Vale ON desaba 6%, Petrobras cai 3%, frigoríficos disparam até 6% e call do “Visão Técnica” sobe 4%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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Vale (VALE3, R$ 27,36, -5,66%; VALE5, R$ 26,06, -4,51%)
As ações da Vale afundam pregão, na esteira do movimento do minério de ferro. A commodity negociada no porto chinês de Qingdao caiu 4,10% nesta segunda-feira, a US$ 81,57 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian registraram baixa ainda mais expressiva, de 5,17%, a 550 iuanes.

Acompanham a queda as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 20,17, -4,09%) – holding que detém participação na Vale – e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 10,91, -2,15%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,90, -2,58%), Usiminas (USIM5, R$ 3,95, -2,47%) e CSN (CSNA3, R$ 9,68, -1,12%). 

No radar, a Vale anunciou que o Tribunal Distrital dos Estados Unidos no Distrito Sul de Nova York emitiu decisão julgando extinta a ação com relação à maior parte dos pedidos aduzidos contra ela e o Diretor-Presidente Murilo Ferreira.

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“A pequena parte da ação que permanece é limitada a algumas declarações relativas à mitigação de risco que constaram nos Relatórios de Sustentabilidade da Vale em 2013 e 2014, e declarações isoladas a respeito da responsabilidade da Vale pelo rompimento da barragem de Fundão, feitas durante uma única conferência telefônica em novembro de 2015”, explicou a companhia em nota.

A companhia ainda deve receber na semana uma lista com possíveis nomes para assumir a presidência da empresa, segundo um membro do governo com conhecimento do assunto. Os nomes ainda não chegaram à mesa do presidente Michel Temer e é pouco provável que seja anunciado nesta semana, disse uma fonte à Bloomberg.

Petrobras (PETR3, R$ 13,77, -2,82%;PETR4, R$ 13,08, -2,97%)

As ações da Petrobras caem nesta sessão, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional. Os contratos do petróleo Brent registravam queda de 0,79%, a US$ 50,40 o barril, enquanto os do WTI recuavam 1,21%, a US$ 47,39 o barril. 

Ontem, durante o programa “Estudo de Domingo”, que é exibido semanalmente na InfoMoneyTV, o analista técnico André Moraes, da Clear Corretora, comentou sobre uma oportunidade de venda nas ações PNs da estatal. A entrada seria nos R$ 12,89, com alvo nos R$ 10,18, o que daria um potencial de ganho de 26% na operação (veja aqui a análise). 

No radar, a empresa anunciou ao mercado nesta segunda-feira a aprovação do conselho para a recondução de Pedro Parente para um novo mandato na presidência, agora de dois anos. Parente foi eleito em maio de 2016 para continuar a gestão de Aldemir Bendine.

Vale destacar que a companhia realiza Assembleia Geral Extraordinária, Rio de Janeiro,  às 15h. Entre outros assuntos, estão a alienação de 100% das ações detidas pela cia. na Petroquímica Suape e na Citepe para o grupo PetroTemex e Alpek por US$ 385 milhões. 

Frigoríficos 

As ações dos frigoríficos JBS (JBSS3, R$ 11,31, +3,29%), BRF (BRFS3, R$ 37,29, +4,16%), Minerva (BEEF3, R$ 10,13, +5,74%) e Marfrig (MRFG3, R$ 6,07, +2,88%) têm alta hoje após o Brasil ter conseguido reverter as restrições à carne na China, Chile e Egito. 

Papel e celulose 

As ações do Suzano (SUZB5, R$ 12,89, +0,16%) operam próximas do zero a zero, apesar de duas notícias positivas no radar: reajuste do preço da celulose na Europa e América do Norte (na esteira do anúncio de aumento de preço na China) e a alta do dólar frente ao real nesta sessão. Neste momento, o dólar comercial registrava alta de 0,70%, a R$ 3,1302 na venda. As ações de seus pares na Bolsa – Fibria (FIBR3, R$ 27,42, -1,47%) e Klabin (KLBN11, R$ 14,36, +0,77%) – operam em queda hoje. 

