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Na esteira dos resultados operacionais do primeiro trimestre do ano safra 2025/26, as ações da Raízen (RAIZ4) desabaram 12,5%, após um prejuízo de R$ 1,8 bilhão, se aproximando da casa dos centavos e dando sequência ao movimento de desvalorização dos papéis, que neste ano acumulam perdas de 52%.
Entre os fatores que desafiam o desempenho do papel estão o aumento da alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida/Ebitda, em torno de 4,5×), impactos climáticos adversos, margem afetada por estoques na divisão de combustíveis e interrupções de manutenção no parque argentino.
Entretanto, um fator adicional fez as ações da produtora de cana de açúcar e etanol dispararem no começo desta semana: um suposto interesse estratégico da Petrobras (PETR4) na Raízen.
Não perca a oportunidade!
Se o “tal boato” fez as ações saltarem 10%, o “fato” — a negativa da petroleira sobre tal projeto ou estudo de ingressar na Raízen — fez os papéis devolverem os ganhos da sessão anterior, desabando 9,5%.
Apesar do cenário desfavorável, analistas fundamentalistas destacam sinais pontuais de melhora após os resultados da companhia: o Ebitda ajustado do último trimestre ficou em linha com projeções — próximo a R$ 1,9 bilhão — e houve redução significativa nas despesas gerais e administrativas, além de avanços em eficiência operacional.
Casas como Bradesco BBI e BTG mantêm recomendação equivalente à compra, com preço-alvo entre R$ 2,00 e R$ 3,00, enquanto o UBS BB adota postura neutra, com target de R$ 1,50.
Segundo a LSEG, das 11 corretoras que acompanham as ações da Raízen 7 indicam compra e 4 manutenção, com um preço-alvo médio de R$ 2,49, indicando potencial de alta de 141% em relação ao fechamento mais recente, desta quarta-feira (20), de R$ 1,03.
Do ponto de vista da análise técnica, porém, a ação segue em forte tendência de baixa. Para entender até onde o preço das ações da Raízen (RAIZ4) pode ir, confira a análise gráfica completa e os principais pontos de suporte e resistência.
Análise técnica Raízen (RAIZ4)
No gráfico diário, a ação mostra forte tendência de baixa, com uma breve tentativa de recuperação que logo perdeu força. O fechamento da última sessão, em R$ 1,03, confirma a pressão vendedora, e caso a semana termine negativa, será a sétima consecutiva de queda.
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Atualmente, o papel negocia abaixo e afastado das médias de 9 e 21 períodos, enquanto o IFR (14) em 24,75 indica condição de sobrevenda — fator que pode abrir espaço para repiques, ainda que sem sinal técnico de reversão até aqui.
Para continuidade da baixa, a atenção está na mínima em R$ 1,01: caso seja rompida, os próximos alvos ficam em R$ 0,94, R$ 0,89 e R$ 0,80.
Já para uma reação compradora, o primeiro passo seria superar a máxima da última sessão, em R$ 1,06. Acima disso, os alvos projetados são R$ 1,15/1,21, seguidos de R$ 1,30/1,44 e, em um movimento mais forte, a faixa de R$ 1,57.
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Análise de médio prazo
No gráfico semanal, o cenário segue ainda mais desafiador. Raízen acumula no mês de agosto uma queda de 27,46%, e no acumulado de 2025 já soma baixa de 52,31%, cotada a R$ 1,03. Se agosto terminar negativo, será o terceiro mês consecutivo de perdas.
O ativo está abaixo e consideravelmente distante das médias móveis, reforçando a força vendedora. O IFR (14) em 24,55 também mostra sobrevenda, sugerindo chance de repique, mas sem configuração técnica clara até o momento.
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Caso perca a mínima em R$ 1,01, os próximos suportes projetam-se em R$ 0,83 e R$ 0,75, com alvos mais longos em R$ 0,67 e R$ 0,50. Vale destacar que, caso a ação caia abaixo de R$ 1,00, passará a ser classificada como penny stock, o que pode exigir medidas de reenquadramento junto à B3.
Para tentar uma recuperação mais consistente, a ação precisa inicialmente superar a máxima semanal em R$ 1,21. Se conseguir, os próximos objetivos estarão na região das médias, com resistências em R$ 1,35/1,65, seguidos das faixas de R$ 2,23/2,70 e, no longo prazo, a média de 200 períodos em R$ 3,46.

Suportes e resistências da Raízen
Suportes:
- R$ 1,01 – Última mínima relevante; perda deste nível reforça a tendência de baixa.
- R$ 0,94 – Suporte imediato do gráfico diário; rompimento pode acelerar quedas.
- R$ 0,89 – Região intermediária, pode segurar repiques curtos.
- R$ 0,83/0,80 – Faixa de suporte no semanal, importante para definição de tendência.
- R$ 0,75 – Suporte mais distante, alvo relevante em caso de continuidade da queda.
- R$ 0,67 – Região projetada em caso de perda dos suportes mais próximos.
- R$ 0,50 – Alvo mais longo no semanal; suporte extremo, associado a pressão vendedora prolongada.
Resistências:
- R$ 1,06 – Máxima da última sessão; primeira barreira para tentativa de repique no curto prazo.
- R$ 1,15/1,21 – Faixa decisiva; superar essa região pode abrir espaço para reação.
- R$ 1,30/1,44 – Resistência intermediária, onde tende a encontrar nova pressão vendedora.
- R$ 1,35/1,65 – Faixa de médias móveis no semanal; região crítica para tentar inverter tendência.
- R$ 1,57 – Resistência mais longa no diário, alvo em caso de recuperação estendida.
- R$ 2,23/2,70 – Resistência projetada no semanal; alvo de repiques mais fortes.
- R$ 3,46 – Média de 200 períodos no semanal; resistência-chave de longo prazo.
(Rodrigo Paz é analista técnico)
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