Santander é alvo da Zelotes, diz jornal; Abilio alfineta ex-CEO do Carrefour e mais notícias no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (29)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Santander alvo da Zelotes, as críticas de Abílio Diniz à gestão anterior do Carrefour, a possibilidade da venda da Somos Educação para a Kroton, uma novidade sobre a Wiz e o noticiário sobre Vale e Petrobras são destaques desta sexta no noticiário corporativo. Confira no que se atentar:

Carrefour (CRFB3)

O empresário Abílio Diniz concedeu entrevista ao jornal Valor Econômico em que alfinetou a gestão anterior do Carrefour. Segundo Diniz, o grupo francês está no centro de um processo de mudança que deve colocá-lo em um novo rumo, fazendo dar um salto no negócio digital. “Eu disse no conselho [de administração] que nós temos que saber o tamanho da nossa ambição. Se nossa ambição é um pouco mais do mesmo ou melhor”, disse Abilio. A Península Participações, empresa da família Diniz, tem 12% das ações do grupo Carrefour no país e 8% no mundo.

Essa busca por mudanças exigiu a troca de comando mundial, com a saída, em julho, de Georges Plassat, e a entrada de Alexandre Bompard. Abilio diz que as dificuldades que a empresa passa têm relação direta com o ex-CEO, que resistia a certas transformações. “Para mudar a pessoa precisa querer e Plassat não queria”, diz. “Ele virou quase um mito no Carrefour. Ele pegou a empresa com a ação a €13 e levou a €26 e agora voltou a €17. Esse grande salto fez dele uma estrela, precisava ter cuidado para mexer”. Questionado pelo Valor sobre as falas de Diniz, Plassat não quis comentar as críticas, mas demonstrou irritação, segundo o jornal. 

Santander (SANB11)

De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o Santander Brasil  é investigado na Operação Zelotes. A denúncia é de que o banco contratou a Lupe Consultoria e Assessoria Ltda em 2013 com o propósito de identificar possíveis créditos tributários por compensações ou restituições não realizadas pelo Fisco. 

De acordo com a publicação, o banco teria recebido R$ 83 milhões em créditos em três processos graças à atuação ilegal do auditor Eduardo Cerqueira Leite, já é investigado em outras denúncias da Zelotes. Após ter vencido os casos, o banco teria pago R$ 5 milhões à Lupe a título de “taxa de sucesso”. O advogado de Cerqueira Leite nega a prática de qualquer ilegalidade, enquanto o Santander afirmou que abriu mão dos benefícios “tão logo foi alertado pela Receita” sobre as suspeitas de irregularidades nas atividades da Lupe. 

O banco diz ter sido criterioso ao contratar a consultoria. Também informa não ter autorizado a participação de terceiros nas atividades constantes no contrato. 

Já em nota enviada ao Valor, o Santander disse que o contrato com a Lupe foi firmado “seguindo critérios rígidos de compliance, que comprovaram a não existência, à época, de qualquer fato que desabonasse a empresa ou seus sócios”. De acordo com o banco, os honorários pagos corresponderam à média de mercado para serviços daquela natureza.

Wiz (WIZS3)

Atenção para uma notícia que deve mexer com a Wiz. A Caixa Seguridade e a CNP Assurances firmaram um memorando de entendimentos, não vinculante, para a formação de uma nova sociedade (Nova JV), que atuará nos ramos de seguro de vida, prestamista e previdência privada, com distribuição exclusiva na Caixa Econômica Federal. Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Caixa ressalta que um “novo veículo societário” será criado e que a exclusividade na distribuição vigorará de janeiro de 2018 até fevereiro de 2041. 

No âmbito do acordo entre as empresas, a CNP renunciará aos direitos de exclusividade da atual parceira entre as partes. A transação ainda está sujeita à negociação e assinatura de documentos definitivos, que passarão pelos órgãos de governança.

O imbróglio sobre o acordo entre a CNP e a Caixa Seguridade vem mexendo com as ações da Wiz nos últimos meses. A principal fonte de receita da Wiz é a venda de produtos de seguros da Caixa Seguradora (uma joint venture entre a francesa CNP Assurances e a Caixa) atrelados aos produtos financeiros da Caixa e os investidores da companhia temiam que o contrato de exclusividade não fosse renovado em 2021. 

