Ser dispara 6% com rumor de venda de controle; Hypera salta após balanço e Sabesp sobe 2,5% com reorganização

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta segunda-feira (29)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa abriu a semana com uma sessão praticamente estável, com um fraco volume financeiro, com o mercado de olho na reaproximação entre Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia, além do noticiário corporativo, com os resultados de Hypermarcas, a alta da Petrobras após a notícia de que pretende vender oito refinarias.

Já a Ser Educacional, com a notícia de que o controlador está analisando venda de participação, subiu, apesar da notícia ser negada pela empresa. Vale destacar que hoje ainda saem os resultados de Raia Drogasil, Multiplan, CCR, EcoRodovias, Cteep e Movida.

Confira os destaques desta segunda-feira:

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Petrobras (PETR3; PETR4)

O conselho de administração da Petrobras aprovou nesta sexta-feira as novas diretrizes da gestão do portfólio de ativos da companhia, que autoriza a venda de oito refinarias, com capacidade de 1,1 milhão, e a participação na BR Distribuidora, “permanecendo a Petrobras como acionista relevante”.

A lista não inclui, porém, a maior produtora nacional, a Replan, em Paulínia (SP), e a Reduc, em Duque de Caxias (RJ). Além destes ativos, a empresa vai se desfazer integralmente da Pudsa, rede de postos no Uruguai. Os ativos incluídos são a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), a Refinaria Gabriel Passos (Regap), a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), a Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e aLubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor).

“Os projetos de desinvestimento das refinarias, além do reposicionamento do portfólio da companhia em ativos de maior rentabilidade, possibilitarão também dar maior competitividade e transparência ao segmento de refino no Brasil, em linha com o posicionamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e recomendações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os projetos seguirão a Sistemática de Desinvestimentos da Petrobras e terão suas principais etapas divulgadas oportunamente ao mercado”, informou afirmou a empresa em nota.

Continua depois da publicidade

Segundo a Folha, o governo prepara fim do monopólio da Petrobras no gás para reduzir preço.

Quer investir melhor o seu dinheiro? Clique aqui e abra a sua conta na XP Investimentos

Em entrevista à Globonews, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que a estatal pretende arrecadar US$ 15 bilhões com a venda de refinarias. A empresa quer ainda vender, dentro dos próximos 18 meses, 70 postos de gasolina no Uruguai.

Castello Branco reforçou ainda que vai rever a política de patrocínios da estatal e que o plano é se concentrar na educação infantil e em ciência e tecnologia. Dentro desta revisão, a estatal pretende retirar o patrocínio da Fórmula 1 (10 milhões de libras por ano que eram destinados à McLaren), além de artistas, cantores renomados, teatro e cinema.

Sabesp (SBSP3)

As ações da Sabesp chegaram a subir 3,66% após a estatal decidir pela criação de um grupo de trabalho para avaliar alternativas de reorganização societária, estendendo um rali de 7 dias e atingindo novo recorde.

A volta dos estudos ocorre em paralelo à análise do novo texto para a Medida Provisória 868, que altera regras do setor de saneamento básico no país, que deve ser votado no próximo dia 7 de maio em comissão mista no Congresso Nacional.

“Esse é um passo importante e inesperadamente rápido favorecendo a tese da privatização da Sabesp”, destacou o analista do Bradesco BBI, Francisco Navarrete, em nota por e-mail.

Banco do Brasil (BBAS3)
Durante evento do setor agropecuário nesta segunda-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo ao presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para que o banco reduza os juros dos empréstimos cobrados do setor agropecuário.

O presidente, que citou que a instituição financeira terá R$ 1 bilhão em recursos para o financiamento do setor durante a feira, se dirigiu ao presidente do BB, Rubem Novaes, e, bem humorado, emendou. “Apelo, Rubem (Novaes), para seu coração e patriotismo, que esses juros caiam um pouco mais”, afirmou, para aplausos da plateia.

A notícia teve reação direta no mercado financeiro, com as ações do banco estatal, que até então operavam em alta, virando para queda de mais de 1%, chegando a cair 1,82% na mínima do dia. Porém, os ativos se recuperaram e fecharam no positivo. A notícia também puxou outros bancos, caso do Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4).

Bolsonaro citou que o governo irá liberar R$ 1 bilhão para o programa de seguro rural, mas não deu detalhes.

Antes, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informou que R$ 500 milhões seriam liberados após o “governo raspar o tacho”, para o financiamento do programa de modernização da frota, o Moderfrota.

Segundo ela, o governo trabalha “dentro desse orçamento engessado que o presidente (Jair Bolsonaro) recebeu” e o “ministro (da Economia) Paulo Guedes tem boa vontade” e trabalha em parceria com a Agricultura.

“Conseguimos raspar o tacho do atual plano safra e Moderfrota terá mais R$ 500 milhões”, disse a ministra, admitindo em seguida que o valor, até junho deste ano, é pouco.