A Suzano anunciou aumento de preços na Europa e América do Norte a partir de 1° de abril. Em resposta a perguntas feitas pela Bloomberg, a companhia disse que a celulose de eucalipto subirá para US$ 780,00 a tonelada na Europa e para US$ 960,00 a tonelada na América do Norte. Conforme o comunicado anterior da empresa, os preços na China sobem para US$ 660,00 a tonelada a partir 1° de abril.  

Sanepar (SAPR4, R$ 11,41, +2,33%)

 A “novela mexicana” envolvendo a Sanepar na Bovespa entrou em sua reta final na última sexta-feira (24), quando foi realizada a tão esperada audiência pública no Paraná para que população, acionistas, investidores, políticos e órgãos reguladores pudessem expor seus argumentos sobre qual deve ser o veredicto final sobre o reajuste tarifário a ser implementado para a companhia paranaense de saneamento para os próximos anos. E pelo que o InfoMoney ouviu dos participantes do evento, o resultado foi bem melhor do que o esperado.

“Achei que a audiência foi surpreendentemente positiva, a Sanepar recebeu pouquíssimas críticas, soube se posicionar muito bem principalmente ao usar argumentos técnicos e quase todas as associações presentes apoiaram a empresa”, disse um gestor de investimentos que participou da audiência. A audiência, prevista para acontecer das 19h às 21h, durou até quase 22h pelo excesso de participantes. “Tinham muitos investidores, tanto que nem deu tempo de todos falarem”, conta o gestor. 

O ponto negativo para o mercado ficou com o discurso do presidente da Agepar, Cezar Silvestri, que veio defender que o diferimento de 8 anos foi uma escolha mais subjetiva do que técnica, pois o Brasil está em crise. Segundo um dos investidores que participou da audiência, esse argumento não é sustentável pois, se você aliviar as contas agora, significa que lá na frente vai ter que cobrar muito mais. “O objetivo de um agente regulador é preocupar-se com o pagamento da população a todo momento. Então se você tá sendo bonzinho agora, no final a conta vai ter que ser mais alta para compensar”, argumenta.

Mas no geral, este gestor acredita que o saldo foi bastante positivo para quem aposta numa virada de jogo a favor da Sanepar: no lado da empresa, ele elogiou a apresentação de dados técnicos que mostram quantos reais você economiza com investimentos em saúde para cada um real aplicado em saneamento (algo na faixa de 4 reais economizados para cada 1 real investido), “o que deixa claro a ideia de que ‘não existe almoço grátis'”. Do lado das associações, 3 das 4 que falaram elogiaram a Sanepar, “o que foi uma surpresa positiva”. Do lado dos políticos, dois dos que falaram eram ligados ao ex-governo Roberto Requião (PMDB) e criticaram o reajuste, “o que já era esperado”, diz.  “Ainda não tem como fazer uma leitura mas eu estou animado que possa ter uma virada de jogo”, concluiu o gestor, que foi para Curitiba apenas para participar da audiência.

Outro participante da audiência, o estrategista-chefe da consultoria Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, disse que a audiência foi muito boa para a Sanepar e espera, no mínimo, uma redução no diferimento de 8 anos – o que já ajudaria a corrigir boa parte da queda dos papéis SAPR4 na Bolsa em março. “Acredito que a precificação atual da Sanepar está muito longe do seu fundamento, e uma alteração que pode vir do resultado da audiência tende a fazer o mercado aproximar muito mais o preço da ação do valor real”, afirma Netto. Confira a notícia completa clicando aqui. 

Profarma (PRFM3, R$ 10,55, +3,94%)
No “Visão Técnica” da última sexta-feira, o analista técnico Fernando Goes, da Clear Corretora, recomendou a compra das ações da Proforma, com entrada nos R$ 10,15 e alvo até os R$ 13,00/R$ 13,50, o que daria um potencial de ganho de 33% (clique aqui e veja a análise completa). Hoje, os papéis abriram em forte alta na Bovespa, atingindo no ponto máximo do dia valorização de 6,8%, a R$ 10,85. 

