SLC (SLCE3), Rumo (RAIL3) e Raízen (RAIZ4): as ações preferidas do Itaú BBA no agronegócio

Analistas esperam margens saudáveis ​​safra 2022-2023, apesar de uma normalização nos preços, e destacam preferências

Felipe Moreira

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Em relatório, assinado pelos analistas Daniel Sasson e Larissa Pérez, o Itaú BBA retomou a cobertura de ações do agronegócio brasileiro com uma visão positiva, suportada pela alta disponibilidade de terra e avanços tecnológicos adicionais que permitem o aumento da produtividade no Brasil.

Analistas esperam margens saudáveis ​​safra 2022-2023, apesar de uma normalização nos preços. “A agricultura brasileira se beneficiou da combinação fortuita de preços agrícolas em alta com um real mais fraco na safra 2021/2022”, explicam.

Apesar de esperar arrefecimento de preços na próxima safra, BBA espera que os preços da maioria das commodities agrícolas continuem elevados em relação aos níveis históricos devido a uma dinâmica oferta-demanda ainda apertada. As margens dos produtores, no entanto, podem ser prejudicadas por custos de produção mais altos, mas devem permanecer saudáveis níveis.

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Entre os nomes cobertos, a SLC (SLCE3) é a principal escolha do banco. BBA ainda ressalta que prefere Rumo (RAIL3) à Hidrovias (HBSA3), e Raízen (RAIZ4) ante São Martinho (SMTO3).

SLC (SLCE3)

Além da dinâmica oferta-demanda ainda apertada de algodão, soja e milho, que ajudará a manter os preços dessas commodities em níveis saudáveis, os analistas do banco afirmam gostar do forte potencial para geração de caixa da SLC na safra 2022-23 (rendimentos de fluxo de caixa livre de 11% em 2022 e 21% em 2023), o que torna o nome um bom lugar para se “abrigar” antes da potencial volatilidade associada à eleição presidencial no segundo semestre de 2022.

BBA mantém recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, ou equivalente à compra) para SLC e preço-alvo de R$ 55, um potencial de alta de 31% em relação a cotação de fechamento de ontem (20).

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Raízen (RAIZ4)

Itaú BBA iniciou cobertura de Raízencom avaliação outperform e preço-alvo de R$ 7, o que representa um potencial de valorização de 56% frente a cotação de fechamento da véspera.

Analistas afirmaram gostar da combinação da história de recuperação da companhia e da alta capacidade utilização em seu negócio de cana-de-açúcar com a defensividade de seu negócio de distribuição de combustíveis.

Além disso, destacam que o preço-alvo não leva em conta o plano agressivo da Raízen de expandir para usinas de etanol de segunda geração, que acreditam que muitos investidores ainda estão céticos.

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Por outro lado, um dos principais riscos de curto prazo para setor no Brasil é a potencial redução do ICMS sobre combustíveis, que pode prejudicar os preços do etanol devido à paridade com a gasolina.

São Martinho (SMTO3)

A equipe de research do BBA acredita que a São Martinho oferece uma proposta atraente de risco-recompensa nos níveis atuais. “Estamos confortáveis ​​com a perspectiva de preços ainda sólidos do açúcar durante a safra global 2022-23, e acreditamos que a nova usina de etanol de milho da empresa (com previsão de entrada em operação no 4T22) ainda não foi precificada”, comentaram.

Dessa forma, mantém recomendação outperform e preço-alvo de R$ 45, um potencial de alta de 24%.

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Rumo (RAIL3)

Estruturalmente, BBA diz gostar da exposição da Rumo às tendências seculares de crescimento do agronegócio brasileiro (principalmente no MT).

No curto prazo, analistas esperam que a empresa consiga aumentar as tarifas na segunda metade do ano (após ambiente difícil de negociação de tarifas no primeiro semestre) e se beneficiar do início das cobranças de pedágio BR-163 até o final do ano. “A geração limitada de fluxo de caixa esperada para os próximos anos, devido a um alto capex, é negativo.”

BBA mantém classificação outperform, com preço-alvo de R$ 22, o que representa um potencial de valorização de 37%.

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Hidrovias (HBSA3)

O Itaú BBA reduziu a recomendação para Hidrovias do Brasil para market perform (equivalente a neutro), de outperform, porque enxerga limitações de curto prazo para tese investimento e, apesar do potencial alta razoável de 17% (preço-alvo de R$ 2,50) após a queda de 38% no preço das ações no acumulado do ano.

Pelo lado positivo, analistas destacam o espaço significativo para melhoria de resultados na base anual, após a tempestade perfeita que atingiu as operações da empresa em 2021; e ii) a defensividade da empresa, dadas as proporções significativas de contratos take-or-pay denominados em dólar.

Boa Safra (SOJA3)

BBA também rebaixou Boa Safra para market perform e definiu preço-alvo em R$ 12, um potencial de valorização de 13%.

A Boa Safra pretende dobrar a capacidade de produção para 360.000 big bags (que armazena cerca de 1 tonelada de sementes de soja) até 2026, o que leva analistas a acreditarem que a Boa Safra pode ser um importante player na potencial consolidação do altamente fragmentado mercado brasileiro de sementes.

Dito isso, enxergam catalisadores de curto prazo limitados para a história e acreditam que as baixas barreiras de entrada para esse negócio de alta margem representam uma ameaça competitiva para a empresa.

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