Santander e Pão de Açúcar disparam após balanços; Light cai mais de 5% com “pior opção” para a empresa

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (25)

Lara Rizério

(Bloomberg)

Santander Brasil (SANB11)

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O Santander Brasil, que abriu nesta quarta a temporada de divulgação de resultados dos grandes bancos no País, apresentou lucro líquido gerencial, que não considera ágio de aquisições passadas, de R$ 3,025 bilhões no segundo trimestre deste ano, cifra cerca de 30% maior que a registrada em idêntico período do ano passado, de R$ 2,335 bilhões. O resultado animou o mercado, levando à alta de ações de outros bancos como Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4). 

Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, quando ficou em R$ 2,859 bilhões, o desempenho da instituição foi 5,4% superior. Com o desempenho, o banco renovou o patamar recorde em termos de resultado apresentado no País. 

A carteira de crédito do Santander no Brasil fechou junho com salto total de R$ 368,245 bilhões, alta de 4,0% em relação ao término de março, quando estava em R$ 353,920 bilhões. Em um ano, quando estava em R$ 325,014 bilhões, foi registrado incremento de 13,3%. “Apesar do cenário macroeconômico em lenta recuperação, fomos capazes de apresentar um crescimento anual da carteira de crédito pelo sexto trimestre consecutivo, com indicadores de qualidade em patamares controlados. Isso impulsionou nossa margem de crédito, que somado à boa dinâmica de comissões, colaboraram para a expansão consistente de nossas receitas totais”, destaca o Santander, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.

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Ao final de junho, os ativos totais do banco alcançaram R$ 739,071 bilhões, com expansão de 13,2% em 12 meses. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, foi registrada elevação de 2,0%. O patrimônio líquido do Santander Brasil foi a R$ 62,529 bilhões no segundo trimestre, com aumento de 1,9% em relação ao primeiro e de 4,9% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) do banco, ajustado pelo ágio, era de 19,5% ao final de junho, acima dos 19,1%, registrados no primeiro trimestre, renovando, assim, o patamar recorde em termos de rentabilidade.

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Segundo o Itaú BBA, o resultado foi positivo, com o Santander Brasil divulgando lucros melhores do que o esperado, com forte crescimento de empréstimos, melhores margens e menores provisões. 

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Pão de Açúcar (PCAR4)

O Grupo Pão de Açúcar registrou um lucro líquido consolidado dos acionistas controladores das operações em continuidade de R$ 431 milhões no segundo trimestre deste ano, representando uma expansão de 169,9% em comparação com o resultado de R$ 160 milhões do mesmo período do ano passado.

Considerando as operações descontinuadas consolidadas, neste caso a Via Varejo que está em processo de venda, o lucro líquido GPA após a participação de acionistas não controladores, teria sido de R$ 47 milhões no segundo trimestre, o que representaria uma reversão das perdas de R$ 27 milhões frente mesmo intervalo do ano passado.

A empresa reportou também um lucro líquido consolidado dos acionistas controladores no período de R$ 153 milhões das operações em continuidade excluindo créditos tributários, revertendo o prejuízo de R$ 177 milhões neste critério de comparação.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado ajustado do GPA somou R$ 972 milhões, uma alta de 50,7%, com uma expansão de 2,3 pontos porcentuais na margem, que atingiu 8,3%. Excluindo os efeitos de créditos fiscais, o Ebitda somaria R$ 648 milhões, um incremento de 28,3%, com uma margem de 5,5% ante 4,7% de um ano antes.

Apenas no segmento alimentar, o lucro líquido dos acionistas controladores das operações continuadas atingiu R$ 462 milhões, representando uma expansão de 136,1%, ante os R$ 196 milhões de um ano antes. Excluindo créditos fiscais, o lucro teria sido de R$ 185 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 141 milhões na mesma base de comparação.

O Ebitda no alimentar atingiu R$ 1,003 bilhão, uma alta de 47,3%, com uma margem de 8,6%, ante 6,4% de um ano antes. Excluindo efeitos de créditos fiscais, o Ebitda somaria R$ 679 milhões, crescimento de 25,5%, com uma expansão de 0,7 ponto porcentual da margem Ebitda, que atingiu 5,8%.

A receita líquida consolidada no segundo trimestre somou R$ 11,730 bilhões, uma expansão de 10% ante igual intervalo do ano passado.

Os resultados foram mais fortes que o esperado segundo o Bradesco BBI,  com o negócio de Multivarejo sendo o grande destaque, com expansão de 90 pontos-base em margem EBITDA, resultado principalmente de investimentos em competitividade e controle de custos. O Assaí continua a entregar números fortes, com Ebitda em alta de 34% na base anual e expansão de 50 pontos-base em margens. “Mesmo negociando a 18 vezes o preço sobre lucro em 2018, vemos potencial para revisões de lucros se o momentum continuar forte”, afirmam os analistas. 

Telefônica Brasil (VIVT4)

O lucro líquido da Telefônica Brasil teve lucro líquido contábil de R$ 3,166 bilhões no segundo trimestre de 2018, 3,6 vezes superior na comparação com os R$ 872,9 milhões observados no segundo trimestre do ano passado. Esse número foi influenciado por um efeito não recorrente, o recebimento de R$ 1,830 bilhão referentes ao direito da exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS e Cofins, que estava em julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Excluindo o efeito não recorrente, o lucro líquido teria crescido 28,7% na comparação anual.

Já a receita operacional líquida subiu 1,2%, a R$ 10,823 bilhões, enquanto o  Ebitda da Telefônica teve alta de 47,5%, a R$ 5,203 bilhões. 

