Sexta de disparada de “micos do petróleo” e apagão das elétricas; veja destaques

Ainda entre os destaques estão os papéis da Petrobras, que dispararam após rumor de Henrique Meirelles na presidência da estatal

Paula Barra

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SÃO PAULO – Encerra hoje mais uma semana na Bolsa, com o Ibovespa fechando a sexta-feira (9) em sua primeira sessão de queda após três dias de altas, quando caiu 2,21%, a 48.840 pontos. Entre os destaques, estiveram as ações da Petrobras, que após operarem no negativo, viraram para alta e fecharam no topo dos ganhos da carteira teórica do benchmark em meio a rumores de que Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, é cotado para o cargo de presidente da companhia, desbancando Maria das Graças Foster. Além disto, Murilo Ferreira, presidente da Vale, também é um dos nomes que estariam sendo cogitados para gerenciar a companhia.

Na ponta negativa do índice chamaram atenção os papéis do setor elétrico, com Eletrobras (ELET3, R$ 5,57, -2,11%; ELET6, R$ 7,62, -6,96%), Tractebel (TBLE3, R$ 31,85, -7,68%), Light (LIGT3, R$ 15,95, -7,27%), Copel (CPLE6, R$ 32,81, -4,82%) e CPFL Energia (CPFE3, R$ 17,72, -6,74%). Os papéis fecharam com forte queda em meio a preocupações de que o empréstimo às distribuidoras, no valor de R$ 2,5 bilhões, não saia. Segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é absolutamente contra um novo empréstimo às distribuidoras envolvendo bancos públicos. Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia, por outro lado, não quer ser o ministro do tarifaço, nem herdar uma inadimplência, que pode ser recorde no setor. Além disso, aconteceu nesta sexta-feira o leilão de transmissão 07/2014, inicialmente previsto para 19 de dezembro. O evento contou com poucos interessados, como já apontado pela XP Investimentos. 

Ainda fecharam no vermelho os papéis dos bancos em meio à notícia de que um executivo do Itaú Unibanco disse que pode aumentar as provisões para perdas com inadimplência de empresas em 2015, como resultado dos efeitos do escândalo de corrupção envolvendo as maiores empreiteiras do país e a Petrobras.

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O dia foi positivo, no entanto, para duas small caps do setor de petróleo, com as ações da OGX e HRT disparando fora do Ibovespa após notícia do Estadão, de que Eike Batista tem sondado Nelson Tanure, principal acionista da HRT, sobre uma possível fusão entre as duas petroleiras.

Outros destaques da Bovespa nesta sexta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 9,29, +2,99%; PETR4, R$ 9,40, +2,40%)
As ações da Petrobras fecharam no topo dos ganhos do Ibovespa nesta sexta-feira, depois de duas sessões de forte valorização. Rumores de que Henrique Meirelles poderá assumir a presidência da estatal, desbancando Maria das Graças Foster, fizeram com que a companhia disparasse 3,8% desde as 15h15 (horário de Brasília).

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No radar ainda, a empresa afirmou ontem que não há qualquer decisão sobre mudança de preços da gasolina e diesel. O comunicado foi resposta às informações de que a estatal estuda redução no preço dos combustíveis. Acreditamos que a decisão da companhia será pela volta da CIDE e manutenção dos preços do combustível, disse a Guide Investimentos.

A Petrobras também informou, em comunicado, que não foi feita avaliação interna de seus ativos na África para uma operação no valor de US$ 3,5 bilhões, em resposta à notícia divulgada pela Folha, segundo a qual seria possível captar esse montante por 25% dos ativos no continente.

Vale (VALE3, R$ 22,35, -2,15%; VALE5, R$ 19,82, -1,39%)
As ações da Vale fecharam em queda nesta sexta após dois pregões de ganhos, em meio ao corte de seu preço-alvo por dois bancos. A mineradora teve seu target reduzido de R$ 33 para R$ 27 pelo Itaú BBA, enquanto o Jefferies revisou para baixo o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) para US$ 8,50, com recomendação de manutenção.  

Bancos
Os papéis dos bancos acompanharam o dia negativo no mercado brasileiro e fecharam em queda nesta sexta-feira. No radar, uma notícia do Valor apontou que procuradores querem ouvir cinco bancos – Bradesco (BBDC4, R$ 35,47, -4,34%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,77, -4,37%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,54, -4,33%), HSBC e Santander (SANB11, R$ 12,80, -3,03%) – sobre Operação Lava Jato, da Petrobras. Eles seriam chamados para explicar aos investigadores os motivos pelos quais seus sistemas comunicaram apenas parte das operações financeiras suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de fiscalização do Ministério da Fazenda. 

Nesta sexta ainda um executivo do Itaú Unibanco, melhor banco provado do País, disse que pode aumentar as provisões para perdas com inadimplência de empresas em 2015, como resultado dos efeitos do escândalo de corrupção envolvendo as maiores empreiteiras do país e a Petrobras.

Sobre o Santander ainda, as ações do banco na Espanha despencavam 10% nesta sexta-feira após a instituição vender 7,5 bilhões de euros (8,9 bilhões de dólares) em novas ações a um desconto acentuado para aprimorar sua força de capital e financiar seu crescimento. O maior banco da zona do euro anunciou a rápida venda de ações no fim da quinta-feira. Foram vendidas 1,2 bilhão de ações a 6,18 euros cada, no piso da faixa indicativa de preço e com desconto de 10% em relação ao preço anterior do papel.

