Publicidade
Para o estrategista de ações da XP, Raphael Figueredo, a marca que o Ibovespa bateu ontem, ao chegar aos 140 mil pontos, é alerta. “O grande alerta desse momento, para quem não tem nada em renda variável, é que é preciso ter. Isso é mais importante do que quem já está dentro”, afirma.
Para Rafi, o fim do ciclo de altas taxas da Selic está próximo. Isso significa que, em breve, é possível em taxas e curvas de juros mais baixas. “Isso permite acreditar que nós estamos diante, logo ali na frente, de uma mudança de regime importante”, diz, mesmo considerando que a inflação ainda pode incomodar.
Com essa mudança de regime, a presença e continuidade em renda variável pode ser mais importante que nunca, para o estrategista. “E por que isso? Porque a gente está olhando um movimento de ciclo longo lá na frente. No curto prazo, pode ser que a Bolsa ainda tenha alguns pullbacks, porque os desafios são enormes”, diz.
Entre eles, estariam a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos e uma desaceleração econômica global mais forte. Com isso, o impacto no mercado doméstico poderia vir a partir da movimentação negativa para o mercado de commodities. Além disso, no Brasil, estariam presentes também desafios fiscais que poderiam manter a curva de juros um pouco mais alta ainda por mais tempo.

Bolsa aos 140 mil: Saiba qual indicador técnico sugere correção antes de novos marcos
Índice acumula alta de 16% em 2025 e seis semanas consecutivas de valorização.

Ibovespa vai a 140 mil pontos por 1ª vez: o que mercado projeta agora para o índice?
Analistas veem alta prosseguindo até o fim do ano, ainda que alguns riscos internos estejam no radar
“A gente tem algumas incertezas que impõem algum tipo de dificuldade e que façam com que a Bolsa possa perder um pouco dessa velocidade. Mas isso não tira a nossa ideia de que olhar estruturalmente o movimento longo de mudança de regime, onde as taxas de juros estão próximas do fim da alta, sinalizem uma oportunidade principalmente aquelas pessoas que estão overexposed em renda fixa”, afirma.
Para onde olhar? Para Rafi, o cenário ainda é de “vagas magras”, porque o índice está descontando a inflação. Por isso, a melhor escolha são ativos com baixo risco e zero ou quase nenhuma alavancagem.
Continua depois da publicidade
“São companhias que a gente tem olhado bastante porque essas companhias de altíssima qualidade oferecem o mesmo retorno, às vezes até um pouquinho mais, de empresas com fundamento não tão bons, mas que essas empresas estão subindo também”, diz.
Ainda assim, é importante que o investidor passe a alocar mais renda variável, considerando os desafios ainda relevantes que devem vir no cenário. O especialista pondera que é importante buscar previsibilidade. “Não é hora de ir de peito aberto”, diz.