Infracommerce: Itaú BBA volta atrás e corta IFCM3 para neutro após 1T24; ação desaba

Fraco desempenho no 1T24 evidenciou que o banco havia tomado decisão errada ao elevar a recomendação para compra

Felipe Moreira

Operação da Infracommerce (Divulgação)

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O Itaú BBA rebaixou a recomendação para ação da Infracommerce (IFCM3), especializada em soluções para comércio eletrônico, de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para market perform (desempenho igual a média do mercado, equivalente à neutro) poucos meses após ter elevado a companhia à compra. O IFCM3 caiu 21,13%, a R$ 0,56, nesta sexta-feira (10), cabendo destacar que o valor de face das ações é baixo, fazendo com que pequenas variações nos preços levem a grandes variações percentuais dos ativos.

Segundo os analistas que assinam o relatório, a expectativa era de que a dinâmica operacional iria melhorar, com as receitas do comércio eletrônico a acelerar e a contribuir para um crescimento mais rápido do Ebitda e para a geração de caixa. No entanto, o fraco desempenho no 1T24 evidenciou que o banco havia tomado uma decisão errada ao elevar a recomendação para a companhia.

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No 1T24, o GMV (volume bruto de mercados) contraiu 3,8% na base anual (comparado a uma expansão de 13,8% no 4T23), resultando em uma expansão de receitas de apenas 2,2% na comparação ano a ano (comparado a +2,6% no 4T23).

Para BBA, uma das razões para esse desempenho de faturamento foi a rotatividade significativa de clientes, juntamente com a menor antecipação de recebíveis.

Em relação aos custos, as despesas totais aumentaram 18% na base anual, impulsionadas pelo custo dos serviços prestados. Consequentemente, o Ebitda caiu para terreno negativo (R$ 5,5 milhões ou margem negativa de 2,5%). O FCF foi negativo em R$130 milhões, pior que os -R$ 112 milhões do 1T23.

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Em interações recentes com o novo CEO, Ivan Murias, o BBA disse ter a clara percepção de que a empresa está totalmente focada em mudar o rumo da situação. Conforme afirmado no comunicado, espera-se que a companhia passe por ajustes e “repriorizações” para gerar caixa operacional. “Como resultado, tanto o trimestre atual como os próximos deverão refletir estas mudanças de curto prazo, com foco na melhoria do desempenho operacional”, diz o relatório. “Ganhos sustentáveis, tanto operacionais como financeiros, são esperados no médio prazo.”

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Apesar de acreditar que a Infracommerce está a fazer as escolhas e a estratégia corretas, o BBA admite que variáveis ​​não controláveis, como o ambiente macroeconômico, podem trazer mais obstáculos no caminho, o que pode levar algum tempo para a ação decolar. Com esta mentalidade, o banco espera pacientemente por um ponto de entrada mais favorável para reentrar na companhia.