Siderúrgicas lideram ganhos da semana e do mês, enquanto Natura e Estácio caem 20% em junho

Confira os principais destaques corporativos desta sexta-feira (30)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Esta sexta-feira (30) marca o término não só da semana e do mês, mas também do semestre, com o Ibovespa subindo 0,33% nos primeiros seis meses do ano. Em junho 10 das 58 ações que fazem parte do índice subiram mais de 6% – com destaque para as siderúrgicas -, enquanto outros 10 papéis recuaram mais de 6%. 

A Usiminas (USIM5) liderou os ganhos do mês, subindo 15,87%, cotada a R$ 4,60, seguida pela Metalúrgica Gerdau (GOAU4), com alta de 11,43%, para R$ 4,97. A CSN (CSNA3), apesar de ficar mais para trás, registrou o maior ganho da semana, avançando 12,54%, cotada a R$ 7,18.

Veja também: As 8 ações que apresentaram o pior desempenho no 1º semestre do ano; JBS e empresas “BRAS” estão na lista (clique aqui para ver mais)

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Na ponta negativa de junho, destaque para a Natura (NATU3), que afundou 21,09%, a R$ 25,70, após o mercado receber mal a compra da The Body Shop. Na sequência ficaram a JBS (JBSS3, R$ 6,53, -19,08%) – ainda em derrocada após a delação de Joesley Batista – e a Estácio (ESTC3, R$ 14,62, -15,93%) – com a derrota de sua fusão com a Kroton.

Confira os principais destaques corporativos desta sexta-feira:  

Copasa (CSMG3, R$ 40,00, +3,36%)
As ações da Copasa subiram forte após a Arsae divulgar alguns dados finais sobre a revisão tarifária da Copasa no Diário Oficial de Minas Gerais, com um aumento de 8,69% versus 4,1% da proposta original. De acordo com o BTG Pactual, a notícia é muito positiva. “Se a maior parte desse aumento foi relacionado ao RAB, o preço-alvo subiria para cerca de R$ 9 a ação”, apontam os analistas.

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Sabesp (SBSP3, R$ 31,66, +2,76%)
Segundo o Valor, a Sabesp se prepara para entregar, até o fim do ano à Arsesp a proposta de uma nova estrutura tarifária. A expectativa, segundo o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, é que o tema seja discutido ainda no atual processo de revisão tarifária que, com a segunda etapa, vai até abril de 2018.

Educacionais

O conselho de administração da Estácio (ESTC3, R$ 14,46, +0,42%) aprovou o programa de recompra de até 5% das ações em circulação, um dia depois que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) impediu a compra da companhia pela rival maior Kroton. O programa de recompra terá validade de 359 dias. 

O colegiado também aprovou a seleção pela empresa de assessor financeiro para “auxiliar na identificação de potenciais ativos para aquisição”. Mais cedo, o presidente do conselho da empresa, João Cox, já havia informado à Reuters que a rejeição do Cade à fusão com a Kroton era “página virada” e que a empresa iria contratar assessores para mapear o mercado e identificar oportunidades de compra tanto em ensino presencial quanto a distância (EAD).

Ainda no setor, a Kroton (KROT3, R$ 14,71, +1,45%) voltou a subir. Analistas apontam que a derrota no Cade acaba não tendo grande impacto para a companhia e há quem acredite que as ações estão com bons preços. “O papel nos parece barato quando o olhamos sozinho”, disse a equipe do Credit Suisse. Já a Ser (SEER3, R$ 24,49, +3,95%) subiu forte com o presidente da companhia afirmando nos últimos dias que voltou a avaliar uma possível fusão com a Estácio.

Veja: Fusão Kroton/Estácio: o “final de uma novela” que dará origem a 3 novas “minisséries” no setor de educação (clique aqui para ver mais)

Petrobras (PETR3, R$ 13,20, +1,46%; PETR4, R$ 12,37, +1,56%)
Em fato relevante, a Petrobras informou que a diretoria executiva aprovou a revisão da política de preços de diesel e gasolina comercializados em suas refinarias, visando aumentar a frequência de ajustes nos preços, que passará a vigorar no dia 3 de julho.

