Vale (VALE3) busca resolução final até o 1º semestre de 2024 sobre reparação da Samarco

Mineradora afirma que cumpre o Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) acordado com o poder público

Augusto Diniz

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A Vale (VALE3) apresentou nesta sexta (27) os resultados do 3T23 a analistas. Além de tratar sobre o desempenho financeiro e operacional, os executivos esclareceram sobre o processo de reparação de danos causados pelo rompimento, em 2015, da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), em meio à pressão do ministério público para colocar um ponto final de discussões sobre o caso.

Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale, disse que a mineradora tem buscado uma solução para encerrar o caso. “Esperamos que não esse ano, mas no primeiro semestre do ano que vem já conseguiremos uma resolução para isso. Com isso, iremos resolver algumas disputas, alguns litígios que temos visto. Essa é a nossa expectativa”, disse durante a teleconferência.

“A Samarco (joint venture de propriedade da Vale e BHP) está trabalhando com afinco. Estamos desempenhando muito bem as obrigações que assumimos no TTAC (Termo de Transação e Ajustamento de Conduta). 80% das resoluções de casas já foram resolvidas. Reembolsamos centenas de famílias, as coisas estão avançando e continuaremos avançando”, complementou.

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Na apresentação dos resultados, o CEO destacou que a mineradora tinha descaracterizado a 13ª barragem construída a montante, dentro do programa de prevenção após o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em 2019.

Vale (VALE3) cita expectativas para 4T23

Sobre o desempenho operacional, Bartolomeo garantiu entregar uma produção sólida no 4T23. A empresa foi muito atingida pelos custos no 3T23, que aumentaram refletidos pelo preço maior de frete.

No caso do frete, ele se refere ao bunker (óleo usado no transporte marítimo). Além disso, ele cita os baixos prêmios pagos com a venda de minério como outro fator que afetou o trimestre.

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Spinelli diz que a empresa prevê custo caixa menor no 4º trimestre. A mineradora espera também reduzir ainda mais o “gap” entre produção e vendas no 4º trimestre – a expectativa é até de as vendas serem maiores do que a produção no período.

Outro ponto tratado por Spinelli foi sobre estratégia da empresa em meio as dificuldades na China. Segundo ele, a mineradora busca diminuir a exposição à China e vê o mercado dos Estados Unidos, do México, entre outros, como foco potencial.

Recuperação chinesa

No entanto, a mineradora continua firme apostando na recuperação chinesa.

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“Os estímulos na China vão apoiar uma margem e prêmio melhor do minério de ferro de Carajás. Essa é a nossa imagem de longo prazo, concentrando na minimização de custo e trabalhando na transição para reequilibrar o preço na China”, comentou o diretor.

“Temos uma visão otimista com a China; está claro que o governo está apoiando e dando sinais que querem manter a meta do PIB”, acrescentou.

O executivo crê que a plataforma de desenvolvimento de manufatura na China exigirá aço de qualidade, citando também o foco naquele país na descarbonização e produtos verdes, como veículos elétricos.

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“Vale continua a acreditar em sólidos fundamentos que sustentam demanda por produtos de alta qualidade”, justificou Spinelli.