“Super Quarta” com Fed, Copom, dados de emprego nos EUA e indústria no Brasil; os destaques do mercado hoje

Mercado aposta na manutenção dos juros nos EUA, enquanto no Brasil a expectativa é por corte de 0,5 ponto percentual na Selic

Felipe Moreira

(Montagem: Divulgação e Agência Brasil)

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Os índices futuros dos Estados Unidos operam com baixa nesta quarta-feira (1), com investidores se preparando para decisão sobre juros do Federal Reserve (Fed), após as principais bolsas encerrarem outubro no vermelho.

Hoje, às 15h (horário de Brasília), o Banco Central dos EUA, vai divulgar sua decisão, seguida por uma entrevista coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell, às 15h30.

De acordo com a ferramenta CME FedWatch, os preços dos futuros dos Fed funds sugerem uma probabilidade superior a 99% de que as taxas permaneçam nos níveis atuais.

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Já as ações do Japão lideraram os ganhos na Ásia, subindo mais de 2%, um dia depois de o seu banco central ter aumentado a flexibilidade em torno da sua política de controle da curva de rendimentos.

O PMI industrial Caixin/S&P Global da China, por sua vez, caiu para 49,5 em outubro, marcando a primeira contração desde julho e abaixo das previsões dos analistas de 50,8.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) decide o futuro da política monetária e é praticamente uma unanimidade no mercado que a Selic será cortada em 0,5 ponto percentual, de 12,75% para 12,25% ao ano.

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1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos Estados Unidos operam no vermelho, antes da decisão de política monetária do Federal Reserve e da coletiva de imprensa do presidente do BC americano, Jerome Powell.

Os comentários de Powell serão examinados de perto para avaliar a direção das taxas de juros e por quanto tempo permanecerão mais altas.

O Dow Jones e o S&P 500 encerraram o mês de outubro com queda de 1,4% e 2,2%, respectivamente, marcando a primeira sequência de perdas de três meses para ambos os índices desde março de 2020. Já o Nasdaq caiu 2,8% em outubro.

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Embora novembro seja um mês historicamente forte para os mercados, os investidores estão de olho nas taxas dos títulos. No início de outubro, o rendimento do Tesouro dos EUA de 10 anos ultrapassou a marca dos 5% pela primeira vez desde 2007, suscitando preocupações sobre o impacto das taxas de juros mais elevadas durante mais tempo.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com alta em sua maioria, com destaque para forte alta do mercado japonês um dia depois de o seu banco central ter aumentado a flexibilidade em torno da sua política de controlo da curva de rendimentos, enquanto os investidores aguardam a decisão de política monetária nos EUA.

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A atividade manufatureira da China registrou uma contração surpreendente em outubro, mostrou uma pesquisa privada.

O PMI industrial Caixin/S&P Global caiu para 49,5 em outubro, de 50,6 em setembro. Esta foi a primeira contração em quatro meses. Economistas consultados pela Reuters esperavam uma leitura de 50,8.

Na Coreia do Sul, dados mostraram que as exportações aumentaram 5,1% em outubro em termos anuais, pela primeira vez em 13 meses, enquanto a sua atividade fabril registou uma contração ligeiramente mais profunda.

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Europa

Os mercados europeus operam no campo positivo, ampliando os ganhos da véspera. com os investidores aguardando a próxima decisão sobre a taxa de juros do Federal Reserve dos EUA.

As ações europeias fecharam em alta na terça-feira, depois que dados mostraram que a inflação na zona do euro caiu para o menor nível em dois anos , de 2,9%, em outubro, mostraram dados preliminares na terça-feira. Economistas consultados pela Reuters esperavam alta de 3,1%.

Entretanto, a agência de estatísticas Eurostat afirmou que a economia da zona euro contraiu 0,1% no terceiro trimestre, abaixo de uma previsão de estagnação.

As leituras ocorrem depois que o Banco Central Europeu interrompeu sua série recorde de 10 aumentos consecutivos das taxas de juros quando se reuniu na semana passada.

Na frente de dados, os preços das casas no Reino Unido registraram um aumento surpreendente de 0,9% mês a mês em outubro, disse o credor Nationwide. Economistas consultados pela Reuters esperavam um declínio mensal de 0,4%.

Os preços caíram 3,3% em relação ao ano anterior, contra uma expectativa de 4,8%, e após uma queda anual de 5,3% em setembro.

Commodities

As cotações do petróleo avançam antes da decisão de juros nos Estados Unidos, uma vez que o mercado também acompanha de perto os últimos desenvolvimentos no conflito Israel-Hamas.

As cotações do minério de ferro na China fecharam com forte alta, uma vez que os sinais positivos da última reunião financeira da China, principal consumidor, deram um impulso adicional ao sentimento do mercado, além dos fundamentos sólidos do principal ingrediente siderúrgico.

A China estabelecerá um mecanismo para resolver os riscos da dívida local e gerir a dívida do governo local, disse a mídia estatal na terça-feira, citando uma importante reunião de política financeira que acontece duas vezes por década, realizada nos dias 30 e 31 de outubro.

Pequim também ajudará com exigências de financiamento razoáveis ​​para todos os tipos de empresas imobiliárias e prosseguirá políticas que visem satisfazer a procura de habitação.

