JPMorgan e Morgan Stanley têm resultados decepcionantes no 2º tri e reforçam tom pessimista dos mercados

Bancos americanos veem lucro cair com aumento de provisões, enquanto receitas são afetadas com recuo do volume de transações

Equipe InfoMoney

Bancos iniciam temporada de balanços nos EUA

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Os primeiros dados divulgados pelos grandes bancos americanos na temporada de balanços do segundo trimestre de 2022  já deram o tom do que deve ser um período de resultados marcado por forte cautela em meio às preocupações sobre uma possível recessão.

O JPMorgan (JPMC34) divulgou nesta quinta-feira uma queda de 28% no lucro do segundo trimestre, para US$ 8,65 bilhões, resultado pior do que o esperado por analistas, à medida que o maior banco dos Estados Unidos reservou mais dinheiro para cobrir potenciais perdas com empréstimos diante dos crescentes riscos de recessão econômica.

O lucro por ação do maior banco dos EUA entre abril e junho foi de US$ 2,76, abaixo do consenso de analistas consultados pela FactSet, de US$ 2,89. Já a receita do JPMorgan atingiu US$ 30,72 bilhões no segundo trimestre, ante US$ 30,48 bilhões no mesmo intervalo de 2021. O resultado, porém, também ficou abaixo da projeção da FactSet, de US$ 31,81 bilhões.

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O banco registrou US$ 1,1 bilhão em provisões para perdas com crédito, número que se compara com os US$ 3 bilhões  liberados em reservas pela instituição no ano passado.

Os quatro maiores bancos dos EUA, aponta a Reuters, devem registrar US$ 3,5 bilhões em provisões para perdas no trimestre, enquanto se preparam para uma forte desaceleração econômica, uma vez que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, aumenta agressivamente as taxas de juros para controlar a inflação.

O presidente-executivo do JPMorgan, Jamie Dimon, sinalizou uma série de preocupações, incluindo tensão geopolítica, elevada inflação, diminuição da confiança do consumidor e um aperto quantitativo “nunca antes visto” à medida que crescem as ameaças ao crescimento econômico global.

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Nos EUA, no entanto, a economia continua a crescer e tanto o mercado de trabalho quanto os gastos do consumidor permanecem saudáveis, disse Dimon.

O JPMorgan também suspendeu temporariamente recompra de ações para reforçar ainda mais seus níveis de capital.

A receita do JPMorgan com a unidade de banco de investimento caiu 61%, para US$ 1,4 bilhão, prejudicada principalmente por comissões mais baixas com assessoria de transações e ofertas de ações e de títulos de dívida.

A invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro e os temores de uma recessão econômica derrubaram a atividade de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) em 2022. O valor dos negócios anunciados globalmente no segundo trimestre caiu 25,5% ano a ano, para 1 trilhão de dólares, de acordo com os dados da Dealogic.

Morgan Stanley também decepciona

Na sequência, o Morgan Stanley (MSBR34) também divulgou os seus números com um lucro abaixo das estimativas pela primeira vez em nove trimestres. A sua unidade de banco de investimento teve dificuldades para lidar com uma queda nas transações corporativas em todo o mundo.

O banco teve lucro de US$ 2,4 bilhões, ou  US$ 1,39 por ação, no trimestre encerrado em 30 de junho, uma queda de 29,4% em comparação com US$ 3,4 bilhões de dólares, ou US$ 1,85 por ação, um ano antes. Analistas, em média, esperavam um lucro de US$ 1,53 por ação, segundo dados compilados pela Refinitiv.

A receita com banco de investimentos do Morgan Stanley caiu 55%, para US$ 1,1 bilhão, sendo que a receita com comissões em assessoria de transações cedeu 10%. Os faturamentos com subscrição de ações e de renda fixa caíram 86% e 49%, respectivamente.

O negócio de gestão de patrimônio (wealth management) do Morgan Stanley, que é visto como uma fonte durável de receita, fez pouco no trimestre para compensar o recuo no volume de transações. A receita da unidade caiu 6% e contribuiu para um recuo de 11% na receita líquida do banco (para US$ 13,13 bilhões) e para a redução de cerca de 30% no lucro.

O banco também disse que teve uma despesa de US$ 200 milhões por causa de uma questão regulatória ligada ao uso de dispositivos pessoais não aprovados e requisitos de manutenção de registros.

Poucos minutos antes de Wall Street abrir, os papéis do JPMorgan caíam 3,14%, a US$ 108,40, na Bolsa de Nova York, enquanto que os do Morgan tinham perdas menores, de 0,92%, a US$ 74,29. Já por volta das 11h20 (horário de Brasília), as perdas eram maiores, de 4,33% (US$ 107,06) para a ação do JP e de 2,05% (US$ 73,44) para o do Morgan.

Outros grandes bancos dos EUA, incluindo Citigroup e Wells Fargo  divulgam resultados esta semana, enquanto Goldman Sachs e Bank of America publicam seus números semana que vem, podendo dar mais indicações sobre as preocupações das grandes instituições com a economia e o impacto já nos resultados.

(com Reuters)

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