Somos Educação (SEDU3) e Kroton (KROT3)

Controlada pela gestora Tarpon, a Somos Educação está mais perto de ser vendida e a Kroton é, novamente, vista como a principal candidata a compradora, segundo informa a Coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo.

A Somos, que tem editoras e colégios, quer novos recursos e vinha cogitando dois caminhos: o primeiro era a busca de um novo sócio para investimentos em expansão; o segundo, que hoje está mais perto de acontecer na visão do mercado, é a venda. O principal negócio da Kroton é o ensino superior, mas a companhia tem considerado a possibilidade de mirar aquisições no ensino básico, em especial depois que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) barrou a fusão com a Estácio.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras cortou em 2,1% o preço da gasolina e em 1,0% do diesel. Os preços são para as refinarias a partir de 30 de setembro, segundo informação no site da estatal.

Além disso, a estatal ampliou a confidencialidade para a venda no setor de fertilizantes. O prazo para assinatura de acordos de confidencialidade e demais declarações previstas para acessar as informações técnicas, legais e financeiras referentes ao processo de desinvestimento de 100% de participação na ANSA e na UFN-III será prorrogado para 13 de outubro de 2017, disse a estatal em comunicado ao mercado. A prorrogação de prazo acontece tendo em vista o interesse do mercado em participar do processo. 

Multiplus (MPLU3)

O Conselho da Multiplus aprovou uma maior disponibilidade de voos internacionais com a Latam, mas mantendo os dois programas de fidelidade da Latam ainda separados. Os clientes da Multiplus terão acesso irrestrito aos voos da Latam Brasil e Latam Chile. A companhia também terá o direito de ser operadora exclusiva no Brasil, Paraguai, México, EUA e Europa (enquanto Latampass ficará com outros países da América do Sul). De acordo com o fato relevante, a implementação das mudanças será concluída no primeiro semestre do ano que vem.

Segundo o BTG Pactual, do ponto de vista estratégico, o anúncio é positivo para a Multiplus, que busca defender sua participação de mercado (com maior disponibilidade internacional). “Apesar de muito cedo para afirmar isso, alguns investidores podem acreditar que esse é o primeiro passo para uma integração total entre Smiles e Multiplus no futuro”, apontam os analistas. 

Vale (VALE3)

A Vale concluiu o resgate de títulos com vencimento em 2019. Os títulos emitidos pela subsidiária Vale Overseas foram resgatados totalmente nesta quinta no valor total de principal de US$ 1 bi e realizou pagamento do montante do prêmio de acordo com termos da escritura de emissão, segundo comunicado divulgado pela Vale. A Vale também aceitou adquirir US$ 11,8 milhões em títulos com vencimento 2020; considerando também o valor ofertado antes da data de encerramento antecipada, total de títulos 2020 aceito pela Vale é de US$ 501,2 milhões. 

Embraer (EMBR3)

A Chorus Aviation anunciou nesta quinta-feira a aquisição de dois aviões Embraer 195 que estão atualmente arrendadas pela Azul, disse a nota da empresa canadense de aviação. Em outro comunicado, Chorus informou que uma subsidiária sua completou aquisição de aeronave 190 da Embraer, atualmente arrendada para a mexicana Aerolitoral. Os valores não foram revelados. 

Anima (ANIM3)

A base total de alunos das instituições de ensino mantidas pelas controladas da Anima é de 95,1 mil alunos, disse a empresa em comunicado ao mercado. No 2º semestre de 2017, 13,5 mil novos alunos foram matriculados em cursos de graduação, um crescimento de 34,8% em relação ao 2º semestre de 2017. Excluindo a aquisição da Una Uberlândia, consolidada a partir de outubro de 2016, crescimento foi de 31,3% comparado ao mesmo período do ano anterior. 

Tivit 

A CVM informou que a Tivit desistiu de oferta secundária de ações. A precificação da ação para o IPO seria definido nesta quinta-feira. 

BRF (BRFS3)

O Conselho da BRF aprovou o nome de Lorival Nogueira Luz Júnior para a diretoria financeira.

(Com Bloomberg e Agência Estado) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.