Rio de Janeiro não desistiu de comprar Bitcoin para o Tesouro, afirma Prefeitura

Capital carioca se mostra disposta a comprar BTC diretamente, mas afirma que movimento precisa ser mais estudado

Paulo Barros

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A Prefeitura do Rio de Janeiro desmentiu rumores de que teria desistido de comprar Bitcoin (BTC) como estratégia de diversificação do Tesouro Municipal. Ao InfoMoney, a prefeitura disse que “não perdeu o interesse em acumular criptomoedas”, mas ressaltou que “esse movimento precisa ser estudado com atenção”.

Os rumores de que o Rio teria abandonado a ideia de comprar Bitcoin começaram na sexta-feira (25), quando a cidade confirmou que cidadãos poderão pagar o IPTU com criptos a partir do ano que vem, mas evitou mencionar o investimento direto em BTC.

A compra de Bitcoin foi mencionada pela primeira vez em janeiro, quando a capital carioca anunciou um plano para impulsionar o uso de ativos digitais. Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes (PSD-RJ) disse que o Rio investiria 1% do Tesouro em criptomoedas.

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A medida faria o Rio acompanhar cidades como Miami, que tem BTC nas suas reservas e é confessadamente a principal inspiração de Paes na empreitada. O prefeito de Miami, Francis Suarez, esteve presente no evento de lançamento da iniciativa carioca.

A adoção de Bitcoin por uma cidade no Brasil, no entanto, parece enfrentar mais barreiras jurídicas do que nos Estados Unidos.

“Neste primeiro momento, o município criou o Comitê Municipal de Criptoinvestimentos (CMCI), que trabalha em uma metodologia de investimento em cripto, estruturada em análise de risco e rentabilidade, considerando regras e limitações da administração no uso do dinheiro público”, afirmou a prefeitura em nota.

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Até então o principal porta-voz das iniciativas relacionadas a ativos digitais do município, o ex-secretário de inovação Chicão Bulhões (Novo-RJ) deixou o cargo para disputar as eleições deste ano.

Segundo a prefeitura, o grupo de trabalho criado para tratar do tema é chefiado por Rodrigo Stallone, ex-chefe de gabinete de Bulhões e atual CEO da agência promoção de investimentos Invest Rio.

Um dos objetivos do projeto é transformar o Rio de Janeiro em um polo de inovação de blockchain. Além de iniciativas próprias, a cidade natal de fundadores de empresas como Hashdex e Transfero aposta na chegada de mais companhias do setor.

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Uma delas será a Binance. No último sábado (26), o CEO da maior corretora de criptos do mundo, Changpeng Zhao, afirmou que a empresa abrirá um escritório no Rio. A promessa havia sido feita diretamente a Paes em encontro realizado dias antes, durante visita recente do executivo ao Brasil.

“Há 9 dias, fiz um acordo de aperto de mão com o prefeito Eduardo Paes. O Rio de Janeiro aceitará criptomoedas para pagamentos de impostos e a Binance abrirá um escritório no Rio. Ele já fez sua parte. Estamos trabalhando na nossa”, afirmou em publicação no Twitter.

Pagamento de IPTU com criptomoedas

Moradores do Rio de Janeiro poderão pagar o IPTU com criptomoedas a partir de 2023, na primeira iniciativa do tipo adotada por uma cidade brasileira.

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Segundo a prefeitura, uma empresa ainda a ser contratada será responsável pela conversão das criptos para reais no ato do pagamento, de modo que o município seguirá recebendo os repasses em moeda convencional.

Ainda não se sabe quais criptomoedas serão aceitas. De acordo com a prefeitura, a ideia, em princípio, é oferecer suporte para as criptos mais estabelecidas e com maior volume de negociações.

A capital carioca também anunciou planos para lançar NFTs como meio de estimular as artes, a cultura e o turismo, mas não especificou detalhes do projeto, incluindo uma possível data de lançamento.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos