Suzano (SUZB3) mostra resultado forte e afasta preocupações com China; ação chega a subir 4%, mas fecha com leve alta

Companhia destacou sinais encorajadores para gigante asiático

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Maior e mais eficiente produtora de celulose do mundo,  a Suzano (SUZB3) divulgou mais um resultado considerado bastante positivo na noite da véspera, além de indicar em teleconferência com o mercado sinais encorajadores para a China mesmo em meio a um ambiente mais desafiador. Após chegarem a subir 4% na máxima do dia, os papéis SUZB3 fecharam com modestos ganhos, de 0,65%, a R$ 49,23, mas ainda com um desempenho bem superior frente à queda de 2,09% do Ibovespa na sessão desta sexta-feira (29).

Conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, foi mais um trimestre de recorde na receita, com volume de vendas superior ao trimestre passado, que já foi muito forte, além de um preço médio de celulose e papel também superiores de um trimestre a outro.

Os principais destaques ficam com o crescimento da receita líquida total de 9% na comparação trimestral e 44% na comparação anual, alcançando R$ 10,76 bilhões. Além disso, tanto o segmento de celulose quanto o de papel cresceram beneficiados pelo maior volume de vendas no trimestre, além de preços médios cerca de 4% mais altos na base trimestral em ambos os produtos.

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O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado por efeitos não-recorrentes, um dos principais indicadores para medir o fluxo de caixa operacional bruta em commodities, também veio em cifras recordes, chegando a R$ 6,3 bilhões no consolidado, um crescimento de 5% na base trimestral e 82% de alta em relação ao ano anterior.

Também para o Itaú BBA, os resultados do terceiro trimestre foram fortes, com destaque para o Ebitda e levando em consideração que os estoques da companhia estão bem abaixo de níveis normalizados.

Além do Ebitda, o Bradesco BBI reforça que as remessas de celulose ficaram acima das expectativas. A realização de exportações e celulose ficaram em linha, apontou o BBI. Destaque ainda à aprovação do projeto de celulose de Cerrado, com capacidade ampliada, mas investimento industrial mantido em R$ 14,7 bilhões.

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Por outro lado, a Levante vê como ponto negativo o aumento do custo caixa da companhia por mais um trimestre, chegando a R$ 711 por tonelada de celulose produzida, impactado pela alta forte dos insumos e combustíveis, além de dificuldades logísticas, porém, com impactos limitados neste resultado.

A variação cambial, com o real sendo desvalorizado no período, puxou o resultado financeiro, com o aumento da dívida cotado em reais. Já a alavancagem financeira (relação dívida líquida por Ebitda) teve mais uma redução forte, saindo de 3,3 vezes para 2,7 vezes em dólares, já entrando em patamar confortável para as operações da companhia.

“Mais uma vez a Suzano prova sua capacidade de execução, conseguindo um volume de vendas próxima à sua produção, mesmo com a China (principal mercado consumidor) vivendo momento delicado nas atividades, com queda de demanda”, aponta a Levante. Os analistas da casa ressaltam que a Suzano foi capaz de redirecionar suas vendas para regiões com demanda mais aquecida como EUA e Europa, além de um aumento modesto de custo caixa, preservando as margens altas e saudáveis e gerando um montante impressionante de caixa.

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Como analisar o resultado de uma empresa de commodity? Confira abaixo: 

Em teleconferência, os diretores da companhia destacaram que continuam otimistas com os fundamentos da celulose na Europa e na América do Norte, reconhecendo um ambiente mais desafiador na China. Mas, dito isso, a empresa vê alguns sinais encorajadores para o gigante asiático, como melhora nas taxas de operação para os produtores de papel e altos preços de revenda.

Em adição, o Conselho de Administração da companhia aprovou de maneira definitiva o início do projeto Cerrado, no qual a companhia investirá cerca de R$ 14,7 bilhões para a construção de mais uma planta de grande porte, com adição de capacidade de 20% da produção atual de celulose e será a maior planta integrada da companhia.

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A previsão de conclusão e início da operação está prevista para 2024. A empresa explicou que houve postergação do início do projeto por conta do prazo de entrega dos equipamentos da usina maior que o previsto, e que divulgará mais detalhes em evento na próxima sexta-feira, 5 de novembro.

A recomendação do BBA para a Suzano é outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 77, enquanto a do BBI também é outperform, com preço-alvo de R$ 95 para os ativos.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.