Tesla vendeu Bitcoin: o que isso significa para outras empresas que compraram a criptomoeda?

Fabricante de veículos elétricos liquidou 75% de sua posição em Bitcoin para aumentar o caixa da empresa, segundo Musk

CoinDesk

(Shutterstock)

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A venda da Tesla (TSLA34) de 75% de sua posição em Bitcoin (BTC) não deve ter um impacto significativo sobre o movimento de outras empresas que buscam incluir criptomoedas em seus balanços corporativos.

Durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre na quarta-feira (20), o CEO da Tesla Elon Musk disse que não abandonou totalmente sua posição na criptomoeda e que continua aberto a possíveis aumentos nas participações de Bitcoin da empresa no futuro.

“Isso não deve ser visto como um veredito sobre o Bitcoin”, disse Musk na ligação, afirmando que a venda era necessária para aumentar a posição de caixa da fabricante de veículos elétricos devido aos lockdowns impostos pela Covid-19 na China, um dos maiores mercados da Tesla.

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A Tesla também conseguiu obter um pequeno lucro com sua venda de Bitcoin, apesar da queda acentuada nos preços da moeda nos últimos meses. A empresa comprou pela primeira vez US$ 1,5 bilhão em BTC em janeiro de 2021, quando a criptomoeda estava sendo negociada entre US$ 32 mil e US$ 33 mil. Naquele mesmo trimestre, a Tesla vendeu cerca de 10% de suas participações e embolsou o lucro.

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“Convertemos a maioria de nossas participações em Bitcoin em moeda fiduciária para um ganho realizado, compensado por encargos de deterioração no restante de nossas participações, gerando um custo de US$ 106 milhões para o P&L [lucros e perdas, na sigla em inglês] incluído na reestruturação”, disse o diretor financeiro da Tesla, Zach Kirkhorn, durante a teleconferência.

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De forma geral, a venda de Bitcoin da Tesla pode ser vista como uma tática completamente razoável para levantar dinheiro para fins corporativos.

Adoção de Bitcoin por empresas

Na avaliação de Pat Larsen, cofundador da empresa de software de contabilidade tributária ZenLedger, “faz todo o sentido que os tesouros corporativos, confrontados com a diminuição da lucratividade e possíveis demissões, vendam ativos líquidos, como as criptomoedas”.

“Não é surpresa que a Tesla tente conseguir mais dinheiro agora, com a queda do preço das ações e diante de um ambiente econômico incerto.”

A posição de caixa da Tesla aumentou de cerca de US$ 17,5 bilhões no final do primeiro trimestre para cerca de US$ 18,3 bilhões ao fim de junho, impulsionada por sua venda de Bitcoin.

Larsen disse ao CoinDesk que espera que mais empresas incluam Bitcoin aos seus cofres no futuro, principalmente à medida que mais regulamentações sejam aprovadas pelo Congresso dos Estados Unidos.

Gil Luria, estrategista de tecnologia da DA Davidson, disse que, se levarmos em conta a palavra de Musk sobre seus motivos para vender e a disposição dele para refazer as posições, a visão do bilionário sobre o Bitcoin não parece ter mudado.

Enquanto isso, a ideia de que o Bitcoin pode servir como uma opção melhor do que dinheiro (caixa) para fins de tesouraria corporativa não foi alterada, mas também não se concretizou ainda, disse Luria. E, dada a recente volatilidade nos preços das criptomoedas, “a taxa de adoção pelas empresas não será tão rápida”, acrescentou.

De acordo com Chris Terry, vice-presidente de soluções corporativas da plataforma aberta de empréstimos SmartFi, os céticos permanecerão “à margem”, mas outras empresas devem explorar a ideia de incluir Bitcoin aos seus balanços.

“A Tesla conseguiu liquidar com sucesso quase US$ 1 bilhão em Bitcoin e, portanto, se saiu melhor do que se simplesmente tivesse comprado títulos do Tesouro”, disse Terry ao CoinDesk.

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