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Sem grandes gatilhos para setor, quais empresas de saúde devem se destacar no 1T24?

Companhias do setor de saúde ainda enfrentam desafios mas devem apresentar dados melhores no trimestre

Camille Bocanegra

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A temporada de resultados do primeiro trimestre de 2024 para empresas de saúde já com a divulgação do balanço da Hypera (HYPE3). Mesmo com balanço pressionado, a companhia teve números bem recebidos pelo mercado. A expectativa para empresas de saúde no geral é de resultados mistos no 1T24, de acordo com analistas.

Para a XP, a temporada terá como destaque a Hapvida (HAPV3). Para pagadores, a expectativa é de continuidade de aumento de preços e redução de sinistralidade. O relacionamento deve seguir desafiador com hospitais, que devem seguir com entregas melhores de receita e margens. Para farmacêuticas, a projeção é de números melhores que os apresentados nos últimos trimestres.

O Bradesco BBI não vê nenhum grande gatilho positivo à vista e valuations de curto prazo desencorajadores. “Em geral, esperamos um 1T24 fraco para o setor de saúde devido ao baixo crescimento das receitas e à pressão contínua nas margens para algumas empresas”, avaliam. Para os analistas, os destaques positivos deverão ser Rede D’Or (RDOR3) e Panvel (PNVL3), enquanto pelo lado negativo, Viveo (VVEO3), Dasa (DASA3) e Oncoclínicas (ONCO3) devem apresentar os piores resultados.

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Rede D’Or

A XP aposta em resultados ligeiramente positivos para Rede D’Or (RDOR3), com possíveis aumentos trimestrais no número de leitos operacionais e na ocupação hospitalar, impulsionados por fatores sazonais e pela expansão de unidades recentemente inauguradas. O saldo de dívida da companhia ainda é visto em patamar alto. A empresa também pode registrar aumento no número de beneficiários de planos de saúde, conforme indicado pela ANS em dados de janeiro e fevereiro. Espera-se ainda uma melhoria na taxa de sinistralidade médica (Medical Loss Rate, MLR na sigla mais utilizada no setor), à medida que a empresa busca aumentar preços e reduzir a utilização, o que pode resultar em expansão da margem Ebitda no trimestre.

O Itaú BBA projeta expansão decente na margem Ebitda, com bom resultado no trimestre para serviços hospitalares e de oncologia. Na frente de seguros, mesmo considerando a sazonalidade menos favorável, há expectativa de melhoria de 100 pontos base na sinistralidade. Na comparação anual, o BBA projeta expansão de 32% no EBITDA.

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Hapvida

A Hapvida deverá apresentar resultados ligeiramente positivos, na visão da XP, com receita total com aumento em relação ao ano anterior. A projeção é que os aumentos de preços devem compensar mais do que a perda de beneficiários. Não há expectativa de uma MLR maior que a sazonalidade regular já sugeriria para a métrica. A corretora considera que o resultado final deverá aumentar tanto trimestral quanto anualmente, mesmo considerando pressões nas linhas. A visão do Itaú BBA é de resultados sólidos, com forte melhoria na sinistralidade e base de beneficiários com situação menos negativa. A geração de fluxo de caixa também deve continuar no 1º trimestre.

Oncoclínicas

Para o Itaú BBA, a Oncoclínicas (ONCO3) deve manter o crescimento mas com desafios na geração de caixa. A projeção é que as fortes tendências continuem para a companhia.

Fleury

A expectativa da XP para o grupo Fleury (FLRY3) é de resultados positivos, com aumento de receitas líquidas impulsionadas por quase todas as fontes de receitas, menos pela marca própria do grupo. Na análise, a corretora projeta que a margem EBITDA pode aumentar por diluição de custos e despesas resultantes da fusão com o Hermes Pardini. O lucro líquido é estimado em R$ 165 milhões. O BBA projeta aumento de receita, com forte crescimento no segmento B2B e crescimento mais lento para a marca Fleury. Para outras marcas de custo mais baixo do grupo a expectativa é de trajetória de crescimento mais forte.

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Para Kora Saúde (KRSA3), a projeção da XP é por resultados ligeiramente negativos, com receita total mostrando leve aumento. O avanço deve ser motivado por melhorias em valores médios por aumento de preços e diminuição de taxa de ocupação. O resultado deve ser comprometido pelo alto endividamento líquido da companhia. Para Blau (BLAU3), a expectativa da XP é de resultados negativos, com lucro líquido de R$ 22 milhões, pela deterioração dos números operacionais na comparação com 2023. O BBA projeta manutenção de tendências observadas nos últimos trimestres, com crescimento de receita mas lucratividade ainda sob pressão.

A Odontoprev (ODPV3), por sua vez, deve apresentar números positivos, com receitas líquidas maiores na comparação anual, segundo a XP. Os bons dados seriam devido à adições líquidas de clientes corporativos e PMEs, assim como aumentos no ticket médio. O resultado final deverá ficar em R$ 151 milhões, de acordo com a corretora. A Mater Dei (MATD3), na análise da XP, deve ficar com resultados neutros e apresentar lucro líquido ajustado de R$ 48 milhões.