“A partir desta data, a área técnica de marketing e comercialização da companhia terá delegação para realizar ajustes nos preços, a qualquer momento, inclusive diariamente, desde que os reajustes acumulados por produto estejam, na média Brasil, dentro de uma faixa determinada (queda de 7% à alta de 7%), respeitando a margem estabelecida pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP). Qualquer alteração fora dessa faixa terá que ser autorizada pelo GEMP”, avalia o comunicado.

Segundo a companhia, a revisão da política aprovada permitirá maior aderência dos preços do mercado doméstico ao mercado internacional no curto prazo e possibilitará a companhia competir de maneira mais ágil e eficiente. “É importante ressaltar que os princípios da política de preços, aprovada em outubro de 2016, permanecem inalterados, levando em consideração o preço de paridade internacional (PPI), margens para remuneração dos riscos inerentes à operação e o nível de participação no mercado”. A companhia realiza coletiva nesta manhã para falar sobre o assunto.  

Já a FUP (Federação Única dos Petroleiros) informou que os petroleiros pararam por tempo indeterminado em refinarias. Greve nas refinarias é por tempo indeterminado, com avaliações diárias da FUP e de seus sindicatos. Os trabalhadores afirmam que querem barrar as reduções de efetivos impostas pelos gestores à revelia das representações sindicais, o que viola acordo coletivo de trabalho. A FUP ingressou com dissídio coletivo de natureza jurídica para que o TST assegure o cumprimento das cláusulas do acordo coletivo referentes aos capítulos de segurança e efetivos.

Ainda sobre a estatal, na última quinta, ela informou que dará início à nova fase no processo de venda do campo de Juruá, na Bacia de Solimões, quando investidores interessados e já habilitados receberão cartas-convite com instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para a realização de “due diligence” e para o envio de propostas.

Vale (VALE3, R$ 29,00, +0,35%; VALE5, R$ 26,91, +0,11%) e siderúrgicas
A mineradora e as siderúrgicas tiveram uma sessão volátil após o minério de ferro voltar a subir no exterior. A commodity negociada no porto de Qingdao com 62% de pureza subiu 0,37%, encerrando o dia cotado a US$ 64,95 por tonelada e cravando a quarta sessão consecutiva de alta.

A Bradespar (BRAP4, R$ 20,60, -0,19%) – holding que detém participação na Vale – fechou no negativo. Entre as siderúrgicas, CSN (CSNA3, R$ 7,18, +4,51%), Usiminas (USIM5, R$ 4,60, +1,77%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 4,97, +0,81%) e Gerdau (GGBR4, R$ 10,28, +1,18%) apareceram entre as maiores altas do dia.

No radar, a Vale informou que pretende disponibilizar à Samarco linhas de crédito de curto prazo de até US$ 76 milhões para apoiar suas operações no segundo semestre de 2017, sem que isso configure uma obrigação da Vale para com a Samarco.

A Samarco, joint venture da Vale com a anglo-australiana BHP Billiton, está com suas operações interrompidas desde novembro de 2015, quando uma de suas barragens de rejeitos se rompeu, deixando 19 mortos, centenas de desabrigados e poluindo o rio Doce, que deságua no mar do Espírito Santo.

Em comunicado ao mercado, a mineradora explicou que os fundos serão liberados à medida que forem necessários e que a BHP Billiton também pretende tornar disponível para Samarco linhas de crédito de curto prazo em termos e condições similares.

Fibria (FIBR3, R$ 33,81, -1,49%)
A Fibria informou que não há qualquer negociação atualmente envolvendo potencial parceria da empresa com a chilena a Arauco para compra de participação na produtora de celulose Eldorado Brasil, do grupo J&F.

A companhia, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo e que possui uma fábrica vizinha à Eldorado em Três Lagoas (MS), fez o comentário após ser questionada pela B3 a respeito de reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que cita possível parceria da empresa com a Arauco para investimento na Eldorado.

A companhia informou ainda que seus acionistas controladores, Votorantim SA e BNDESPar, também citaram que não há quaisquer tratativas envolvendo parceria da Fibria com a Arauco.

