Vale (VALE3) chega a bater R$ 70 com minério e visões mais positivas para empresa; ação ameniza, mas fecha em alta

Ação registra alta de cerca de 15% desde meados de agosto

Equipe InfoMoney

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A Vale (VALE3) voltou a superar os R$ 70 pela primeira vez desde o fim de julho, com um rali em meio à visão mais positiva para a companhia e um cenário mais positivo para o minério (após muitos temores com a economia da China). A ação, contudo, fechou em alta mais modesta, de 0,74%, a R$ 69,40, depois de ter chegado a R$ 70,05 na máxima do dia, avanço de 1,68%.

Nesta segunda, o minério teve uma alta modesta, em meio ao otimismo com relação a medidas de apoio da China, principal produtor mundial de aço, ao setor imobiliário local em dificuldades.

A China está preparada para tomar novas medidas, incluindo o relaxamento de restrições a compra de casas, enquanto se esforça para enfrentar uma crise cada vez mais profunda em seu setor imobiliário endividado, informou a Reuters na sexta-feira, citando quatro pessoas familiarizadas com o assunto.

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A reportagem foi divulgada depois que os reguladores relaxaram na semana passada os critérios para hipotecas de primeira casa, enquanto algumas cidades na China disseram que permitiriam que os compradores de imóveis desfrutassem de empréstimos preferenciais para a compra de uma primeira casa, independentemente dos registros de crédito.

O contrato de outubro mais ativo do minério de ferro na Bolsa de Cingapura subiu 0,4%, para US$ 114,40 por tonelada, após atingir mais cedo US$ 116,10, o nível mais forte desde 3 de abril. Já o minério de ferro mais negociado em janeiro na Bolsa de Commodities de Dalian, da China, encerrou as negociações do dia com alta de 0,1%, a 844,50 iuanes (US$ 116,20) por tonelada, abaixo da máxima de 865,50 iuanes atingida no início da sessão.

Na sexta, a ação VALE3 disparou 5,85% após o JPMorgan elevar a recomendação de neutro para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), em relatório chamado “mudança de maré”.

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Além do valuation mais atrativo, com a ação negociada agora a um múltiplo de 4,2 vezes o EV/Ebitda (EV = Enterprise Value, a soma do valor de mercado das ações de uma companhia com a dívida líquida dessa empresa/ Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) esperado para 2024, ante um pico de 5,9 vezes no início de fevereiro deste ano, o JPMorgan também destaca outros pontos para a elevação da recomendação.

Segundo os analistas do banco, embora o setor imobiliário esteja pouco animador, a China tem produzido aço em excesso – as exportações estão em 84 milhões de toneladas por ano (Mtpa). À medida que a China produz aço em excesso, ela consome minério de ferro em excesso.

Cabe destacar que, nos últimos dias, algumas casas, como o Bradesco BBI e o BTG Pactual, têm destacado a sua visão positiva para a Vale, tanto pela resiliência do minério de ferro quanto pelos sinais de dias melhores para as operações da companhia.