Vale pode subir 43%, Magazine Luiza cara e mais análises da XP após encontro com 50 empresas

Confira o que pensam os analistas da XP Investimentos depois de evento com empresários e investidores

Ricardo Bomfim

Minério de ferro da Vale (Agência Vale)

SÃO PAULO – Depois de fazer uma conferência com mais de 50 empresas, a XP Institutional Meetings, analistas da XP Investimentos destacaram quais serão as ações mais interessantes de serem acompanhadas em cada setor.

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Enquanto Vale volta a chamar atenção com expectativa de uma mais forte geração de fluxo de caixa, as projeções para Magazine Luiza não são tão animadoras pois, embora a companhia esteja indo na direção certa em termos de gestão, o preço de seus papéis já subiu muito, reduzindo o espaço para mais altas.

Confira as principais previsões e acesse o relatório completo clicando aqui:

Energia elétrica

A ação da AES Tietê (TIET11) tem recomendação de compra da XP com uma estratégia combinada de fusões e aquisições e desenvolvimento de serviços e soluções para empresas. Essa segunda área se explica pela expectativa de um aumento no número de consumidores no mercado livre de energia.

Do lado das fusões e aquisições, a ideia da companhia é focar em energias renováveis, em especial a eólica e a solar.

“Apesar de enxergar um retorno elevado no setor de geração distribuída, tal segmento não é o foco da companhia, mas uma linha adicional de soluções para seus clientes”, avalia a equipe de análise da XP.

Quem também é compra é Copel (CPLE6), que vive um bom momento por conta das expectativas pela venda da Copel Telecom, que deve ser finalizada até março de 2020.

Outro ponto a destacar é o aumento do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da empresa após a demissão de 500 funcionários em 2018 por meio de um Plano de Demissão Voluntária (PDV).

“Com a redução do endividamento da Copel, o pagamento de dividendos deveria ser maior ante o mínimo de 25% do lucro. Tal movimento deve se acelerar após haver maior clareza sobre a renovação da concessão da Usina Hidrelétrica de Foz da Areia, e os impactos do pagamento da outorga para o endividamento da companhia”, diz a XP.

A última ação em bom momento para compra é a da Equatorial (EQTL3), cujos resultados devem melhorar em meio à implementação das ações de combate a perdas da companhia. “Dentre essas, destacam-se ações que limitam o acesso de consumidores a redes, como linhas mais altas e monitoramento inteligente.”

Varejo e shoppings

Novamente, quem chama a atenção é Magazine Luiza (MGLU3), mas desta vez não totalmente pelo lado positivo. A XP coloca recomendação neutra para a ação da companhia, que busca melhorar a experiência de compra do cliente e está superando as expectativas nas sinergias com a Netshoes.

“Além da ampliação do sortimento para as categorias de vestuário e cosméticos, uma das vantagens da aquisição é o acesso a uma base nova de clientes, uma vez que quase dois terços dos 6 milhões de usuários ativos da Netshoes não estão na base da Magazine Luiza”, revela o relatório.

Apesar disso, a XP não vê potencial significativo de alta para o papel no patamar atual, que já reflete grande parte do crescimento esperado. O preço-alvo é de R$ 39 por ação.

brMalls (BRML3), por sua vez, tem recomendação de compra, em fase de conclusão há quase dois anos da sua estratégia de reciclagem de portfolio.  “A empresa está passando por uma transformação digital, com um modelo de integração do online com o offline (múltiplos canais de venda)”, explicam os analistas.

A operação da Br Malls junto a centros de delivery também está ganhando fortes parceiros como Mercado Livre, iFood, Rappi e UberEats.

Transporte e bens de capital

A Azul (AZUL4) também tem recomendação de compra, pois reforçou sua oferta de assentos com a introdução de jatos maiores nos voos. Também é boa perspectiva para a empresa o espaço para crescer na ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo.

Também em transporte, mas dessa vez no chão, a Movida (MOVI3) não acredita que o Projeto de Lei da Venda Direta, que proíbe a revenda de veículos adquiridos diretamente das montadoras em menos de dois anos após a aquisição, prospere.

A XP recomenda compra nas ações da locadora, que vê potencial de crescimento no segmento de veículos de aplicativo e tendência de maior competição entre suas concorrentes.

