Saraiva chega a disparar 37% após acordo; Vale e Petrobras sobem e BB se anima com STF

Confira os principais destaques desta quinta-feira (18)

Lara Rizério

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Saraiva (SLED4, R$ 6,27, +29,55%)
As ações da Saraiva disparam mais de 20% após o negócio com a Abril Educação (ABRE3, R$ 12,54, +0,80%), chegando a subir 37,40%. A companhia informou nesta quinta-feira que firmou, por meio de sua subsidiária Editora Ática, acordo com a Saraiva para aquisição pela Ática de todas as cotas da Saraiva Educação detidas pela Saraiva por 725 milhões de reais, segundo fato relevante.

O preço está sujeito a ajustes em razão do endividamento líquido da Saraiva Educação. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) pro forma ajustado dos negócios de educação da Saraiva em 2014 foi de aproximadamente 156,46 milhões de reais, informou a Abril Educação.

TIM (TIMP3, R$ 10,42, +4,62%)
As ações da TIM voltam a disparar na sessão desta quinta-feira, em meio à notícia de que a Vivendi, que é a maior investidora da Telecom Italia, apoia a ideia de que o grupo italiano avalie a possibilidade de venda da Tim Participações, segundo pessoas próximas ao assunto ouvidas pela agência Bloomberg. 

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Vale (VALE3, R$ 19,57, +0,51%; VALE5, R$ 16,98, +0,77%) 
Após quatro dias de baixa, as ações de Vale e siderúrgicas esboçam uma reação na sessão desta quinta-feira. A cotação do minério de ferro spot do porto de Qingdao subiu 0,42%, a US$ 61,77 após quatro dias de baixa. 

Por outro lado, em meio ao cenário econômico ruim, o BTG Pactual destaca que o setor siderúrgico é um setor a ser evitado por agora, destacando especial cautela em Usiminas (USIM5, R$ 4,55, +2,25%) e em CSN (CSNA3, R$ 5,69, +0,35%).

Segundo os analistas, apesar das ações terem corrigido, ainda não há catalisadores. Além disso, as perspectivas para os resultados dos segundo e terceiro trimestre não são boas. Outro fator preocupante é o conflito entre os acionistas controladores da Usiminas e a desconfortavelmente alta alavancagem da CSN. A Gerdau (GGBR4, R$ 7,96, 0%), em base relativa, parece mais atraente, mas a convicção é reduzida dados os ventos contrários de sua unidade brasileira, afirmam os analistas. 

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Petrobras (PETR3, R$ 14,61, +0,83%PETR4, R$ 13,29, +0,76%
As ações da Petrobras também registram ganhos à espera do plano de negócios e da reestruturação. 

De acordo com informações do jornal Valor Econômico, a Petrobras está colocando em prática um amplo programa de reestruturação, a ser realizado nos próximos dois meses. A estratégia consiste em enxugar custos, reduzir os cargos terceirizados e aumentar a produtividade dos processos internos. A expectativa é de que o documento seja divulgado em julho. 

O programa de reestruturação, afirma o jornal, está sendo feito na esteira do Plano de Negócios 2015-2019, que deverá trazer redução de investimentos, de 20% a 30%. Segundo informações da agência Reuters, a Petrobras também deve divulgar o seu plano de negócios em julho. 

Bancos
Os bancos voltam a registrar uma sessão de ganhos nesta sessão, com destaque para o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,91, +1,69%), que sobe mais de 1%, em meio à notícia de que o STF pode não julgar os planos econômicos; o BB seria o mais impactado pela medida. Já o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,94, +0,00%) zera os ganhos, enquanto as units do Santander Brasil (SANB11, R$ 16,30, -0,37%) são negociados perto da estabilidade. Bradesco (BBDC3, R$ 27,16, -0,07%; BBDC4, R$ 27,95, +0,83%) veem seus papéis ON perto da estabilidade e os ativos preferenciais sobem.

