Varejo de moda: alta renda deve ter 1T24 pior, mas outros segmentos trazem melhoras

Base de comparação forte e mudanças tributárias impactam companhias como Soma e Arezzo, mas melhora do ambiente macro beneficia C&A e Lojas Renner

Equipe InfoMoney

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A Vivara (VIVA3) e a Guararapes, dona da Riachuello, são, nesta segunda-feira (6), as primeiras companhia do setor de varejo de moda a divulgarem seus resultados do primeiro trimestre de 2024. O período, para especialistas, deve ser marcado por uma piora para as companhias de alta renda, caso da primeira, mas as empresas mais ligadas às classes mais baixas devem ver alguma melhora na base anual.

A Arezzo (ARZZ3), também uma empresa que vende mais para a alta renda, divulga seu balanço no dia oito de maio, assim como o Grupo Soma (SOMA3). A Lojas Renner (LREN3), voltada à classe média, também publica seus números no dia oito, enquanto a C&A (CEAB3) o faz no dia nove. O Grupo SBF (SBFG3) divulga no 12 de maio e a Marisa (AMAR3) torna seu resultado público apenas na próxima semana, no dia 14 de maio.  

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“No segmento de consumo discricionário, esperamos que o crescimento dos players de alta renda desacelere, impactado por ajustes tributários, demanda mais fraca do canal business to business e base de comparação normalizada”, fala o time da XP Investimentos.

“Do lado negativo, esperamos que o primeiro trimestre de 2024 impacte a Arezzo e o Grupo Soma, principalmente à luz do desempenho medíocre esperado de receita para ambos, com apenas um ligeiro aumento de Ebitda [Lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês]”, corrobora o Bradesco BBI.

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As empresas que trabalham com fatias mais ricas da população sofreram menos ao longo do ano passado, já que seus clientes têm uma dependência menor do crédito para consumir. No entanto, questões como as alterações do PIS/Cofins e a base de comparação mais forte devem minguar as melhoras.

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Do lado do varejo mais focado em baixa renda, no entanto, alguma melhora é esperada.

“As empresas de baixa e média renda devem ter vendas mesmas lojas acelerando por ganho de volume, bem como expansão de margens com alavancagem operacional, enquanto os níveis de inadimplência devem continuar se estabilizando”, expõe a equipe da corretora.

Com seus clientes mais dependentes do crédito, o início do ciclo de queda dos juros deve trazer algum impacto para as empresas com maior exposição às classes mais baixas, tanto do lado do consumo quanto também melhorando suas carteiras próprias de crédito. Já no quarto trimestre de 2023 analistas, após a temporada de balanço, destacaram alguma melhora nessas frentes – que devem se perpetuar.

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No entanto, as companhias, apesar de algum avanço, devem continuar pressionadas. Esperamos que os resultados do primeiro trimestre de 2024 desbloqueiem uma revisão positiva do lucro por ação para C&A, já que a tendência operacional robusta do quarto trimestre provavelmente persistirá, e para o Grupo SBF, com uma solidificação da melhoria da rentabilidade”, contextualiza o BBI.

Confira as projeções da LSEG:

Receita líquidaEbitdaLucro líquido
GuararapesR$ 1,3 bilhãoR$ 152 milhõesR$ -95,5 milhões
VivaraR$ 442,9 milhõesR$ 173,3 milhõesR$ 28,5 milhões
ArezzoR$ 1,08 bilhãoR$ 175,1 milhõesR$ 52,9 milhões
Lojas RennerR$ 2,7 bilhõesR$ 210,1 milhõesR$ 76,8 milhões
Grupo SomaR$ 1,2 bilhãoR$ 154,9 milhõesR$ 27,6 milhões
SBFR$ 1,4 bilhãoR$ 180 milhõesR$ 28 milhões