TIM (TIMS3): analistas destacam crescimento de receita e redução de custos no 2º trimestre; ação sobe

CEO diz que empresa conseguiu aumentar preços oferecendo serviços de maior valor agregado ao cliente

Mitchel Diniz

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Em uma sessão de perdas para o Ibovespa, as ações da TIM (TIMS3) vão na contramão do benchmark e operam com ganhos moderados após a divulgação dos resultados da empresa no segundo trimestre de 2023. Às 12h08 (horário de Brasília), os ativos subiam 0,49%, a R$ 14,41.

A TIM registrou aumento de 104% no lucro líquido normalizado em relação a igual período do ano passado, saindo de R$ 313 milhões para R$ 638 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) normalizado foi de R$ 2,914 bilhões, alta anual de 17,2%.

Os números foram bem avaliados pelas casas de análise que acompanham o papel e destacaram o crescimento das receitas da companhia, ante uma redução de despesas e de cancelamentos.

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O lucro da TIM no trimestre superou as projeções da XP. Após a divulgação do resultado, a casa manteve a recomendação de compra para a ação da operadora e o preço-alvo em R$ 19 ao final deste ano. TIMS3 é a principal escolha da XP dentro da cobertura de telecomunicações no Brasil.

“Mesmo após a recente alta [as ações acumulam uma valorização de aproximadamente 20% no ano], ainda vemos um potencial relevante para a empresa ao capturar as sinergias de M&A com a Oi”, diz análise assinada por Bernardo Guttman e Marco Nardini.

O Bradesco BBI destacou a forte expansão de receita média por cliente (ARPU), que deve manter tendência de crescimento para as receitas da companhia nos próximos trimestres. Para os analistas da casa, o balanço da TIM já estava de alguma maneira precificado, confirmando a expectativa de um ARPU sólido para a companhia. A casa tem recomendação neutra para o papel e preço-alvo de R$ 12.

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O Credit Suisse avaliou o balanço como positivo – receitas, lucro líquido e Ebitda superaram as projeções do banco. Os analistas destacam o crescimento da receita de serviços móveis em cima de uma base forte, registrada um ano antes, e ainda superando a inflação, o que reforça perspectivas positivas para a companhia. O Credit avalia que a TIM trabalha com tendências operacionais fortes e tem avaliação outperform para a ação da empresa, com preço-alvo de R$ 18.

Em teleconferência com analistas sobre os resultados do segundo trimestre, Alberto Griselli, CEO da TIM, afirmou que, no primeiro semestre do ano, a empresa se concentrou no pós-pago e uma estratégia de criação de valor para os serviços oferecidos.

“Entregamos mais valor ao cliente e os preços se ajustam automaticamente”, disse Griselli.

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Segundo o executivo, agora a empresa vai voltar suas atenções para o segmento pré-pago, com uma estratégia semelhante. “Vamos dar um upgrade na proposta de valor ao cliente e fazer revisões de preço de acordo com isso”.

Mesmo assim, a TIM tem como objetivo aumentar sua base de usuários do pós-pago, já que a empresa tem a menor fatia de mercado nesse segmento entre as grandes “telcos”.

Na visão da Guide, a TIM conseguiu crescer sua receita de forma real, ao mesmo tempo que apresentou uma boa agenda de contenção de custos no trimestre, reafirmando o bom momento operacional da companhia e ganhos com a aquisição de ativos móveis da Oi.

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Contudo, os analistas chamam atenção para o tema de tributação de proventos, que pode vir a impactar os papéis da companhia, pagadora de juros sobre capital próprio (JCP), método de remuneração que poderá ser extinto com a reforma tributária, que também propõe a taxação de dividendos.

Sobre a reforma, Griselli, afirmou que é preciso esperar definições mais precisas sobre o tema para avaliar possíveis impactos sobre a companhia.  “No nosso entendimento, para dizer quais serão as implicações, precisamos de números fechados e isso deve acontecer, provavelmente, no próximo ano”, afirmou o CEO. Griselli diz esperar por um período de transição suave.

O CEO também sinalizou que há chances de revisão para cima no guidance de remuneração de acionistas para o ano de 2023. “Ainda há incertezas relacionadas ao ambiente macroeconômico, mas algumas coisas estão ocorrendo dentro do previsto e até de forma melhor”, afirmou.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados