Via Varejo salta 9% com mudança para destravar venda; Itaú cai após balanço e CSN dispara 8%

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (3)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa registrou um dia de ganhos, com os investidores repercutindo positivamente o Relatório de Emprego nos EUA, que mostrou criação de vagas acima do esperado, mas ganho por horas trabalhadas com alta abaixo das expectativas.

Além disso, o mercado repercutiu a temporada de balanços, com os números do Itaú, IRB, Natura, entre outros. Entre os maiores destaques de alta, estão as ações da Via Varejo, que chegaram a subir 9,90%. Já a Vale (VALE3) e CSN (CSNA3) subiram com a sessão de ganhos do minério de ferro, com alta de cerca de 2% no mercado futuro de Dalian. Confira os destaques: 

Itaú Unibanco (ITUB4)
O Itaú Unibanco anunciou ontem à noite lucro líquido de R$ 6,877 bilhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 7,1% superior ao resultado do mesmo período de 2018 e 6,2% acima dos três meses anteriores.

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“A economia teve um início de ano com desempenho mais modesto do que as expectativas apontavam, refletindo, em parte, a incerteza sobre a trajetória fiscal do País. Seguimos confiantes na retomada do crescimento sustentável, para a qual é imprescindível a Reforma da Previdência”, afirmou o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher.

A carteira de crédito do Itaú somou R$ 647,1 bilhões ao final de março, alta de 1,6% o trimestre anterior e de 7,7% na comparação anual.

De acordo com o banco, o desempenho do primeiro trimestre no comparativo anual reflete o aumento da margem financeira com clientes, ou seja, de operações que rendem juros, em meio ao crescimento das carteiras de crédito de pessoas físicas e de micro, pequenas e médias empresas.

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“Esse efeito foi parcialmente compensado pela redução de 28,4% da margem financeira com o mercado – que compreende basicamente as operações de tesouraria – e o crescimento de 4,1% das despesas não decorrentes juros”, acrescenta o Itaú, no documento.

O destaque do crescimento dos empréstimos ficou com as micro, pequenas e médias empresas, com avanço de 2,7% no trimestre e 13,9% no ano, e ainda pessoas físicas, com aumentos de 2,0% e 12,7%, respectivamente.

Em contrapartida, o crédito para grandes empresas encolheu 0,5% no primeiro trimestre ante os três meses anteriores e 3,1% em um ano. O índice de inadimplência total acima de 90 dias atingiu 3,0% no primeiro trimestre deste ano, registrando uma melhora ante o quarto trimestre do ano passado, que era de 2,9%, mas um pouco abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, de 3,1%.

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A despesa com Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa (PDD) somou R$ 4,206 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 11,4% ante o quarto trimestre do ano passado e de 2,3% frente ao primeiro trimestre de 2018.

Já o resultado de créditos de liquidação duvidosa ficou negativo em R$ 3,466 bilhões, uma alta de 22,3% ante o quarto trimestre do ano passado e uma alta de 4,5% na comparação anual. Já as despesas não decorrentes de juros somaram R$ 12,1 bilhões no primeiro trimestre, representando uma alta de 4,1% na comparação anual, mas um recuo de 5% ante o quarto trimestre do ano passado.

“Em resumo, os resultados não trouxeram surpresas e mostraram alguns dos desafios que o Itaú enfrentará ao longo de 2019. Continuamos otimistas com bancos e acreditamos que o Itaú conseguirá obter melhores resultados à medida que fechar o gap para Bradesco e o Santander, que registraram resultados melhores neste trimestre. Mantemos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$ 40,00”, apontam os analistas da XP Research. 

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)

As companhias aéreas Azul, Gol e Latam estão habilitadas para participar do leilão de ativos da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial. A disputa está prevista para ocorrer no dia 7 de maio. Os credores fatiaram os ativos da Avianca em sete empresas, que devem ir para o leilão, caso a empresa siga operando até lá, destaca o Valor.

