T4F (SHOW3): ações caem quase 10% após tragédia e sucessivos problemas envolvendo show de Taylor Swift

Confirmação de show da cantora, no começo do ano, foi apontada por analistas como novo marco para companhia, mas passagem é marcada por críticas à produção

Vitor Azevedo

Taylor Swift durante show da Eras Tourna (Marcelo Endelli/TAS23/Getty Images for TAS Rights Management)

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Apesar do sucesso de vendas envolvendo os ingressos dos shows da cantora norte-americana Taylor Swift no Brasil, que começaram no último final de semana no Rio de Janeiro, as ações ordinárias da T4F (SHOW3), ou Time For Fun, caíram 9,65% (R$ 2,06) na sessão desta segunda-feira (20). O recuo se deu, em grande parte, por conta de todas as polêmicas envolvendo os eventos.

Na sexta-feira (17), dia que o primeiro concerto da turnê foi realizado no RJ, uma fã de 23 anos de idade passou mal já dentro do local do show, o estádio Nilton Santos, e posteriormente morreu por conta de uma parada cardiorrespiratória.

Nas redes sociais, uma bateria de comentários culpou a T4F pela tragédia, alegando que a promotora não teria fornecido água em meio a um ambiente com sensação térmica de mais de 60ºC. Além disso, fãs que foram ao show também relataram de problemas com a organização do evento, confusão nas filas e má estrutura.

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Em meio às críticas, a T4F mudou de postura e disse que iria liberar o acesso de garrafas plásticas aos próximos eventos, assim como de copos de água lacrados. A empresa informou ainda que faria o fornecimento gratuito de água nas filas e em todos os acessos e entradas do estádio e em seu interior.

No sábado (18), autoridades em todas as esferas de governo pediram esclarecimentos. O governador do Rio, Claudio Castro (PL-RJ), informou que a Polícia Civil vai apurar o caso, enquanto o ministro da Justiça, Flavio Dino, determinou que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) adotasse medidas imediatas.

Depois dos problemas, o show da cantora que estava marcado para o sábado foi adiado para esta segunda, já com milhares de pessoas dentro do estádio – gerando mais revolta e comentários negativos. A T4F abriu a possibilidade de reembolso para os fãs que acompanhariam o show sábado e não poderão ir hoje.

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Impacto nas ações da T4F

“O valor de uma empresa é dado pelo somatório de fluxos de caixa livres que se espera gerar ao longo da vida da empresa”, explica Felipe Pontes, cofundador e especialista em ações da L4 Capital.

“Problemas como o desse final de semana trazem diversas incertezas com relação aos fluxos de caixa livres que a empresa será capaz de gerar. Eles podem gerar processos contra a T4F, que possivelmente trarão prejuízos e farão menos dinheiro entrar no futuro”, completa.

Fora isso, o especialista também destaca que há um impacto negativo na marca da companhia.

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“Os acontecimentos podem gerar desconfiança dos clientes e parceiros de negócios com relação à capacidade da empresa de conseguir realizar grandes eventos daqui para frente. Isso geraria, mais uma vez, menos fluxo de caixa”, contextualiza.

O show da Taylor Swift veio em um momento não muito positivo para a T4F, quando a empresa batalhava para retomar sua relevância após sucessivos problemas.

No início de setembro do ano passado, as ações da companhia foram abaladas pela suspensão de shows do cantor Justin Bieber. Já no fim de março deste ano, uma outra notícia negativa: a T4F deixou de ser a responsável pelo Lollapalooza Brasil, que passou para a “Rock World”.

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“Foram duas perdas importantes para a empresa no curto prazo, que bateram na projeção de receita”, apontou Luiz Souza, broker de renda variável na SVN Investimentos, na época.

“O que deixou [o mercado] mais animado é a possibilidade de a T4F voltar a conseguir contratos relevantes, porque sofreu bastante recentemente com a perda do Lolla e com os cancelamentos dos shows do Justin Bieber. De certa forma, dá uma ideia de que a empresa pode perpetuar os contratos”, avaliou Danielle Lopes, sócia e analista de Ações da Nord Research, na mesma época.