Vale acrescentar ainda que de acordo com relatório de ontem, a Fitch Ratings analisou que os bancos terão que reforçar suas previsões de crédito desembolsados para as companhias envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investida os casos de corrupção da estatal Petrobras. Os analistas ainda disseram que os bancos públicos podem ser mais afetados, pois são mais expostos a companhias do setor de petróleo, óleo, gás e contrução.

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 9,40, -2,19%)
Os papéis da Bovespa fecharam no vermelho em seu segundo dia seguido, após notícia do Relatório Reservado de que a gestora norte-americana OppenheimerFunds pretende vender sua participação de pouco mais de 10% na companhia. Desde o início de janeiro, os papéis já acumulam perdas de 4,57%.

Siderúrgicas
As siderúrgicas deram continuidade às perdas de ontem após fortes ganhos recentes por conta de notícias sobre reajustes nos preços do aço, enquanto sofrem hoje também com o mau humor do mercado. Lideram a ponta negativa do Ibovespa os papéis da CSN (CSNA3, R$ 5,39, -3,75%), Gerdau (GGBR4, R$ 9,66, -5,48%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 11,20, -5,96%) e Usiminas (USIM5), R$ 4,56, -4,00%).

Oi (OIBR4, R$ 6,60, +0,75%)
As ações da Oi fecharam com alta nesta sexta-feira. Hoje, o Conselho de Administração da Portugal Telecom para avaliar a possibilidade de suspender ou adiar a assembleia de acionistas marcada para 12 de janeiro com o objetivo de analisar a venda dos ativos portugueses da Oi para o grupo europeu Altice.

Cteep (TRPL4, R$ 38,36, -8,56%)
As ações da Transmissão Paulista, ou Cteep, desabaram hoje em meio ao relatório da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que avalia os ativos não amortizados da companhia abaixo do esperado. Além disso, o UBS cortou hoje a recomendação das ações da empresa de compra para neutra. O preço-alvo é de R$ 44 por papel para os próximos 12 meses. 

A empresa informou ontem que recebeu da Aneel relatório apontando que a indenização que a companhia terá que receber é de R$ 3,6 bilhões por ativos de transmissão anteriores a 2000. Entretanto, um laudo independente da Cteep aponta que o valor seria de R$ 5,2 bilhões. A companhia vai apresentar um recurso para contestar o valor apresentado, nos termos do laudo, comunicou.

Lojas Renner (LREN3, R$ 73,30, -3,55%)
Em entrevista à Reuters, o presidente da companhia, José Galló, disse que a varejista inicia 2015 enxergando oportunidades de ocupar lacunas deixadas por concorrentes de menor porte, em um ambiente macroeconômico desafiador. Segundo ele, o período de 2003 a 2010 foi “extremamente favorável para todos”, mas que a situação vem mudando em função da desaceleração da economia, fazendo os consumidores optarem por redes com fôlego financeiro, capazes de seguir apresentando novidades.

HRT (HRTP3, R$ 4,38, +15,87%) e OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,09, +12,50%)
Uma possível fusão entre HRT e OGX agitou as ações das duas companhias hoje. Segundo reportagem do Estadão, Eike Batista tem sondado Nelson Tanure, principal acionista da HRT, sobre uma possível fusão entre as duas petroleiras. O jornal apurou que as conversas envolvem um dos empresários mais ricos da Nigéria. A análise de especialistas do setor é que o negócio traria sinergias interessantes, já que os campos de Polvo, da HRT, e de Tubarão Martelo, da OGX, são vizinhos. 

Valid (VLID3, R$ 40,20, -0,37%)
A Valid informou ontem que assinou contrato para emissão de carteiras de habilitação no estado de Washington, nos Estados Unidos. O planejamento e desenvolvimento do projeto terão início em janeiro de 2015 e o registro e produção das carteiras em agosto de 2016. Ao longo dos cinco anos de vigência de contrato, a empresa irá produzir e emitir aproximadamente 1,7 milhão de credenciais seguras a cada ano, informou. 

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,24, -4,36%)
O Bank of America Merrill Lynch comentou hoje que a MRV Engenharia pode sofrer pressões devido às incertezas sobre o programa do governo “Minha Casa, Minha Vida”. Segundo o banco, apesar de ter poucas dependências dos subsídios do governo, as ações da empresa podem ficar mais voláteis no curto prazo, com as discussões para a aprovação de novos parâmetros para a terceira etapa do programa.  

BRF (BRFS3, R$ 61,78, -2,17%)
O banco Safra revisou para baixo a recomendação para as ações da BRF. A classificação passou para neutra. Esse é o primeiro dia de queda das ações após duas altas seguidas. 

Mangels (MGEL4, R$ 0,50, +2,04%)
A Mangels, em recuperação judicial, informou ontem à noite, após assembleia geral extraordinária, que foi aprovada sua saída do Nível 1 de governança corporativa da BM&FBovespa. 

Restoque (LLIS3, R$ 7,25, 0,00%)
A Restoque teve sua cobertura iniciada pelo Santander com recomendação de manutenção.

Romi (ROMI3, R$ 2,10, -9,87%)
Sem motivos aparentes, a companhia viveu hoje sua quinta sessão seguida de quedas, tendo operado no vermelho desde o início deste ano, o que levou seus papéis a fecharem em suas mínimas de 10 anos.

BR Pharma (BPHA3, R$ 1,79, -6,77%)
As ações da BR Pharma tiveram seu sexto pregão seguido de quedas, despencando 28% nesta semana e renovando hoje sua mínima histórica.