Alimentos e bebidas

O papel da maior empresa do setor, Ambev (ABEV3), não tem muito espaço para subir na avaliação da equipe de análise. Os preços aos consumidores foram elevados em julho e os concorrentes não seguiram a tendência de repasse dos custos das matérias-primas. Em meio a uma recuperação econômica ainda claudicante no Brasil, esse fator deve pressionar os volumes de vendas no terceiro trimestre.

Para enfrentar o cenário desafiador, a empresa, que já mais que provou a qualidade da sua gestão, deve focar em inovação e tecnologia, melhorando a experiência do consumidor. A ideia é enfrentar o desafio de se aproximar do cliente, uma característica que não faz parte da história da companhia, que sempre teve muitos intermediários nessa relação.

Já o frigorífico BRF (BRFS3) tem boas chances de seguir colhendo os frutos das altas nos preços de carnes diante da peste suína africana na China. A empresa busca parceiros na Arábia Saudita, que tem fechado seu mercado a outros países como a Ucrânia.

O endividamento em queda é outro trunfo da BRF para destravar valor aos seus acionistas. “Alavancagem já recuou de 5,6 vezes [no múltiplo dívida líquida dividido pelo Ebitda] no primeiro trimestre de 2019 para 3,7 vezes no segundo trimestre de 2019. A empresa reiterou sua meta de atingir 3,15 vezes no fim de 2019, podendo ser ainda mais beneficiada pelos impactos positivos do mercado de proteínas para a geração de caixa.”

No mesmo segmento, Marfrig (MRFG3) também será beneficiada pelo cenário de peste suína, que impulsiona as exportações. Das 14 plantas da Marfrig no Brasil, 5 delas são capazes de exportar para a China, com mais de 50% dos volumes sendo destinados ao páis asiático.

Mineradoras

A Vale (VALE3) tem recomendação de compra pela XP com destaque para a sólida geração de fluxo de caixa em 2019, estimado entre US$ 6,5 bilhões e US$ 9,4 bilhões.

“De acordo com a Vale, a sustentação de uma forte geração de caixa adiante traz várias oportunidades para alocação de capital e a Vale vai continuar a analisar e explorar as opções de forma disciplinada, contando com o progresso da reparação dos danos da tragédia de Brumadinho e reconhecimento da sociedade”, aponta o research.

Segue prioridade da mineradora reparar os impactos da tragédia que ocorreu em janeiro. Nove barragens a montante já estão sendo descomissionadas, com custo provisionado de US$ 2 bilhões.

Seguradoras

Salta aos olhos no setor a ação da Sulamerica (SULA11), que tem seu plano “Direto Sampa” com diferencial na contratação da rede de médicos e preços mais baixos. O objetivo da empresa é expandir as condições especiais para pequenas e médias empresas.

Outra meta é reduzir a frequência de uso, visando parcerias com médicos alinhados com o protocolo da SulAmérica, oferta de uma rede de hospitais de qualidade, preços competitivos e criação de um fluxo de informações clínicas integrado junto aos dados do Dr. Consulta e do Oswaldo Cruz, principais atuantes do Direto Sampa.

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Empresa Ticker Recomendação Preço atual* (R$) Preço-alvo (R$) Upside
AES Tietê TIET11 Compra 11,83 16,00 35,25%
Cemig CMIG Neutra 13,74 15,00 9,17%
Copel CPLE6 Compra 49,61 65,00 31,02%
Equatorial EQTL3 Compra 98,90 100,00 1,11%
Magazine Luiza MGLU3 Neutra 39,06 39,00 -0,15%
BR Malls BRML3 Compra 14,00 17,00 21,43%
Azul AZUL4 Compra 49,35 60,00 21,58%
Movida MOVI3 Compra 14,44 19,00 31,58%
Weg WEGE3 Neutro 23,15 19,70 -14,90%
Ambev ABEV3 Neutro 18,43 21,00 13,94%
Marfrig MRFG3 Compra 11,45 10,00 -12,66%
BRF BRFS3 Compra 36,58 47,00 28,49%
CSN CSNA3 Neutro 13,16 19,00 44,38%
SulAmérica SULA11 Compra 47,50 43,00 -9,47%
Vale VALE3 Compra 47,42 68,00 43,40%
*Cotações de 10/10/2019

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.