cobertura de Vestuário e Estilo de Vida”, aponta, mas a consistência dos resultados futuros é fundamental para eliminar o risco desta preocupação.