Vale (VALE3)

A Vale informou no sábado em comunicado à CVM que foi atingido o percentual mínimo necessário à requisição de adoção do processo de voto múltiplo. Segundo a empresa, por esta razão a eleição de membros do Conselho de Administração nas Assembleias Gerais Extraordinária e Ordinária da Companhia, do dia 30/04/2019, “poderá se dar por esse processo, observadas as disposições constantes do Estatuto Social da Vale”.

Segundo a Folha, minoritários conseguiram voto suficiente para indicar Patricia Bentes como membro independente, liderados pela corretora Vic DTVM e o findo Geração Futuro Lpar.

Estatais

O Valor destaca que o lucro das oito principais estatais listadas na bolsa avançou 132% no ano passado, em relação a 2017, no melhor resultado em oito anos.

Segundo a publicação, o desempenho foi resultado de políticas e medidas para cortar custos, além aumentar eficiência e produtividade, segundo o secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais desde 2016, Fernando Soares. Ele diz que foi orientado às estatais a fazerem aquilo que “efetivamente estão preparadas a fazer”.

Ser Educacional (SEER3)

O maior acionista da Ser Educacional, Janguiê Diniz, estaria disposto a vender parte ou sua participação de 55,5% na companhia, segundo o Valor Econômico. A publicação informa que a CVC Capital Partners abordou o executivo, que, desta vez, estaria disposto a negociar sua participação.

O desânimo com o setor, pela crise econômica e a falta de programas de incentivo, estariam por trás da decisão. Em comunicado à CVM, a Ser Educacional informa que consultou o seu controlador e recebeu a resposta de que “não há qualquer discussão” sobre a venda de sua participação no momento.

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4)

Segundo o jornal O Globo, diante da crise da Avianca, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) já prepara a redistribuição de autorizações para pousos e decolagens nos aeroportos mais movimentados, como Congonhas.

A divisão será feita igualmente entre as empresas que operam no terminal, como Latam, Gol e Azul, conforme prevê regulação da agência. Contudo, há pressão para que o órgão reveja normas e beneficie a Azul, que tem menor oferta de rotas no aeroporto mais rentável do País.

Smiles (SMLS3)

A Smiles Fidelidade registrou um lucro líquido de R$ 141,9 milhões no primeiro trimestre, representando uma queda de 8,5% sobre o mesmo período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa caiu 9% na comparação anual, para R$ 171,1 milhões, com a margem Ebitda de 71,1%, ante 73,5% de um ano antes. Entre janeiro e março, a receita líquida atingiu R$ 240,6 milhões, queda de 2,6%.

Segundo o balanço da empresa, a companhia registrou um acúmulo de 28,5 bilhões de milhas no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 27,2% em relação ao verificado no mesmo período de 2018. O desempenho foi impulsionado, principalmente, pela expansão de 33,9% do acúmulo de milhas provenientes de bancos, varejo e serviços. O resgate de milhas avançou 18,5% frente ao observado um ano antes, atingindo 22,4 bilhões de milhas.

Hypera (HYPE3)

A Hypera Pharma, antiga Hypermarcas, registrou um lucro líquido de R$ 321,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 7,1% acima da registrada no mesmo período do ano passado, de R$ 299,8 milhões. Segundo a empresa, o lucro líquido das operações continuadas somou R$ 330,8 milhões, representando uma expansão de 9,5% frente ao resultado líquido do mesmo período do ano passado, neste critério, de R$ 302,2 milhões.

O resultado líquido foi beneficiado no primeiro trimestre pela contabilização do crédito tributário relacionado à decisão favorável sobre a exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, no valor de R$ 546,4 milhões.

O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) das operações continuadas atingiu R$ 401,4 milhões entre janeiro e março, desempenho 10,7% superior ao do mesmo período de 2018. A receita líquida somou R$ 383,6 milhões, queda de 58,7%. 

Adicionalmente, a Hypera aprovou hoje programa de recompra de até 8 milhões de ações ordinárias, que representam até 2,00% do total. O prazo máximo para a realização das recompras é de até 18 meses, com término em 29 de outubro de 2020.

De acordo com o Morgan Stanley, os papéis HYPE3 abriram uma boa oportunidade de entrada, destacando o desempenho da companhia no primeiro trimestre de 2019. “Pode ser um movimento gradual, mas a maré está mudando. A limpeza de estoques implica um vento de cauda no segundo trimestre, e os lançamentos de produtos devem estabilizar a participação de mercado no segundo semestre, com uma perspectiva de aumento partir de 2020 em um mercado melhor”, apontam os analistas. 

JBS (JBSS3)

A JBS informou que sua controlada Seara Alimentos fechou um contrato de compra da processadora de suínos da Adelle Alimentos, localizada em Seberi (RS), incluindo seus sistemas de integração.

Em comunicado ao mercado, a JBS afirmou que o valor para a aquisição dos ativos é de R$ 235 milhões a ser pago pela Seara da seguinte forma: R$ 80 milhões por meio de dação em pagamento do Frigorífico Frederico, localizado em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul; R$ 115 milhões por meio da assunção de determinadas dívidas da Adelle; e R$ 40 milhões em moeda corrente nacional.

(Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.