JBS (JBSS3, R$ 6,53, +3,65%)
O Canadá aumentou o escrutínio das remessas do Brasil e a carga da JBS não cumpriu os requisitos de segurança alimentar, disse a porta-voz da Agência Canadense de Inspeção de Alimentos Lisa Murphy nesta quinta-feira por e-mail, levando à interrupção das importações da carne. 

Em março, a agência também suspendeu as compras de BRF e Seara Alimentos, e as três cias. permanecerão excluídas até “implementarem ações corretivas e cumprirem os requisitos canadenses”. Todos os 191 embarques de carne do Brasil desde 10 de abril foram inspecionados e seis embarques de carne bovina foram rejeitados. 

Antes do procedimento avançado, uma inspeção completa foi realizada aleatoriamente em 10 remessas consecutivas de origem específica do Brasil. O Canadá ainda está aceitando carne de estabelecimentos no Brasil que não estão envolvidos na pesquisa e atendem aos requisitos canadenses, diz Murphy.

Saraiva (SLED4, R$ 4,78, -3,82%)
Após disparar 21% na terça-feira (27) com rumores de que a Amazon poderia comprar a companhia em sua estratégia de ampliação no Brasil, os papéis SLED4 já praticamente devolveram todo o ganho desde então conforme o boato esfria. O BTG Pactual chegou a comentar a notícia, afirmando que o negócio não faria sentido diante da estratégia da gigante americana (veja mais clicando aqui).

Magnesita (MAGG3, R$ 36,80, +6,36%)
A small cap Magnesita renovou seu maior patamar desde março de 2013, chegando ao sexto pregão seguido de ganhos, fechando a semana com alta de mais de 17%. No radar, na última quarta a Comissão Europeia aprovou a compra da empresa pela fabricante austríaca de materiais refratários RHI, depois que a empresa concordou em vender alguns negócios na Europa.

A RHI concordou em vender as atividades da Magnesita envolvendo alguns tipos de produtos refratários, bem como ativos de dolomita na área econômica da Europa, em troca da aprovação do negócio pelo órgão de defesa da concorrência da União Europeia.

Recomendações

Em destaque entre as recomendações, o Morgan Stanley incluiu Cielo (CIEL3, R$ 24,60, -0,32%) e retirou a Iguatemi de recomendações. A Cielo é adicionada por ser um papel defensivo diante de “ambiente atual desafiador no Brasil”, por ter performado pior que MSCI Brazil Index com diferença de 32% em dólar ao longo dos últimos 12 meses e por atratividade de valuation, diz relatório assinado por Guilherme Paiva, Cesar Medina, Regiane Yamanari e Nikolaj Lippmann.

Já a Iguatemi (IGTA3, R$ 32,92, +1,48%) sai após performar melhor que MSCI Brazil Index em 20% em dólar no acumulado do ano, com curva de juros futuros precificando 1,75 pp de corte adicional da Selic. Petrobras, Cielo, Ultrapar, Localiza, CVC e Vale estão entre as dez ações recomendadas do Morgan Stanley na América Latina.

As revisões de ações de elétricas também estão no radar. A Cesp (CESP6, R$ 15,48, +1,18%) foi rebaixada de compra para neutra pelo UBS, enquanto a AES Tietê (TIET11, R$ 13,65, +1,04%) foi elevada para compra pelo banco. Já o Itaú BBA elevou a Equatorial de marketperform para outperform.

Wiz (WIZS3, R$ 18,40, +1,10%)
As ações da Wiz conseguiu evitar uma queda após a derrocada de 7% da véspera. No noticiário da companhia, um de seus grandes trunfos – o monopólio de vendas de seguros na Caixa Econômica Federal – veio abaixo. A Caixa Seguridade rejeitou a proposta da sócia francesa CNP  Assurances pela renovação antecipada do contrato de exclusividade. 

Em comunicado, a empresa diz que a Caixa Seguridade encerrou o período de negociação exclusiva com a companhia francesa. A companhia, antiga Par Corretora, tem como principais acionistas a Fena (Federação dos Funcionários da Caixa), a Caixa Seguradora e a GP Investments.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.