B2W (BTOW3, R$ 11,64, -2,07%)
A B2W aprovou em assembleia extraordinária de acionistas no sábado (25), um aumento de capital de R$ 1,21 bilhão, com emissão de 110 milhões de novas ações da companhia de comércio eletrônico. O preço por ação será de R$ 11, com desconto de 14,5% em relação à media ponderada do valor do papel entre 6 de fevereiro e 8 de março deste ano, de forma a “estimular a adesão dos acionistas da companhia ao aumento de capital”. Os acionistas terão o direito de  preferência na subscrição das novas ações emitidas, na proporção de suas participações no capital da B2W em 25 de março. 

CCR (CCRO3, R$ 17,67, -0,84%)
A CCR informou que seu acionista minoritário João Carlos de Magalhães indicou Mailson da Nóbrega para participar de uma eleição em separado – prevista para 11 de abril – ao cargo de membro efetivo do conselho de administração da empresa. Mailson foi, entre 1988 e 1990, ministro da Fazenda e já ocupou por duas vezes o cargo de secretário-geral da pasta.

Atualmente, ele é sócio e diretor da Tendências Consultoria Integrada, empresa de consultoria econômica e política, e é membro do conselho de administração de Grendene, Banco Pine, Rodobens Negócios Imobiliários, Cosan e Fertilizantes Heringer.

Cesp (CESP6, R$ 17,89, -2,13%)
A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) registrou um lucro líquido de R$ 25,562 milhões no quarto trimestre de 2016, revertendo o prejuízo de R$ 360,67 milhões anotado em igual etapa de 2015. No ano, o ganho consolidado da geradora paulista foi de R$ 305,095 milhões, ante prejuízo de R$ 61,357 milhões reportado no ano anterior.

Segundo a companhia, o resultado se deve, entre outros motivos, à redução de despesas, principalmente com energia comprada e encargos setoriais, incluindo o uso do sistema de transmissão, a diminuição de despesas com pessoal, material, serviços de terceiros e outras, a redução em provisões registradas na rubrica outras despesas líquidas (ante provisão ativo contingente de R$ 580,8 milhões das usinas Ilha Solteira e Jupiá, em 2015); e pela valorização do real perante o dólar americano no exercício.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou em R$ 37,908 milhões entre outubro e dezembro, somando R$ 585,773 milhões no ano, em relação aos R$ 310,8 milhões negativos reportados nos últimos três meses de 2015 e aos R$ 909,88 milhões reportados no ano anterior. O Ebitda ajustado pela provisão para riscos legais e ativo contingente ficou em R$ 165,38 milhões no quarto trimestre, totalizando R$ 911,678 milhões no ano, o que corresponde a queda de 52,8% e 47,6% na comparação com o anotado nos respectivos períodos do exercício anterior. A margem Ebitda ajustado recuou 1,6 ponto porcentual no trimestre, para 47,9%, e 4,3 p.p. no ano, para 54,6%.

A receita operacional somou R$ 345,4 milhões entre outubro e dezembro, uma redução de 51,2% em relação aos R$ 707,9 milhões do mesmo período do exercício anterior. Em 12 meses, a receita alcançou R$ 1,668 bilhão, baixa de 43,5%.

Conforme destacou a companhia, a redução na receita é reflexo da menor garantia física da companhia em 2016, decorrente do término da concessão, em 7 de julho de 2015, das usinas Ilha Solteira e Jupiá, bem como o término, no segundo semestre de 2016, do período de “operação assistida” destas usinas, no regime de cotas.

O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 9,64 milhões no quarto trimestre de 2016, ante R$ 533 mil positivos um ano antes. No acumulado em 12 meses, 2016 gerou uma receita financeira líquida de R$ 135,3 milhões, ante R$ 358,7 milhões negativos de 2015. 

De acordo com o BTG Pactual, o balanço foi fraco, impactado principalmente pelo aumento nas provisões. Contudo, os analistas do banco seguem com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19,00 em meio ao call de privatização.