Conforme destaca o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, a notícia sobre os planos econômicos é positiva para o setor, mas ainda há outros fatores que pesam, como o cenário econômico mais negativo e os rumores de tributação. 

Os integrantes do STF já admitem a possibilidade de a corte simplesmente não julgar os chamados planos econômicos, se o novo ministro, Luiz Edson Fachin, se declarar impedido de analisar o tema. Isso porque o Supremo precisa de ao menos 8 ministros para julgar a questão, que é constitucional, mas 3 já se declararam impedidos. Fachin avisou que não decidiu se vai participar ou não do julgamento.

A avaliação de integrantes do tribunal é de que a corte pode deixar de julgar os planos econômicos se não tiver quórum para tanto. A justificativa seria de que a Justiça já atendeu poupadores com julgamentos nas instâncias inferiores. Ministros avaliam reservadamente, no entanto, que essa seria a pior solução possível. “Seria o suicídio do tribunal”, afirmou um interlocutor da corte ontem, ao Estado. Alguns integrantes acreditam que o tribunal precisaria achar uma alternativa para o impasse. 

Destaque ainda para a notícia de que o Bradesco e o BB acertaram uma parceria para usar tecnologia conjunta nos pagamentos pela internet e por meio de equipamentos móveis. Segundo executivos das instituições, o acordo, que pode mais adiante envolver outras instituições financeiras do país, inclui criar um padrão brasileiro para digitalização e uso de senha dos cartões, chamada ‘tokenização’

Marfrig (MRFG3, R$ 4,61, +2,44%)
As ações da Marfrig abriram em forte alta, chegando a atingir uma máxima 3,78%, mas diminuíram os ganhos. A companhia teve a sua recomendação elevada pelo JPMorgan para overweight (desempenho acima da média do mercado), com um preço-alvo de R$ 7,10, ante R$ 5,60. 

“O principal motivo é, na nossa visão, as diversas possibilidades de destravar valor, não só como IPO de Moy Park, mas também com os ativos de carne bovina e a Keystone. Estas oportunidades são positivas para reduzir a alavancagem para algo abaixo de 4 vezes a relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações)”, destacam os analistas do JP. 

Exportadoras
Em meio à queda da cotação do dólar, as empresas de papel e celulose, que possuem receita atrelada ao dólar, registram baixa nesta data. O destaque fica com a Klabin (KLBN11, R$ 17,96, -2,07%), Suzano (SUZB5, R$ 15,48, -0,96%) e Fibria (FIBR3, R$ 41,03, -0,53%).

Multiplan (MULT3, R$ 47,85, +2,24%)
A Multiplan registra a terceira alta em quatro dias após a companhia anunciar que pretende recomprar até 3,6 milhões de ações ordinárias em um ano.  

Hypermarcas (HYPE3, R$ 22,79, +2,43%)
De acordo com informações da revista Exame, a Hypermarcas tem 3 interessados para a sua divisão de fraldas. São elas, a chilena CMPC, a japonesa Unicharm e a americana Kimberly-Clark.

Ambev (ABEV3, R$ 18,64, -0,27%)
As ações da Ambev têm leve queda em meio à notícia de que o governo poderia alterar a tributação de refrigerantes produzidos na Zona Franca de Manaus para arrecadar entre R$ 2 a 2,5 bilhões a mais por ano, de acordo com o Valor Econômico. 

Segundo o jornal, o governo pretende reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 20% para 4% sobre os extratos e concentrados usados na produção de refrigerantes que sejam vendidos em outras regiões do Brasil. Com isso, diminui na mesma proporção o crédito fiscal obtido pelas empresas instaladas na Zona Franca. Além de reduzir o crédito fiscal, com a diminuição da alíquota do IPI, o governo deve proibir o seu uso para o abatimento de outros impostos.

“A possibilidade de redução destes benefícios para o setor seguramente é uma má notícia para a Ambev. Vale lembrar que a empresa detém 18,8% do mercado brasileiro de refrigerantes”, destaca a Planner Corretora. 

 

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.