Santander Brasil (SANB11) tem lucro gerencial de R$ 2,14 bi no 1º tri, queda anual de 46,6%

Banco teve novamente uma pressão sobre as margens, diante da alta da taxa Selic e migração da carteira de crédito para linhas mais conservadoras

Equipe InfoMoney

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O Santander Brasil (SANB11) registrou lucro líquido gerencial (que desconsidera o ágio de aquisições) de R$ 2,140 bilhões no primeiro trimestre deste ano, de acordo com números publicados nesta terça-feira (25). Em relação ao mesmo período do ano passado, houve queda de 46,6%, enquanto na comparação com o quarto trimestre de 2022, a variação foi positiva em 26,7%. O número, contudo, ficou acima das previsões do consenso Refinitiv, de R$ 1,83 bilhão.

O banco teve novamente uma pressão sobre as margens, diante da alta da taxa Selic e migração da carteira de crédito para linhas mais conservadoras. A provisão para possíveis perdas com inadimplência também voltou a pesar, e o conglomerado separou recursos adicionais.

O banco informou que o resultado bruto de créditos de liquidação duvidosa totalizou R$ 11 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 49,4% no trimestre e 138,5% no ano, “incrementado por um reforço de balanço de R$ 4,2 bilhões realizado no trimestre”.

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Líquido desse efeito, o resultado de créditos de liquidação duvidosa totalizou R$ 6,765 bilhões no 1T23, queda de 8,1% no trimestre e alta de 46,7% no ano, principalmente por conta do segmento pessoa física, dado o crescimento da carteira e mix. As receitas de recuperação de créditos baixados para prejuízo aumentaram 35,0% no trimestre e 26,2% no ano, atingindo R$ 934 milhões.

“A PDD (provisão para inadimplência) e o aumento do custo de crédito se mostram compatíveis com o momento, estando ainda pressionados por safras antigas”, afirmou o Santander Brasil no balanço.

A margem financeira bruta do banco, que reflete os ganhos com operações que rendem juros, foi de R$ 13,145 bilhões, baixa de 5,7% em um ano. Nas margens com clientes, o resultado foi de R$ 14,315 bilhões, crescimento de 3,3% no comparativo anual, e de 3,9% em três meses.

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Nesta linha, estão contabilizados os resultados com operações de crédito. O crescimento foi inferior ao da carteira ampliada, que atingiu R$ 586,353 bilhões, em uma alta de 12,3%, o que indica uma contração nas margens.

O Santander Brasil teve queda de 31,6% na margem financeira líquida nos três primeiros meses do ano sobre o mesmo período de 2022, mas uma evolução de quase 24% na comparação com o final do ano passado.

“Começamos 2023 com foco em fortalecer nosso balanço”, afirma o CEO do Santander Brasil, Mario Leão, no informe de resultados. “Nossa seletividade nas concessões, que temos adotado desde o final do quarto trimestre de 2021, prioriza produtos garantidos e consumidores com avaliação de crédito mais alta, permitindo um balanço de maior qualidade.”

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Na tesouraria, o Santander teve perda de R$ 1,170 bilhão, revertendo o ganho de R$ 84 milhões registrado um ano antes. O banco destaca, por outro lado, que o prejuízo foi 7,5% menor que o do quarto trimestre de 2022.

O Santander Brasil encerrou março deste ano com R$ 1,048 trilhão em ativos totais, número que representa alta 9,3% em um ano. No comparativo com o quarto trimestre de 2022, a variação foi positiva em 0,1%.

O patrimônio líquido, por sua vez, aumentou 4,7% em um ano, para R$ 81,445 bilhões, de acordo com o banco.

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Como resultado, o retorno sobre o patrimônio líquido do Santander caiu 10,1 pontos percentuais em um ano, para 10,6%. Em relação ao quarto trimestre de 2022, houve alta de 2,2 pontos percentuais, diante do lucro mais elevado e de provisões menores contra a inadimplência.

O índice de inadimplência acima de 90 dias encerrou março em 3,2% ante 2,9% um ano antes e 3,1% no quarto trimestre do ano passado. A inadimplência de curto prazo também cresceu, saindo de 4,2% no primeiro trimestre de 2022 para 4,5% agora.

O banco elevou a carteira de crédito ampliada em 12,3% no primeiro trimestre sobre um ano antes, para R$ 586,35 bilhões, impulsionada pela linha de grandes empresas, que evoluiu 18,9%. Na pessoa física, a carteira cresceu 8,4%.

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(com Reuters e Estadão Conteúdo)