Santander Brasil vê lucro gerencial cair 41%, a R$ 2,13 bi; provisões para perdas saltam 111% na comparação anual

No semestre, o lucro líquido societário foi de R$ 5,8 bilhões, 14,7% menor frente o 1º semestre de 2019 (R$ 6,8 bilhões)

Equipe InfoMoney

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O Santander Brasil (SANB11) teve lucro líquido de R$ 2,0256 bilhões no 2º trimestre, queda de 46,3% na comparação com o primeiro trimestre, quando lucrou R$ 3,774 bilhões, e baixa de 40,76% em relação ao mesmo período do ano passado, quando registrou um lucro de R$ 3,41 bilhões.

Já o lucro líquido gerencial foi de R$ 2,136 bilhões no segundo trimestre, queda de 41,2% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 44,6% ante o primeiro trimestre.

No semestre, o lucro líquido societário foi de R$ 5,8 bilhões, 14,7% menor frente o 1º semestre de 2019 (R$ 6,8 bilhões).

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Já as despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) ficaram em R$ 6,534 bilhões, 90,8% superior na comparação com o trimestre anterior e de 111,3% em relação ao segundo trimestre de 2019. A companhia provisionou R$ 3,2 bilhões para potenciais perdas com empréstimos por causa da crise desencadeada pelo coronavírus.

Vale destacar que, no primeiro trimestre, o banco não havia aumentado suas provisões de forma significativa, alegando que já havia feito reforços e que esperaria para conhecer melhor os efeitos da crise.

Os analistas do Credit Suisse lembraram que o resultado do banco foi afetado pelas provisões extraordinárias e apontam que o balanço foi positivo, com destaque para a receita líquida de juros (NII).

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Já o BBI destacou que as receitas com tarifas vieram mais fracas que o esperado (a queda no comparativo anual foi de 11,9%) e chamaram a atenção para o resultado da margem financeira, que apresentou elevação.

“O maior ponto de interrogação refere-se à sustentabilidade do desempenho da margem financeira, já que a crescente inadimplência à frente poderia começar a pesar sobre a geração de receitas”, avaliaram os analistas do Bradesco BBI, em relatório a clientes.

Ativos totais

Após bater a marca histórica de R$ 1 trilhão em ativos no primeiro trimestre, o Santander abandonou-a em meio à crise. Ao fim de junho, os ativos totais do banco somavam R$ 987,679 bilhões, queda de 1,3% frente a março. Em um ano, contudo, cresceram 18,1%.

Com o reforço nas provisões por conta da pandemia, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do Santander Brasil também foi atingido. A rentabilidade do banco despencou de 22,3% no primeiro trimestre para 12,0% no segundo.

O patrimônio líquido do Santander era de R$ 72,455 bilhões no segundo trimestre, alta de 3,5% frente ao primeiro. Em um ano, cresceu 5,4%.

Ao contrário do que fazia há anos, o Santander não informou desta vez qual foi a parcela de participação dos países no lucro atribuível ao grupo, mas sim a participação por região. O Brasil tradicionalmente é o maior gerador de resultados do banco no mundo.

A América do Sul contribuiu com 45% do lucro da instituição na primeira metade de 2020 enquanto a atividade do banco na Europa foi responsável por 35% e a na América do Norte, por 20%.

Efeitos extraordinários

O reforço nas provisões fez o Santander Brasil divulgar um lucro desconsiderando tal movimento. Neste caso, o resultado gerencial líquido seria de R$ 3,896 bilhões no segundo trimestre, aumento de 1,1% ante os três meses anteriores. Em um ano, teria crescido 7,2%

Já lucro líquido societário, que considera o ágio de aquisições passadas, foi de R$ 2,025 bilhões no segundo trimestre, queda de 46,3% frente ao primeiro. Em um ano, quando ficou em R$ 3,410 bilhões, a queda foi de 40,61%.

Índice de Basileia

O índice de Basileia do Santander era de 14,41% no segundo trimestre deste ano ante 13,81% nos três meses anteriores. Em um ano, porém, diminuiu, considerando que estava em 16,2%. O indicador mede o quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital.

O Santander explica, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, que o índice de Basileia foi influenciado pelo aumento de 23,8% nos ativos ponderados pelo risco (RWA, na sigla em inglês) dado o crescimento da carteira de crédito no mesmo período e da alta no saldo dos créditos tributários.

O banco destaca ainda que seu índice de Basileia supera em 4,16 ponto porcentual a soma dos requerimentos mínimos do Patrimônio de Referência e Adicionais de Capital Principal. A exigência de capital é de 10,25%, sendo mínimo regulatório de 8,0% mais conservação de 1,25% mais adicional de importância sistêmica de 1%.

Fechamento de agências

O Santander Brasil fechou 50 agências no País e demitiu 844 funcionários durante o segundo trimestre, ápice da pandemia do novo coronavírus no Brasil. O banco assim como os rivais assumiu o compromisso de não desligar trabalhadores por conta da covid-19, aderindo, inclusive, ao abaixo assinado ‘Não Demita’.

No início de junho, as demissões feitas pelo Santander Brasil começaram a se tornar públicas diante da denúncia do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. O banco explicou, na ocasião, que o compromisso de não demitir havia terminado em maio.

O Santander Brasil encerrou junho com 46,348 mil funcionários no País ante 47,192 mil em março. Já a rede de agências físicas somava 2.209 unidades contra 2.259, respectivamente.

As despesas gerais do Santander Brasil, que incluem gastos administrativos e pessoais, totalizaram R$ 5,191 bilhões no segundo trimestre, queda de 1,9% frente ao primeiro. Em um ano, ficaram praticamente estáveis, com queda de 0,2%.

De acordo com o Santander, no semestre, o aumento das despesas gerais foi influenciado pelo maior gasto com processamento de dados para suportar a

transformação digital do banco, intensificada nos últimos meses em meio à pandemia, e o aumento das transações de autoatendimento.

O índice de eficiência do banco atingiu 35,7% no segundo trimestre, melhora de 1,5 ponto porcentual em três meses, atingindo o menor patamar histórico. O desempenho resulta, conforme o Santander, de uma “gestão diligente de gastos, comprometimento pela eficiência e produtividade”.

(Com Agência Estado)

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