O minério de ferro de referência de dezembro na Bolsa de Cingapura subiu 1,14%, a US$ 120,5 a tonelada.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta quarta-feira é marcada pela decisão de juros tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Na frente de dados domésticos, saem os números do IPC-S, Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, PMI da Indústria da Transformação, além de divulgações do Banco Central, como índice commodities Brasil e fluxo cambial (este, semanal). A balança comercial de outubro também será divulgada, com projeção DEPEC de US$ 9,1 bilhões.

Nos EUA, saem dados de geração de vagas de trabalho com projeção de 135 mil da previsão do Bradesco, índice PMI da indústria, índice ISM da indústria da transformação. Também haverá a publicação do relatório JOLTS de setembro, que traz a abertura de vagas e a oferta de mão de obra no mercado de trabalho dos EUA.

Brasil

8h: Índice IPC-S

9h: Produção industrial de setembro, com projeção LSEG de queda mensal de 0,1% e alta anual de 0,7%

9h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem reunião com presidente Lula e os presidentes dos Bancos Públicos – BNDES/CAIXA/BB/BNB/BASA

10h: PMI industrial

14h30: Fluxo cambial semanal

15h: Balança comercial

18h30: Decisão do Copom, com projeção de corte de 0,5 ponto percentual, para 12,25%

EUA

9h15: Pesquisa de emprego ADP de outubro, com previsão de criação de 150 mil vagas

10h45: PMI industrial

11h: PMI ISM

11h: JOLTS de setembro, com projeção LSEG de abertura de 9,25 milhões de postos de trabalho

15h: Decisão do Fed, com visão de manutenção de juros a 5,25%-5,5%

15h30: Coletiva de imprensa do presidente do Fed

3. Noticiário econômico

Copom decide rumo dos juros 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta para definir a nova Selic, a taxa básica de juros da economia.

A maior parte dos gestores de multimercados do tipo macro avalia que a autoridade monetária deverá manter o ritmo dos cortes em 0,50 ponto por reunião até o fim do ano — o que implicaria levar a Selic para 12,25% nesta quarta-feira (1) e depois para 11,75% ao ano no encontro de dezembro.

É isso o que mostra uma pesquisa feita pela XP com 18 gestoras entre os dias 18 e 27 de outubro. As projeções para a Selic estão em linha com as estimativas do Relatório Focus, do Banco Central, que estão em 11,75% no fim do ano.

Ao mesmo tempo, os gestores têm revisado – para baixo – as expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve terminar o ano em 4,60%, abaixo dos 4,80% projetados pelas casas em setembro. Atualmente, o Focus prevê que o IPCA encerre 2023 em 4,63%.

Haddad diz que reunião com Lula e Lira discutiu agenda legislativa: ‘Foi boa’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 31, que a reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), realizada nesta noite no Palácio do Planalto, “foi boa” e serviu para discutir a agenda legislativa.

Questionado ao deixar o prédio do ministério da Fazenda se foi firmado um cronograma para a votação do projeto que muda a dedução de Juros sobre Capital Próprio (JCP) e do projeto que altera a tributação sobre as grandes companhias que recebem benefícios fiscais dos Estados – as chamadas subvenções do ICMS, Haddad disse que não, mas que isso “foi conversado”.

4. Noticiário político

TSE condena Bolsonaro e Braga Netto por uso político do 7 de setembro

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou na terça o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto à inelegibilidade por oito anos pelo uso eleitoral das comemorações de 7 de setembro de 2022.

É a segunda condenação de Bolsonaro à inelegibilidade por oito anos. Contudo, o prazo de oito anos continua valendo em função da primeira condenação e não será contado duas vezes. O ex-presidente está impedido de participar das eleições até 2030.

5. Radar Corporativo

PRIO (PRIO3)

A PRIO (PRIO3) registrou lucro líquido (ex-IFRS 16) de US$ 348 milhões, cifra 126% acima da registrada no mesmo período do ano passado, de US$ 153,7 milhões. Incluindo padrão contábil IFRS-16, o lucro somou US$ 345,2 milhões, incremento de 144%.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu US$ 632,8 milhões, representando alta de 121%. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, avançou 4 pontos porcentuais, para 80%.

Telefônica Brasil (VIVT3)

A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, reportou lucro líquido de R$ 1,472 bilhão no terceiro trimestre de 2023 (3T23), montante 2,2% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022, devido à forte evolução do Ebitda no período.

Confira os resultados que movimentam o mercado

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 5,539 bilhões no 3T23, um crescimento de 11,7% em relação ao 3T22 e acima do consenso de mercado, que previa resultado de R$ 5,27 bilhões.

Carrefour Brasil (CRFB3)

O Carrefour Brasil (CRFB3) teve lucro líquido de R$ 132 milhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23), queda de 59,1% na base de comparação com igual período de 2022.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado teve baixa anual de 13,4% somando R$ 1,47 bilhão. Segundo projeção média do consenso LSEG com analistas, a projeção era de Ebitda ajustado de R$ 1,37 bilhão.

Cielo (CIEL3)

A Cielo (CIEL3) registrou lucro líquido recorrente de R$ 457 milhões no 3T23, com avanço de 8% sobre o resultado reportado no mesmo período do ano passado.  O resultado é o maior recorrente para um terceiro trimestre desde 2018, segundo a empresa, correspondendo ao 9º trimestre consecutivo de crescimento anual de lucro líquido recorrente.

Já o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente totalizou R$ 991,3 bilhão no 3T23, com queda de 1,5% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)