Vale (VALE3) aponta que haverá impacto no mercado de pelotas com a crise na Ucrânia

Impacto é observado principalmente neste mercado, enquanto há especulações sobre o nível; companhia também abordou transição energética

Augusto Diniz

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Em teleconferência de resultados do quarto trimestre, a Vale (VALE3) falou sobre o impacto da guerra envolvendo Ucrânia e Rússia nas commodities.

Marcelo Spinelli, vice-presidente executivo de Ferrosos, destacou que o conflito poderá levar a uma alta nos preços no mercado de pelotas, uma vez que que a produção global é de 120 milhões de tonelada ao ano. A Rússia representa 10 milhões de toneladas ao ano de produção e a Ucrânia, 15 milhões  – ou cerca de 30% do mercado mundial.

“Tem impacto. A grande questão é o tempo que vai demorar essa tensão. O impacto primário, diria que é muito mais voltado às plantas do leste europeu, que têm relação muito mais direta. E as plantas mais do lado ocidental têm alternativa”, disse o executivo.

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“Já recebemos ligações de nossos clientes europeus e do leste europeu, mas no primeiro momento, o impacto vai ser uma redução de produção e o preço de prêmio de pelotas deve reagir”, avaliou.

No entanto, pontuou, a empresa já está com prêmios fechados para o trimestre. Mas, dependendo da extensão do problema, provavelmente haverá um impacto registrado no trimestre seguinte.

Com relação ao níquel, Eduardo Bartolomeu, CEO da Vale, disse que a questão sobre preços ainda é especulativa. Isso porque antes tensão geopolítica os preços do níquel já estavam sendo impactados por questões de oferta e demanda.

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A empresa ainda afirmou que espera recuperar a produção prejudicada com as chuvas no início do ano, com a projeção de minério de ferro para 2022 entre 320 e 335 milhões de toneladas produzidas. Informou ainda que 30 milhões de toneladas serão adicionadas à capacidade de produção com a entrada em operação das plantas de filtragem de rejeitos nas barragens de Itabiruçu e Torto, ambas em Minas Gerais, mais no final de 2022. A produção de minério de ferro de 2021 foi de 315,6 milhões de toneladas.

Spinelli ainda ressaltou que o aço será fundamental na transição energética, para qualquer infraestrutura necessária para sua viabilidade. A empresa já produz níquel e cobre, metais essenciais na transição energética. Mas deixou claro que o aço também terá papel importante em suportar projetos na área.

Especificamente na indústria siderúrgica, ressaltou ainda a redução do uso do alto-forno nos moldes de hoje, com incremente do gás natural e, no segundo momento, o hidrogênio como fonte de energia.

Eliminação de barragens

Bartolomeo, diretor-presidente da Vale ainda deu um panorama no programa de redução de riscos das operações da mineradora.

“Na gestão de barragens, passamos teste importante no início do ano, com chuvas muito acima do esperado – choveu 30% a mais do que se era esperado chover em 12 dias”, disse. “Nesse cenário difícil, nossa barragens mostraram resiliência e desempenho muito bom”.

Segundo o executivo, segue essencial o programa para eliminar barragens a montante das plantas de mineração da empresa. “De um total de 30, já eliminamos sete. Em 2022, eliminaremos mais cinco. Até 2025, teremos eliminado 2/3 de nossas estruturas a montante”, informou. “Esses projetos são complexos e em alguns casos, pioneiros. Por isso, ajustamos nossas provisões após algumas revisões técnicas”, disse.

Moatize: espera fechar venda no 1º semestre

A Vale tem previsão de fechamento de venda da planta de carvão de Moatize, na província de Tete, em Moçambique, ainda no primeiro semestre desse ano, dentro do plano de desinvestimentos e otimização do portfólio. O acordo já foi assinado com a Vulcan Minerals no final do ano passado e inclui o Corredor Logístico Nacala, no mesmo país. O valor do negócio é de US$ 280 milhões.

O CEO da Vale disse ainda que espera manter o custo fixo para esse ano na empresa, apesar de todos os efeitos negativos da inflação, incluindo o diesel. Para isso, a empresa informou realizar redesenho e simplificação organizacional da área de metais básicos, otimização de serviços através de melhor planejamento, controle nas operações do Atlântico Norte, entre outros.

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