Petrobras fecha em alta de 0,58%, com troca de CEO e dividendos no radar

Especulação sobre troca de Prates por Mercadante prejudica desempenho das ações da petroleira

Equipe InfoMoney

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A possibilidade de troca no comando da Petrobras (PETR4) e as incertezas sobre o pagamento de dividendos extraordinários seguem mexendo com as ações da petrolífera. Hoje, assim como ontem, a volatilidade se mantém elevada.

Após abrirem em queda, buscando a mínima nos R$ 37,17, as ações da petrolífera chegaram a subir 2% mas fecharam com uma alta mais fraca, de 0,58%, a R$ 38,10.

Esse vai-e-vem das ações da Petrobras acontece porque investidores têm reagido de forma negativa às notícias de que o atual CEO, Jean Paul Prates, conhecido por ter experiência no setor, possa ser substituído pelo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, um quadro histórico do PT.

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Definição sobre CEO da Petrobras (PETR4)

Nesta sexta-feira, portanto, os investidores operam em compasso de espera. Segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, Prates deve se encontrar com o presidente Lula na próxima segunda.

Segundo o colunista, a reunião teria sido solicitada pelo executivo para esclarecer sobre a sua permanência ou não, lembrando que Prates abriu mão da vaga no Senado para assumir o posto, no início do governo.

Mercadante no páreo

Entre os nomes especulados para uma eventual saída de Prates está o de Mercadante, que surgiu nesta quinta-feira.

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A possibilidade de troca do comando da Petrobras vem do desgaste de Prates, com críticas nos bastidores, dos ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.

Mais para o fim da tarde, contudo, foi noticiado pelo Broadcast que Mercadante pode assumir não a presidência da companhia, mas sim a do seu Conselho.

Volatidade em alta

Ontem, a volatilidade reinou sobre as ações da Petrobras. Se por um lado o nome de Mercadante não agradou, a especulação sobre o pagamento de dividendos extras animou os investidores, e o papel chegou a subir forte em parte do leilão.

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Após o fechamento dos mercados, em comunicado, a estatal afirmou que não há decisão sobre o pagamento de dividendos.

Entretanto, o comunicado reforçou que qualquer decisão par ao uso da reserva de remuneração de capital pode ser tomada durante assembleia de acionistas.

Fiscal no radar

Em meio a tudo isso existe o problema fiscal do governo – especialmente para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que prometeu déficit zero ou quase.

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Portanto, parte dos R$ 43,9 bilhões, que foram integrados à reserva de remuneração de capital da Petrobras – o que causou descontentamento geral aos acionistas –, poderiam cair como uma luva para o Governo.

Como a União é a maior acionista da Petrobras, a distribuição de dividendos extra iria para o caixa do governo, ajudando assim as contas públicas.

Os dividendos extraordinários da estatal não estão previstos no Orçamento de 2024, apenas os ordinários, que já foram distribuídos.

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Esses proventos, caso sejam pagos, podem compensar as medidas de arrecadação que encontram dificuldades de aprovação no Congresso Nacional.

Intervenção do governo

Tanto a possível mudança no controle da petrolífera como o pagamento dos dividendos são vistos como a possibilidade de intervenção do governo na Petrobras.

É justamente uma aparente falta de alinhamento entre Prates e integrantes do governo Lula que causou o desgaste. Silveira, por exemplo, cobrou de Prates publicamente a redução do preço dos combustíveis.

Hoje, em entrevista, o ex-presidente da Petrobras, Roberto Castelo Branco, foi mais radical. Segundo ele, os ruídos e as tentativas de intervenção na estatal só serão eliminado com a privatização da companhia.

Alívio?

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou nesta sexta-feira que a Petrobras contará com um ambiente de “estabilidade” nas próximas horas ou nos próximos dias, em meio à polêmica envolvendo eventual troca de comando da estatal.

O ministro avaliou ainda, em entrevista à GloboNews, que qualquer afirmação sobre mudanças na presidência da Petrobras ou até mesmo nomes que poderiam ser aventados estaria no campo da “especulação” e do “chute”.

Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá se envolver diretamente na busca de uma solução para a situação.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)