Sem privatização, com intervenção: ex-CEO da Petrobras defende saída do governo

Castello Branco também afirmou que a atual política de preços da petroleira já se mostrou prejudicial à companhia

Estadão Conteúdo

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O ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco afirmou nesta sexta-feira (5) que os ruídos e tentativas de intervenção na estatal são negativos e que esse cenário só será eliminado com a privatização da companhia.

“Seja o governo A, B ou C, existe uma tentação enorme em se intervir na Petrobras”, disse o executivo, que foi presidente na gestão Bolsonaro, em entrevista à GloboNews.

“Existem muitas falácias e mitos do Estado empresário. Mito que já faliu há muito tempo”, comentou, ao defender a eficiência das empresas privadas, usando o exemplo da SpaceX, do bilionário Elon Musk, em contrapartida à eficiência da Nasa – empresa estatal – na exploração espacial.

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Politica de preços da Petrobras (PETR4) é prejudicial

Castello Branco também afirmou que a atual política de preços da petroleira já se mostrou prejudicial à companhia.

“Ela não é uma boa para a sociedade brasileira, porque a empresa perde sua capacidade de investimento, perde sua capacidade de distribuir dividendos, e não vamos esquecer que 37% destes dividendos vão para o Tesouro Nacional.”

Em abril do ano passado, a Petrobras deixou de usar a política de paridade de preço internacional (PPI), implantada durante a gestão de Pedro Parente na empresa (no governo Michel Temer). Por essa política, os preços dos combustíveis no Brasil seguiam basicamente os preços do mercado internacional, já que o petróleo é uma commodity global.

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Sobre as informações de bastidores de possível troca de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras, Castello Branco afirmou que não especularia sobre a mudança, sustentando seu argumento de que essa não é uma questão tão relevante assim. “O problema não é com pessoas, mas no sistema. E o sistema é ruim.”

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