Sobre a crise no setor, o presidente da Latam no Brasil, Jerome Cadier, afirmou ao O Globo que haverá “no mínimo 4 a 6 meses de preço mais alto” das passagens. Já o Estadão destaca que o Ministério Público questiona a Avianca por conta da demissão de 30% dos funcionários de Guarulhos.

Via Varejo (VVAR3)

A Via Varejo convocou assembleia geral extraordinária para o dia 3 de junho para votar uma alteração no Estatuto Social, excluindo as cláusulas que tratam da aquisição de participação relevante (poison pill).

Dessa forma, prevê a empresa, será possível destravar a venda de parte da empresa ou incentivar terceiros ou acionistas a investirem na companhia, viabilizando “operações societárias que sejam benéficas para a companhia e seus acionistas”. A medida, na prática, possibilita que o GPA possa se desfazer de sua participação na companhia, que está encalhada desde o final de 2016, quando anunciou a intenção de venda da empresa.

Atualmente, qualquer interessado em comprar a Via Varejo, precisa acionar uma Oferta Pública de Ações (OPA), já que a “pílula de veneno” prevê que a compra de uma fatia acima de 20% aciona o mecanismo, que garante diretos iguais a todos os acionistas. Dessa forma, a Via Varejo não precisa mais ser vendida inteira, possibilitando ao GPA se desfazer de sua fatia de 36%. Nos últimos meses, o GPA vendeu cerca de 7% de suas ações na Via Varejo.

A administração da empresa entende que a exclusão de tais dispositivos é positiva para a empresa e seus acionistas, dado que a cláusula de proteção à dispersão acionária pode obrigar investidores relevantes interessados em investir na companhia a terem que realizar oferta pública de aquisição da totalidade das ações em circulação a preços artificialmente elevados, bem como reduzir a liquidez das ações de emissão da companhia. 

“Segundo a empresa, tais operações societárias podem trazer benefícios de uma maior e mais diversificada base acionária da companhia, o que aumenta sua exposição a distintos perfis de investidores, o que além de propiciar maior liquidez para suas ações contribuirá com a estrutura de governança da companhia, fortalecendo, por consequência, a gestão e administração dos seus negócios”, destacam os analistas da XP Research. 

Totvs (TOTS3)

A Totvs informou que que tem intenção de captar recursos, “com vistas à execução de seu plano de negócios, incluindo a possibilidade de oferta pública de ações”, segundo comunicado. O mercado será informado assim que houver uma definição sobre a eventual captação e suas características, informou a empresa. 

O esclarecimento vem na esteira da notícia do Brazil Journal de que a Totvs prepara uma oferta de ações de até R$ 1 bilhão. Os recursos, de acordo com a reportagem, seriam usados para fortalecer o recém-lançado braço de fintech da empresa, que oferece serviços financeiros aos clientes que utilizam suas soluções de ERP.

Embraer (EMBR3)

O BNDES aprovou uma linha de financiamento de até US$ 189 milhões para a exportação de jatos modelo E-175 fabricados pela Embraer no Brasil. O crédito será concedido à empresa norte-americana SkyWest para a aquisição.

Natura (NATU3)

A Natura registrou um lucro líquido de R$ 13,5 milhões no primeiro trimestre de 2019, seguindo o padrão contábil IFRS16. O resultado representa uma queda de 44,8% ante os R$ 24,3 milhões apurados no mesmo período do ano passado. Sem os efeitos do IFRS16, o lucro da Natura ficou em R$ 41,9 milhões nos três primeiros meses do ano, crescimento de 72,8% na comparação anual.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da fabricante de cosméticos no trimestre ficou em R$ 336,9 bilhões, alta de 5,6% em um ano. Entre as unidades de negócios, destaque para o crescimento do Ebitda da rede The Body Shop, de 41,7%, para R$ 81 milhões. Já a unidade Natura cresceu 3,6%, para R$ 259,5 milhões.

Já o Ebitda ajustado da Natura fechou o trimestre em R$ 330,8 milhões, com crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2018.

