Publicidade
A distribuidora de combustíveis Vibra (VBBR3), ex-BR Distribuidora, apresentou nesta quarta (22) os resultados do quarto trimestre de 2022 (4T22) a analistas de mercado, citando foco na diminuição da volatilidade enfrentada no final do ano passado e na ampliação das margens. A alta variação dos preços das commodities que comercializam fez a empresa repensar principalmente em seus estoques.
“Acreditando num mercado um pouco mais forte, a gente fez importação (de combustível) maior. E, na sequência, a gente reduziu nossa importação de forma substancial. Isso agregou a volatilidade que já era natural”, conta Ernesto Pousada, CEO da Vibra.
“A gente fez importação até outubro, mas a demanda não veio exatamente no nível que esperava e isso fez a gente reduzir as importações. Isso pode ter distorcido nosso resultado”, complementou.
Continua depois da publicidade
Segundo ele, a estratégia daqui para a frente é tentar normalizar as importações. “Já que o mercado está volátil, nós vamos tentar buscar reequilíbrio maior, evitando esse swing muito grande, que acaba trazendo mais riscos e mais volatilidade”, disse a analistas na teleconferência.
Esse descasamento de estoque e demanda, associado à redução de preço de combustíveis, causou desvalorização do inventário da empresa. O CEO da Vibra relatou que no primeiro trimestre do ano continuou a queda de preço tanto de diesel como de gasolina, que “consequentemente pressiona” a margem.
O efeito da reoneração do Pis-Cofins no combustível, notadamente da gasolina, nesse trimestre, segundo a empresa, não é maior do que o efeito da queda de preços dos produtos, que terão impacto na empresa, mas menor que foi sentido ano passado.
Continua depois da publicidade
Leia também
“Queremos reduzir a volatilidade. É um business que tem natureza volátil, mas não queremos condicionar à volatilidade. Vamos procurar melhora das margens”, garantiu Pousada. O executivo disse ainda que a empresa pretende trabalhar com níveis de estoques de combustíveis mais baixos.
Dividendos
O CEO da Vibra comentou também que a empresa pretende seguir, neste momento, com a política de dividendos, remunerando seus acionistas com, no mínimo, 40% do lucro líquido.
Continua depois da publicidade
“A companhia está focada na geração de caixa e é isso que vai gerar uma redução ao longo do tempo de nossa alavancagem. Entendemos que a nossa alavancagem deverá, ao longo de 2023, gradualmente cedendo, conforme a gente via melhorando as nossas margens, capital giro. Será outro nível de alavancagem”, afirmou.
O nível de alavancagem registrado pela Vibra no 4T22 foi de 2,6 vezes, ante 2,8 vezes no final do 3T22. “Vamos seguir no esforço de geração e caixa em todas as suas linhas”, disse o executivo em outro momento da teleconferência.
“É cedo no ano para me referir à nossa política de dividendos. Obviamente, a companhia vai trabalhar ao longo de 2023 no melhor uso dessa geração de caixa. Ela se consolidando, pode levar a um cenário diferente dos 40%, mas em princípio, nós vamos manter nossa política de (dividendo de) 40%”, ressaltou.
Continua depois da publicidade
Transição energética
Ernesto Pousada assumiu há pouco o cargo de CEO da companhia e destacou que tem foco na transição energética, dentro do processo de posicionar a Vibra para o futuro.
“Nós próximos anos o negócio de energia tem que ser relevante. A Vibra tem um tamanho extremamente relevante e a gente não vai entrar em nenhum negócio que eventualmente vai ser pequeno”, disse.
Continua depois da publicidade
“Queria deixar claro que é intenção nos próximos anos da energia ser um negócio relevante para a companhia, que tenha representação expressiva na nossa geração de caixa, nos nossos resultados, trimestre a trimestre. Esse será nosso objetivo: transformar a nossa plataforma multienergia em algo que gere valor, que gere resultado para o nosso negócio”, finalizou.
