Sanepar (SAPR11), Cemig (CMIG4), Sabesp (SBSP3) e mais estatais estaduais disparam com “efeito Copel”

Outras notícias também agitam empresas: Citi elevou preço-alvo de Sabesp; Cemig vai ampliar investimentos em energia solar

Mitchel Diniz

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Maior alta do Ibovespa nos negócios desta segunda-feira (21), a Copel (CPLE6) teve efeito sobre outras estatais estaduais listas na Bolsa brasileira hoje. Cemig (CMIG4) fechou entre as maiores altas do índice, subindo 7,45%, a R$ 11,11. Sabesp (SBSP3) também passou o dia entre os maiores ganhos do Ibovespa e fechou em alta de 7,59%, a R$ 59,40.

Fora do índice, a também paranaense Sanepar (SAPR11), como a Copel, fechou em alta de 14,9%. A empresa de saneamento Copasa (CSMG3) subiu 5,91% no fechamento, a R$ 15,53.

A Copel informou hoje que recebeu do governo do Paraná, seu controlador, um comunicado sobre a intenção do estado de transformar a elétrica em companhia de capital disperso, sem acionista controlador.

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Segundo o comunicado, a ideia é que o governo paranaense permaneça com 15% do capital social total da elétrica, e de 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações com direito a voto.

A transformação da Copel em uma “corporation” se daria através de oferta pública secundária de ações e/ou units, conforme plano do governo paranaense.

Assim, o mercado, simpático a privatizações, também deu destaque positivo a outras estatais estaduais hoje, na esteira da Copel.

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“O mercado parece estar precificando um caminho parecido nessas empresas”, afirma Felipe Cima, Operador de Renda Variável da Manchester Investimentos.

“Fica claro o quanto o mercado vê ineficiências operacionais nessas empresas que são decorrentes da posição governamental nessas companhias”, complementa. “O que se aprendeu nesses últimos anos é que o mercado é um alocador mais eficiente que o Estado”.

Cabe destacar também que, no radar das empresas, tanto Cemig quanto Sabesp também têm suas próprias notícias a serem precificadas na sessão desta segunda-feira. Confira abaixo:

Sabesp: Citi eleva preço-alvo e recomendação da estatal paulista

O Citi começou a semana dando um upgrade nas avaliações sobre o papel SBSP3. A melhora está relacionada a perspectivas sobre a gestão de Tarcísio de Freitas, eleito governador de São Paulo em segundo turno.

“O governador eleito apoiou a privatização da companhia ao longo de sua campanha e achamos que ele deverá colocar isso em prática mais adiante”, escreveram os analistas Antônio Junqueira e Guilherme Bosso.

“O catalisador mais relevante, em nossa visão, será a escolha de uma diretoria alinhada com o objetivo de privatizar a companhia”.

O Citi também menciona que o marco legal do saneamento poderá ser benéfico para a operação e diz ainda que a Sabesp tem potencial para ser um dos principais players do setor.

Por enquanto, segundo os analistas, a estatal continua apresentando resultados abaixo do Ebitda regulatório – caso essa diferença seja eliminada, os papéis poderiam chegar a R$ 108.

O Citi reiterou recomendação de compra para SBSP3, mas elevou seu preço-alvo de R$ 55 para R$ 70. O potencial de alta é de 26,7% em relação ao fechamento da última sexta-feira (18).

Cemig: subsidiária vai aumentar investimentos em energia Solar

De acordo com o Estadão, a Cemig se prepara para investir R$ 500 milhões em energia solar por meio de sua subsidiária Cemig SIM. Os recursos vão ser utilizados na construção de 20 usinas fotovoltaicas. De acordo com a reportagem, elas serão implantadas em 15 municípios de Minas Gerais, adicionando 70 MWp (megawatts-pico)  ao portfólio da empresa.

Além de a avançar em um modelo de transição energética, a Cemig também se beneficiaria compensando parte da perdas de clientes da distribuidora para geração distribuída.

Em termos de privatização, a situação de Minas Gerais é um pouco diferente da de São Paulo. Apesar do governador Romeu Zema (Novo) ter sido reeleito no primeiro turno, a alienação de uma empresa estatal no estado necessita ser aprovada por três quintos dos votos da Assembleia Legislativa e em um referendo popular.

A opção de alterar a Constituição do Estado também exigiria uma maioria de três quintos dos votos.

“A impressão que me dá é que a privatização pode sair tanto no Paraná quanto em São Paulo. Em Minas Gerais, me parece mais difícil”, disse João Abdouni, analista da Inv.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados