UBS BB vê possível disputa entre Bolsonaro e Lula no 2º turno das eleições de 2022 e projeta ansiedade do mercado com pleito

Investidores vão começar a ficar mais de olho nas eleições presidenciais de 2022 - e principalmente sobre a questão fiscal

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Traçando um cenário preliminar sobre as eleições de 2022 e o seu possível impacto nos mercados, Fabio Ramos e Alexandre de Azara,  economistas do UBS BB apostaram em relatório como mais provável um segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os economistas ainda ressaltam que à medida que a pandemia arrefece, veem que o foco do mercado está mudando para as eleições. “Pela primeira vez, o Brasil pode enfrentar a escolha entre um presidente em exercício e um ex-presidente”, apontam.

Nesse ponto, reside no mercado uma maior ansiedade, provavelmente devido ao aumento dos riscos fiscais. “A estrutura a termo [da curva de juros] mostra que as expectativas de inflação estão em alta para o longo prazo. Atribuímos isso aos riscos fiscais potenciais associados às incertezas eleitorais”, ressaltam os economistas. Isso porque não está claro como os principais candidatos lidariam com a alta dívida pública e as regras fiscais (principalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Teto de Gastos).

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A avaliação é de que não há margem de manobra fiscal nesse campo. “A dívida pública já é elevada em comparação com outras economias emergentes, tornando as condições financeiras e a economia mais vulneráveis a contratempos fiscais.

Eles ressaltam que líderes da esquerda já criticaram as regras fiscais, enquanto que, no campo da direita, as propostas e o compromisso com a consolidação fiscal no longo prazo ainda não são claros. “Enquanto a incerteza permanecer, é difícil esperar um forte desempenho econômico para 2022. Recentemente, revisamos nossa estimativa do PIB para 2022 de 2,5% para 2%”, apontam.

A situação econômica do Brasil, contudo, estará no foco da disputa eleitoral, avaliam os economistas.

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O banco de investimentos, de qualquer forma, defende a manutenção da responsabilidade fiscal por quem quer que ganhe as eleições presidenciais, pelos efeitos positivos desse compromisso com o crescimento, inflação e curva de juros.

Sobre o cenário eleitoral em si, para Ramos e Azara, é improvável que Lula seja novamente condenado pela Justiça a ponto de impedi-lo de participar do pleito de 2022. Ainda assim, vê algum espaço para a chamada terceira via, por ver entre 45% e 55% do eleitorado como mais “fluido” e os dois principais candidatos com altas rejeições.

A instituição lembra que a aprovação a Bolsonaro está entre 25% e 33%, nível mais baixo em comparação com outros presidentes em busca da reeleição. Os economistas também apontam a importância do debate econômico nessa disputa, em linha com boa parte das corridas eleitorais.

“Condições econômicas têm um papel crítico nas eleições. Achamos que isso também é válido no Brasil. E a atual avaliação sobre o governo federal está em seu nível mais baixo do mandato”, avaliam.

Eles também veem que há questões econômicas delicadas no radar, como o processo inflacionário e a lenta recuperação do mercado de trabalho. “Esperamos que a confiança do consumidor melhore nos próximos meses. Contudo, não está claro se, ou até que ponto, isso pode elevar a avaliação da população sobre o governo”, afirmam.

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