Vendas fracas da Cyrela contaminam ações de construtoras na Bovespa

Números prévios da Cyrela evidenciam que o setor desacelerou no período, aponta analista; Gafisa cai quase 4% e lidera perdas do Ibovespa

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Apesar do Ibovespa consolidar um movimento de alta na tarde desta terça-feira (15), as ações das empresas de construção apresentavam desempenho negativo na Bovespa, após a Cyrela (CYRE3) ter mostrado redução de lançamentos e vendas na prévia operacional do terceiro trimestre.

Primeira empresa do setor a revelar os dados operacionais do 3º trimestre, a Cyrela deixou claro que “houve desaceleração no mercado imobiliário”, aponta Ricardo Correa, diretor da Ativa Corretora. Divulgados na noite anterior, os lançamentos trimestrais da companhia recuaram 18,7% ante igual período do ano passado, para R$ 1,23 bilhão. Já as vendas contratadas caíram 22,5%, alcançando R$ 1,36 bilhão. Na comparação com dados divulgados pela Cyrela no segundo trimestre, as vendas contratadas da companhia caíram quase 38%, enquanto os lançamentos tombaram 30%.

Com isso, os papéis da Cyrela apresentavam queda de 1,18%, cotados a R$ 16,79, enquanto no mesmo horário o Ibovespa avançava 0,85%, para 54.631 pontos – as cotações foram compiladas entre 12h30 e 12h35. Outras empresas do setor que fazem parte do Ibovespa recuavam com ainda mais intensidade, como a Gafisa (GFSA3, R$ 3,51, -3,84%) e PDG (PDGR3, R$ 2,23, -1,76%). Ainda dentro do índice, as ações da Brookfield mostravam queda de 0,63% no mesmo momento, valendo R$ 1,59 cada, enquanto a Rossi (RSID3) via seus ativos subirem 0,29%, para, R$ 3,40.

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Algumas imobiliárias que não fazem parte do Ibovespa também registravam queda de mais de 1%: a Tecnisa (TCSA3, R$ 9,61, -2,04%), Even (EVEN3, R$ 8,62, -1,60%), Eztec (EZTC3, R$ 31,92, -1,18%) e Rodobens (RDNI3, R$ 13,73, -1,22%).

Vale mencionar que o IMOBíndice da BM&FBovespa que acompanha as ações do setor imobiliário, apresentava queda bem mais modesta, de apenas 0,57%, sofrendo menos em função do alto peso exercido pelas ações de BR Malls (BRML3, R$ 20,74, -0,48%), de shoppings, e BR Properties (BRPR3, R$ 18,62, -0,69%), de aluguéis corporativos. Com um perfil diferente do das grandes construtoras, essas empresas também operavam no campo negativo, mas com uma queda menos acentuada.

Cyrela
Em relatório sobre os dados divulgados na segunda-feira pela Cyrela, Correa chamou a atenção para a ausência de lançamentos do programa Minha Casa Minha Vida Faixa 1 no trimestre, acentuando a queda do Valor Geral de Vendas (VGV) total da companhia.

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O banco de investimento Espirito Santo ressaltou que os resultados vieram mais fracos que o esperado, e foram “desapontadores”.

Embora tenha avaliado a velocidade de vendas da Cyrela, de 18,4% no trimestre, dentro de uma faixa considerada saudável em função do baixo nível de estoque da empresa, os analistas do banco afirmaram que as perspectivas para a companhia podem ser mais duras.

“Vemos risco potencial para nossas atuais estimativas de lançamentos para 2013, de 6,5 bilhões de reais”, escreveram Eduardo Silveira e Gabriel de Gaetano.

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(Com Reuters)

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers