Santander (SANB11) vai usar Pix para atrair cliente para segmento “free”

Novo segmento foi criado para buscar clientes massificados do varejo

Ana Paula Ribeiro

Santander

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O Santander Brasil lançou o “free”, que é um segmento voltado para clientes massificados no varejo, e vai utilizar a oferta de dez dias sem juros no cheque especial para atrair esse público. No entanto, esse benefício estará atrelado ao uso de uma chave Pix forte (CPF ou celular) na instituição.

“São elementos de diferenciação (dez dias sem juros e ausências de taxas). E temos as lojas como um elemento de conveniência. Com o “free” podemos trazer de volta o cliente que estava aqui, mas inativo. Temos 30 milhões de inativos, quase metade da nossa base. A gente quer recuperá-lo”, afirmou Mario Leão, presidente do Santander Brasil, em teleconferência com analistas.

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Essa conta para clientes massificados, também conhecido como baixa renda, irá ofertas cartão e saques ilimitados gratuitos.

O Santander reportou lucro líquido gerencial de R$ 3,021 bilhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), montante 41,2% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2023. O resultado superou expectativa média de R$ 2,89 bilhões apurada junto a analistas do setor, segundo dados da LSEG.

Sobre esse novo segmento, o free, o executivo afirmou que o banco precisou entender as necessidades desse cliente de menor reda. Lembrando que em 2021, os bancos concederam de forma geral muito crédito, acima da capacidade de absorção por esse público, o que gerou o aumento das taxas de inadimplência.

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“O amadurecimento nosso como gestão é entender melhor o contexto, entender a pouca elasticidade da baixa renda e a importância de ter ele transacionando dentro de cada, para ter uma chance melhor de usar aquela renda limitada”, explicou.

O foco principal, segundo Leão, é buscar os clientes inativos e aqueles que utilizam só um produto, como aquele que possui um financiamento de consumo, mas também há espaço para a conquista dos que estão em “mar aberto”.

“O cliente de baixa renda não precisa de algo exatamente novo, mas que seja simples e competitivo. Um set de produtos correto. Temos chance de ganhar esse jogo, de reativar ou ganhar clientes novos (o mar aberto)”, explicou.

O Santander Brasil, de acordo com o executivo, está com o seu apetite por risco inalterado. Uma busca maior por risco, na pessoa física, está atrelada ao aumento da renda disponível, até mais que a redução dos juros, que é mais relevante para a pessoa jurídica.

Ao final de março, essa carteira do financiamento ao consumo era de R$ 72,2 bilhões, crescimento de 7,6% ante igual período do ano passado. Nesse período, houve recuo da taxa de inadimplência. Na pessoa física como um todo, a queda foi de 1,4 ponto percentual, para 5,1% (atrasos acima de 90 dias).

“Continuamos com rigor na concessão, mas posicionados na base de clientes e estamos conseguindo crescer nas revendedoras”, disse nesta manhã.

De forma geral, o banco espera um crescimento da carteira de crédito total em linha ou um pouco acima do mercado, em especial nos negócios em que a instituição tem dedicado mais recursos, como o financiamento ao consumo e consignado. Já para o segmento de grandes empresas, o objetivo é focar nos clientes que possam entregar rentabilidade e qualidade de crédito.

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Investimentos

Leão informou que a capação por assessor financeiro no Santander AAA, plataforma de investimentos, chegou a R$ 3,7 milhões no primeiro trimestre, uma alta de 46% em relação ao igual período de 2023. Ao todo, são 1,5 mil assessores e o objetivo é chegar a 2 mil. A captação total ficou em R$ 5 bilhões, quase o dobro do registrado um ano antes.

“Chegamos a R$ 3,7 milhões de captação por assessor e sem dúvidas queremos crescer mais”, disse.

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O executivo afirmou ainda que o lançamento do Free, segmento destinado a clientes massificados, também deve contribuir para a captação de investimentos, embora de menores valores e prazos mais curtos.

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Sobre o banco de investimentos, Leão reconhece que esse segmento não foi tão pujante, com um melhor desempenho apenas no segmento de renda fixa. No entanto, a expectativa é de uma melhora dos outros negócios ao longo dos próximos meses.

“A renda variável e os M&A (fusões e aquisições) ficaram a desejar, mas esperamos uma melhora ao longo do ano”, disse durante teleconferência com analistas.