Vale e siderúrgicas desabam até 9%; Cemig cai 4% após balanço e banco afunda 10% com laudo sobre OPA

Confira os principais destaques de ações da bolsa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – A derrocada do minério de ferro, que puxou para baixo as ações da Vale nesta quarta-feira (12), deu um tempero extra à tensão que já era vista no mercado no final da sessão de ontem, com a quebra do sigilo da “delação do fim do mundo” e a divulgação da lista de políticos com investigação autorizada pelo relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin. 

Com o minério de ferro caindo 8% na China, na sua quinta queda seguida, as ações da Vale afundaram mais de 4% nesta sessão e figuraram, junto com as siderúrgicas, entre as maiores perdas do Ibovespa. Lideraram o movimento negativo as ações da CSN, com desvalorização de 9%. 

Os papéis da Cemig também afundaram hoje (-3,85%), após a empresa divulgar – depois de alguns adiamentos – o balanço do 4° trimestre, que foi considerado fraco pelo mercado. Na mínima do dia, as ações caíram 5,06%, a R$ 9,38.

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Confira abaixo os principais destaques de ações da bolsa nesta sessão:

(VALE3, R$ 27,42, -4,33%; VALE5, R$ 26,04, -4,41%)

Os papéis da Vale caíram forte, reagindo ao recuo de 8,5% do minério de ferro no mercado à vista na China e de 3,44% nos mercados futuros. A holding da companhia, a Bradespar (BRAP4, R$ 18,97, -5,67%) afundou junto. Os futuros do aço também caíram, após um movimento das siderúrgicas chinesas para reduzirem os seus preços em uma tentativa de desovar o excesso de estoques. O contrato de vergalhão de aço para entrega em maio caiu 3,5%, a 2.893 iuanes. Acompanhando esse movimento, estiveram as ações de companhias do setor siderúrgico, com Gerdau (GGBR4, R$ 9,52, -5,08%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,15, -4,16%), Usiminas (USIM5, R$ 3,79, -4,53%) e CSN (CSNA3, R$ 7,66, -8,70%). 

Hoje, o analista técnico Danilo Zanini, da XP Investimentos, abriu uma venda nas ações PNs da Vale, com alvo em R$ 23,70 (veja aqui). 

No radar da CSN, outra notícia em destaque. Em delação premiada, Marcelo Odebrecht afirmou que, a pedido do empresário Benjamin Steinbruch, da companhia siderúrgica, repassou R$ 14 milhões ao ex-ministro Antonio Palocci e outros R$ 2,5 milhões para Paulo Skaf, atual presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). Segundo Odebrecht, os pagamentos foram feitos em razão de compromisso assumido por Steinbruch com o Partido dos Trabalhadores (PT). As informações constam em pedido analisado por Edson Fachin.

Vale destacar ainda que os mercados acionários da China caíram hoje, uma vez que os dados mais fracos de inflação ao produtor levantaram questões sobre a sustentabilidade da recuperação econômica do país e com algumas ações que tiveram alta com os planos de uma nova zona econômica perdendo força. A inflação dos preços ao produtor da China desacelerou pela primeira vez em sete meses em março, justamente em meio à queda dos preços do minério de ferro e do carvão, pressionados pelos temores de que a produção de aço do país esteja superando a demanda e ameaçando um excesso de metal neste ano. 

Petrobras (PETR3, R$ 15,19, -0,39%; PETR4, R$ 14,65, -0,20%)
As ações da Petrobras viraram para queda na reta final do pregão, pressionadas pelos preços do petróleo no mercado internacional. Lá fora, os contratos futuros do Brent registravam baixa de 1,01%, a US$ 55,66 o barril, enquanto os do WTI caíam 0,92%, a US$ 52,90 o barril. 

Braskem (BRKM5, R$ 32,70, -2,18%)

A ação da Braskem caiu em meio à divulgação da lista de inquéritos abertos na Lava Jato contra cerca de uma centena de políticos. Segundo o MP, os colaboradores narraram o desenvolvimento das relações institucionais entre o grupo Odebrecht e o governo, a criação do setor de Operações Estruturadas, a criação da Braskem. 