A receita líquida da Natura teve aumento de 8,5% em um ano, para R$ 2,915 bilhões. Também com ajustes, esse número passa para R$ 2,877 bilhões no trimestre, com crescimento de 7,1%.

O resultado financeiro fechou o trimestre com resultado negativo de R$ 145,7 milhões, uma melhora de 6,8% na comparação anual. A dívida líquida da Natura fechou março em R$ 5,507 bilhões, queda de 2,3% em um ano. A alavancagem da companhia, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, fechou o trimestre em 2,95 vezes, ante 3,32 vezes em março do ano passado.

IRB (IRBR3)

O IRB apresentou um lucro líquido de R$ 350,4 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma expansão de 38% sobre o resultado do mesmo período do ano passado. O volume de prêmios de resseguros somou R$ 1,764 bilhão, numa alta de 26,2%.

A empresa divulgou ainda seus guidances para 2019, que são de um avanço dos prêmio emitidos de 17% a 24%. Para o índice combinado ampliado, a projeção é que fique entre 69% e 73%. Já o índice de despesas administrativas deve ficar entre 4,6% e 5,2%. Os executivos comentam os resultados a partir das 11h00 durante teleconferência com analistas.

Odontoprev (ODPV3)

A Odontoprev teve lucro líquido de R$ 97,430 milhões no primeiro trimestre, cifra 18,9% superior ao resultado do mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado cresceu 14,2% no primeiro trimestre para R$ 121,4 milhões, com uma margem de 27,6% (-1,1 ponto porcentual).

Segundo a empresa, em março de 2019, houve ganho na demanda relativa ao Imposto sobre Serviços (ISS), com reversão na receita em R$ 13,8 milhões e efeito positivo no Ebitda em R$ 14,632 milhões, com redução de R$ 13,568 milhões no Ebitda ajustado. A receita líquida atingiu R$ 439,868 milhões no primeiro trimestre, alta anual de 18,8%. O índice de sinistralidade ficou 40,4% no trimestre, abaixo dos 41,9% de um ano antes.

Porto Seguro (PSSA3)

A Porto Seguro registrou lucro líquido de R$ 297,7 milhões, alta de 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado operacional de seguros, por sua vez, teve baixa de 30,1%, a R$ 172,9 milhões.

BR Distribuidora (BRDT3)

A Petrobras Distribuidora recebeu cinco ofertas de redes varejistas e de investidores interessados numa parceria para operar lojas de conveniência em seus postos, segundo informou o Estadão. Entre os interessados estão Lojas Americanas, IMC e Sapore.

Outras demais interessados são a Oxxo, controlada da Femsa, e o Family office Sforza, de Carlos Wizard Martins. O modelo exato da parceria para operar 1,4 mil lojas de conveniência está em discussão, mas a intenção é ampliar o total de lojas, uma vez que a BR conta com 8 mil postos de gasolina.

Em comunicado, a BR Distribuidora informou que não foi formalmente comunicada sobre qualquer decisão da Petrobras, segundo comunicado em resposta a pedido de esclarecimento da CVM sobre novas diretrizes aprovadas pela Petrobras para a gestão de seu portfólio.

A Petrobras não informou ao mercado sobre qualquer decisão formal e definitiva referente a estrutura da potencial venda ou da efetiva realização da oferta secundária, diz BR Distribuidora. A companhia não participa do processo de gestão do investimento da Petrobras, destacou ainda.

TIM (TIMP3), Vivo (VIVT4) e Oi (OIBR4)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, prometeu a executivos das operadoras de telefonia que vai tentar evitar novas sugestões ao marco legal das telecomunicações, de forma que a tramitação do projeto se dê da forma mais rápida possível. As teles temem que o texto, que favorece as principais companhias, seja “desconfigurado” no Senado e retorne à Câmara. O texto está há quatro anos no Senado.

Marfrig (MRFG3)

O conselho da Marfrig aprovou a emissão de notes, por sua controlada NBM, de até US$ 1 bilhão, com juros semestrais e prazo de sete anos.

(Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.