Vibra (VBBR3) tem resultado forte no 3º tri e analistas destacam motivos para mais otimismo com companhia

Melhor dinâmica competitiva no segmento de varejo e os ganhos de eficiência da empresa devem levar a melhores margens daqui para frente

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Depois do resultado da concorrente Ultrapar (UGPA3) não agradar muito os analistas de mercado, levando a uma forte queda das ações UGPA3 no dia seguinte após o balanço, os números divulgados pela Vibra Energia ([ativo=VIBBR3]) animaram os analistas de mercado. Apesar disso, os ativos fecharam em queda de 1,93%, a R$ 22,33, em um dia de aversão ao risco do mercado, após chegarem a subir 3,21% nas primeiras negociações.

A companhia, ex-BR Distribuidora, reportou lucro líquido de R$ 598 milhões no terceiro trimestre de 2021, aumento de 78,5% na comparação com os R$ 335 milhões reportados no mesmo período de 2020. Os dados foram divulgados na segunda-feira (15), após o fechamento do pregão nos Estados Unidos. Ontem, não houve negociações na B3 por conta do feriado da Proclamação da República.

De acordo com a companhia, o resultado foi influenciado pelo maior lucro bruto no período em decorrência dos maiores volumes vendidos e maiores margens de comercialização.

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O Bradesco BBI destacou, por sua vez, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente de R$ 1,146 bilhão (R$ 111 por metro cúbico) no terceiro trimestre de 2021, alta de 37% na comparação anual e 12% na comparação sequencial, 7% acima do estimado pelo BBI e 2% acima do consenso.

“Apesar das perdas significativas de hedge durante o trimestre, a empresa conseguiu entregar margens recorrentes bem acima da Ultrapar (R$ 64 por/m3) e da Raízen (R$ 80/m3) devido à exposição da Vibra ao segmento térmico, com margens brutas provavelmente atraentes”, apontam.

O segmento B2B foi o destaque positivo com margem de R$ 150/m3 (versus R$ 110 esperado pelo BBI), enquanto o varejo foi mais fraco do que o esperado, com margem de R$ 89 (versus R$ 114 estimado pelo BBI).

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“Acreditamos que as perspectivas para o varejo devem ser melhores no futuro. Os resultados da Vibra Energia no 3T21 adicionaram conforto à margem de R$ 115/m3 embutida em nossas estimativas para 2022”, aponta o BBI. ]

Os analistas da instituição veem a ação da Vibra sendo negociada com uma relação de preço sobre lucro (P/L) esperado para 2022 de 13,8 vezes, versus níveis históricos de cerca de 18 vezes e com um prêmio merecido de 8% em relação à Ultrapar, justificado por: (1) melhor visibilidade da margem; (2) melhor balanço e perspectivas de FCFE (fluxo de caixa livre do acionista) e (3) iniciativas mais claras e avançadas relacionadas à transição de energia. O BBI tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para o ativo VIBBR3, com preço-alvo de R$ 31, ou potencial de valorização de 36% em relação ao fechamento de sexta-feira (12).

O Credit Suisse também apontou os resultados bastante fortes reportados na véspera, com Ebitda 14% acima do esperado e margem Ebitda por metro cúbico acima de seus pares, que reportaram margens abaixo das expectativas.

Olhando para frente, os analistas do banco ressaltam que há razões para acreditar que a Vibra pode melhorar ainda mais as suas margens, considerando a melhor dinâmica competitiva no segmento de varejo e os ganhos de eficiência da empresa que vão ter efeito total em 2022.

Os analistas também apontam que a empresa tem retornado valor para os acionistas e, somente no terceiro trimestre, a Vibra distribuiu R$ 1,9 bilhão (7% do market cap) por meio de pagamento de dividendos (R$ 1,1 bilhão) e recompra de ações (R$ 800 milhões). A recomendação também é outperform para os ativos, com preço-alvo de R$ 32, ou avanço de 42,5%.

A Levante Ideias de Investimentos, por sua vez, destaca que a companhia identificou oportunidades adicionais de geração de margens através de uma participação mais ativa e estruturada no negócio de trading de derivados, já em fase de estruturação interna. No negócio de Comercialização de Energia Elétrica, a Vibra Comercializadora (antiga Targus) já vem demonstrando também, mesmo apesar do contexto desafiador deste ano para as comercializadoras em geral, grande potencial de ganho de relevância no portfólio de negócios da Vibra, ressaltam os analistas.

Assim, apontam, a soma de atributos da Vibra com a Vibra Comercializadora cria diferenciais competitivos que posicionam a companhia de forma vantajosa frente a um mercado que deverá passar por transformações no futuro próximo, no sentido de aumento de número de consumidores livres e de novos modelos de comercialização, seguindo as tendências de descarbonização, descentralização e digitalização do consumo de energia.

“Desde a sua aquisição, a comercializadora da Vibra soube se posicionar no cenário de alta de preços de energia no mercado ao longo do período, adotando uma política de risco adequada e com elevado grau de maturidade”, apontam. Além disso, a Vibra também segue focada em ampliar a oferta de produtos de Geração Distribuída.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.