 Segundo o Credit Suisse, a Vivo registrou números fracos, apontando como principal destaque negativo a queda na receita com serviços móveis, 1% abaixo da expectativa de crescimento apontada pelo banco. 

Já o BTG Pactual destacou que o efeito não recorrente de R4 1,8 bilhão vai ter impacto caixa no futuro e de imediato já impacta o lucro contábil da Vivo, o que significa maiores dividendos esse ano (os analistas estimam um yield adicional de 2.8 pontos percentuais).

Fibria (FIBR3)

A Fibria registrou prejuízo líquido de R$ 210 milhões no segundo trimestre de 2018, valor 19% menor que o de R$ 259 milhões informado um ano antes. No primeiro trimestre, entretanto, a companhia obteve lucro líquido de R$ 615 milhões.

O Ebitda ajustado foi de R$ 2,499 bilhões, elevação de 133% na comparação anual, e de 37% em relação ao primeiro trimestre. A margem Ebitda pro-forma, que exclui a venda de celulose proveniente do contrato com a Klabin, passou de 55% em março para 58%. Em junho de 2017, essa margem estava em 45%.

Entre abril a junho, a receita líquida somou R$ 4,722 bilhões, alta de 70% frente ao mesmo intervalo de 2017, e de 28% na comparação com o trimestre anterior.

 Vale (VALE3) e Bradespar (BRAP4)

Enquanto a Vale tem um dia de leves perdas, a holding Bradespar registra queda bem mais expressiva. O jornal O Globo trouxe nova notícia sobre a disputa entre Eletron contra Bradespar e Litel. O jornal menciona que as empresas terão que pagar R$ 4 bilhões nos próximos 15 dias, mas que ainda pode ter recurso.

Segundo os analistas do Credit Suisse, a decisão e o timing são inesperados pelo mercado e podem pressionar as acoes. Por outro lado, o desconto de Bradespar para o NAV (Valor presente líquido) já está em 35%, comparado aos 22% de antes desse fluxo de notícias (começo de maio) e o desconto justo de 15%.

“Estimamos que o desconto atual está precificando um desembolso de R$ 3 bilhões. Se assumirmos um pagamento de R$ 2 bilhões, o desconto deveria ser de 26%”, afirmam os analistas.  

A Litel e a Bradespar informaram que ainda dispõem de recursos sobre a regularidade da sentença arbitral que dispôs sobre o direito objeto da execução; elas apontaram que está pendente um recurso interposto perante o Superior Tribunal de Justiça.

Cabe lembrar que a Vale divulgará os seus números do segundo trimestre de 2018 após o fechamento do mercado. 

Siderúrgicas

O IABr (Instituto Aço Brasil) reduziu suas estimativas para o ano, depois de uma série de impactos, como os provocados pela greve dos caminhoneiros em maio. A entidade acredita que a produção de aço bruto no Brasil deverá subir 4,3% para 35,8 milhões de toneladas, ante uma estimativa anterior de 8,6%.

Já as vendas internas de aço devem crescer 5% neste ano, para um volume de 17,7 milhões de toneladas. A projeção anterior previa um aumento de 6,6%.

Em relação às exportações, em volume, a estimativa atual é de queda de 0,6%, para 15,3 milhões de toneladas, ante uma previsão anterior de aumento de 10,7%. Em valores, contudo, tendo em vista a valorização do dólar, o aumento deverá ser de 18,3%, sendo que a projeção anterior era de um crescimento de 27,7%.

Mais cedo, o Valor Econômico noticiou que as siderúrgicas implementam aumento de 10-12% no preço de aços planos para a distribuição a partir desta sexta-feira. O anuncio busca consolidar o aumento da anunciado para Junho-Julho, de magnitude similar, do qual nossos contatos indicam que 30% foi implementado.

“Acreditamos na implementação do aumento e vem os espaço para mais uma rodada em Ago-Set, pois após o mesmo, ainda vemos o preço a desconto em relação ao material importado. Usiminas e CSN são as principais beneficiadas e devem reagir positivamente à implementação do aumento ao longo dos próximos meses”, destacam os analistas da XP Investimentos.

Ser Educacional (SEER3)

A Ser Educacional está em fase final de negociações para comprar a Unigranrio por cerca de R$ 500 mi, segundo reportagem do Valor, que cita duas pessoas próximas à transação.

Cemig (CMIG4) e Light (LIGT3)

Segundo o Valor Econômico, a Cemig avalia diversas alternativas para pagar a opção de venda (“put”) da Light em Novembro deste ano, que totaliza R$600 milhões, dos quais R$100 milhões estão provisionados. Dentre as alternativas, estuda-se pagar o restante da put com a venda da Cemig Telecom, o que consideramos factível dada nossa estimativa de arrecadação entre R$350 e R$400 milhões com o leilão, esperado para ocorrer em 8 de Agosto. No entanto, a Cemig ainda precisa evitar a estatização da Light com o aumento de sua participação para 52% versus os 49% atuais. Segundo a mesma notícia, Enel, GP Investimentos e Neoenergia já manifestaram interesse na Light, embora nenhuma proposta tenha sido formalizada.

“Ainda que a Cemig possa vender uma pequena parte de sua participação para evitar a estatização, vemos essa como a pior opção para a empresa dado o nível de desconto atual das ações da Light. Acreditamos que negociações para venda da subsidiária devam avançar após o leilão das distribuidoras da Eletrobras, que hoje concentra as atenções de possíveis compradores”, avalia a XP Investimentos.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.