Pessimismo extremo de gestores em pesquisa do BofA pode ser um indicador positivo para o Bitcoin

Pesquisa do Bank of America de julho mostrou que a alocação dos gestores de fundos em ações caiu para o menor nível desde outubro de 2008

CoinDesk

Publicidade

Uma pesquisa mensal com gestores de fundos de investimento feita pelo Bank of America mostrou que os níveis de pessimismo entre investidores está nos maiores patamares históricos e que tem havido uma maior preferência por exposição a cash – dinheiro em caixa.

Especialistas do mercado de criptomoedas, no entanto, ainda estão divididos sobre se esse sentimento negativo implica piso para o mercado de baixa e uma consequente corrida por ativos de risco, incluindo o Bitcoin (BTC).

Até onde as criptomoedas vão chegar? Qual a melhor forma de comprá-las? Nós preparamos uma aula gratuita com o passo a passo. Clique aqui para assistir e receber a newsletter de criptoativos do InfoMoney

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Nos últimos dias, o Bitcoin tem mostrado sinais de vida junto com as ações, após forte derrocada. A criptomoeda líder em valor de mercado chegou a ser negociada acima de US$ 24.000 na quarta-feira (20), alcançando seu preço mais alto desde 13 de junho.

Cautela dita tom

Feita com 259 participantes que somam US$ 722 bilhões sob gestão, a pesquisa do BofA de julho mostrou que a alocação dos gestores de fundos em ações caiu para o menor nível desde outubro de 2008, enquanto as reservas em caixa (posições em ativos líquidos) subiram para 6,1%, ante 5,6% há um mês e o maior patamar em 21 anos. O movimento mostra que a exposição ao risco caiu abaixo dos níveis observados após a quebra do banco Lehman Brothers, em 2008.

O levantamento também mostra uma preferência por posições long (compradas) em dólar e em petróleo, bem como por posições short (vendidas) em ações, diante do medo persistente de estagflação e do aumento das expectativas de uma recessão econômica. Além disso, o indicador “Bull and Bear” (referente aos mercados de alta e de baixa, respectivamente) do BofA permaneceu no “máximo de bearish“.

Continua depois da publicidade

De acordo com Jeff Anderson, diretor de investimentos do provedor de liquidez Folkvang Trading, o resultado da pesquisa indicando extremo pessimismo e o posicionamento defensivo em ativos considerados “portos seguros”, como o dólar, é um indicador contrário – sinalizando que pode ser um bom momento para se afastar do rebanho e investir em ativos de risco.

“É um caso de posições sobrecarregadas em mercados finos e ilíquidos que geram dados ruins, mas bons preços”, disse Anderson.

Momento de virada?

Apesar do cenário ainda de grande incerteza, boas notícias têm surgido e animado o mercado, levando tanto as ações quanto o Bitcoin a encontrarem uma base nos últimos sete dias.

Continua depois da publicidade

O dólar ficou sob pressão com os temores de uma recessão, enquanto a queda nos preços das commodities aliviou as preocupações com a inflação e reduziu a necessidade de o Federal Reserve tenha que ser mais agressivo em sua política monetária.

O Dollar Index, que analisa a força do dólar através da comparação com o desempenho de outras moedas no mercado, caiu 2,6% desde 14 de julho, para 106,94.

No entanto, Dick Lo, fundador e CEO da TDX Strategies, ainda vê um ambiente desafiador. “Os resultados da pesquisa do BofA são consistentes com o cenário de inflação desenfreada e aperto da política monetária em todo o mundo e, assim, o pessimismo extremo pode prevalecer por um período prolongado antes que o mercado atinja o fundo do poço.”

Publicidade

Lo alerta que o salto contínuo nos ativos de risco é anticíclico e pode ser passageiro, devido ao contexto macro e às estratégias de hedge (proteção), como posições compradas em uma opção de venda, oferecendo seguro contra quedas de preços, por exemplo.

E Lo pode estar certo. Embora o recente declínio nos preços de energia e commodities possa derrubar a inflação, é improvável que o Fed abandone sua postura hawkish (favorável a juros mais altos), a menos que haja um declínio acentuado nos dados de preços.

Leia mais:
Bitcoin já atingiu fundo com chegada dos investidores convictos, aponta casa de análise Glassnode

Continua depois da publicidade

De acordo com a pesquisa do BofA, o núcleo do índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido do Fed, precisa cair abaixo de 4% para que o banco central americano se torne dovish (favorável a juros mais baixos). O núcleo do PCE ficou em 6,3% em maio, na base anual.

Além disso, o banco central pode querer ver uma queda maior no índice de preços ao consumidor (IPC), que inclui o componente volátil de alimentos e energia, antes de encerrar sua política restritiva.

Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote Bank, também defende que o pessimismo recorde pode ser um indicador contrário; no entanto, os lucros corporativos provavelmente terão a palavra final para determinar o quão pessimista o mercado se tornou em comparação com a realidade econômica.

Publicidade

Em outras palavras, o apetite ao risco pode retornar se os lucros das empresaas mostrarem força na maior economia do mundo. De acordo com dados da FactSet citados pelo Market Watch, cerca de 10% das empresas do S&P 500 reportaram lucros até agora neste trimestre, com 69% delas superando as expectativas dos analistas.

Até onde as criptomoedas vão chegar? Qual a melhor forma de comprá-las? Nós preparamos uma aula gratuita com o passo a passo. Clique aqui para assistir e receber a newsletter de criptoativos do InfoMoney

CoinDesk

CoinDesk é a plataforma de conteúdos e informações sobre criptomoedas mais influente do mundo, e agora parceira exclusiva do InfoMoney no Brasil: twitter.com/CoinDeskBrasil