Sanepar (SAPR4, R$ 10,80, -6,09%)
As ações da Sanepar desabaram em meio à decisão da Agepar (Agência Reguladora do Paraná) sobre a revisão tarifária da companhia, que ocorreu nesta quarta-feira de manhã. O relator da revisão tarifária votou por um diferimento de 8 anos (que já constava na revisão tarifária preliminar e fez com que as ações caíssem forte), mas com um reajuste inicial maior do que o proposto pela agência no início de março, de acordo com uma fonte ouvida pelo InfoMoney. Assim, o reajuste inicial proposto foi de 8,53%, ante 5,7% da revisão inicial e, nos próximos sete anos, o reajuste será a 2,11% acima da inflação. Os demais conselheiros votaram com o relator. 

As ações de seus pares na bolsa – Copasa (CSMG3, R$ 45,80, -2,35%) e Sabesp (SBSP3, R$ 32,55, +0,77%) – fecharam em sentidos opostos. 

Cemig (CMIG4, R$ 9,50, -3,85%)
As ações da Cemig afundaram nesta sessão, após divulgação de um balanço fraco no 4° trimestre. Segundo o BTG Pactual, o resultado decepcionou tanto área de distribuição quanto na geração e transmissão, mesmo ajustando os números pelos impairments do trimestre. Vale lembrar que a empresa adiou algumas vezes a divulgação dos números trimestrais. 

A Cemig apresentou prejuízo líquido de R$ 299 milhões no quatro trimestre de 2016, revertendo lucro de R$ 566 milhões no mesmo período do ano anterior, após ajustes contábeis pela desvalorização de seus investimentos na Renova Energia, empresa de geração renovável. No acumulado do ano, a Cemig obteve lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 335 milhões de reais, com retração de 86% ante o resultado de R$ 2,5 bilhões de reais em 2015.

Gol (GOLL4, R$ 9,88, -4,08%)

As ações da Gol caíram forte após dispararem 6,63% ontem. Isso porque o otimismo que carregou a alta das ações durante praticamente todo o pregão foi quebrado nos últimos minutos de negociação na bolsa, após o governo anunciar que desistiu da Medida Provisória e vai um projeto de lei ao Congresso prevendo a elevação do limite de participação de capital estrangeiro nas aéreas brasileiras, de 20% para 100%. A decisão surpreendeu negativamente porque os efeitos de uma medida provisória – como havia sido informado anteriormente – começam a valer assim que o texto é publicado. Já o projeto de lei precisa antes ser aprovado pelo Congresso e depois sancionado pelo presidente para ter validade.

Na bolsa, a novata Azul (AZUL4, R$ 22,96, +2,50%), contudo, deu sequência aos ganhos vistos na véspera. No pregão de estreia, os papéis da aérea subiram 6,67%, indo a R$ 22,40.

O comunicado apontou que a mudança se deu porque o presidente Michel Temer preferiu honrar compromisso assumido no ano passado com senadores, quando vetou um item de um projeto que tinha sido aprovado no Congresso, que tratava justamente da liberação total do capital estrangeiro em áreas. 

Paraná Banco (PRBC4, R$ 11,21, -9,60%)

As ações do Paraná Banco afundaram após laudo sobre OPA (Oferta Pública para Aquisição). No pior momento do dia, os papéis caíram 8,71%, a R$ 11,32. O volume financeiro movimentado com a ação atinge R$ 130 mil neste momento, contra média diária de R$ 43,2 mil dos últimos 21 pregões. 

O banco informou ontem à noite que o laudo, elaborado no âmbito do processo de oferta pública unificada para aquisição (OPA) de ações preferenciais para fechamento de capital, apurou o valor econômico das ações de emissão da companhia no intervalo entre R$ 10,88 e R$ 11,59. O laudo foi recebido hoje pelo banco e elaborado pela PricewaterhouseCoopers Corporate Finance & Recovery Ltda. 

Bombril (BOBR4, R$ 2,60, +11,59%)

A ação da Bombril teve mais um dia de forte volatilidade. Na segunda, as ações subiram cerca de 74% e na terça-feira despencaram 27,19%, sem motivo aparente. Vale destacar que, na noite da última terça-feira em comunicado à CVM, a companhia informou que não tem ciência de qualquer ato ou fato relevante que possa justificar as oscilações registradas na cotação das ações de emissão da Companhia, no número de negócios e na quantidade negociada acima referidas.