Positivo (POSI3) tem alta de 75,6% no lucro do 2º trimestre, para R$ 90,5 milhões, e aumenta ‘guidance’ de receitas

Companhia reduziu exposição ao varejo, segmento impactado por juros altos; vendas para empresas e governos lideraram receitas no período

Mitchel Diniz

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O lucro líquido ajustado da Positivo (POSI3) atingiu R$ 90,489 milhões no segundo trimestre de 2022, cifra 75,6% maior que a do mesmo período do ano passado. A empresa desenvolvedora e fabricante de tecnologia informou que o crescimento foi resultado de uma estratégia de diversificação que impactou, positivamente, outras linhas do balanço.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) da companhia cresceu 67,9% na comparação anual, para R$ 185,363 milhões. A receita líquida mais que dobrou entre os períodos, para R$ 1,63 bilhão (+107,5%).

O segmento comercial, voltado a empresas, instituições públicas e soluções de pagamento foi o carro chefe do faturamento da companhia no período. A receita bruta da divisão foi de R$ 1,14 bilhão, um crescimento de 167% em relação ao segundo trimestre de 2021. A unidade de negócios de instituições públicas faturou R$ 569,9 milhões (+141%, na comparação anual), enquanto as vendas para grandes empresas (unidade de negócios corporativos) teve receita bruta de R$ 568,8 milhões.

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Por outro lado, a empresa reduziu a exposição que tinha ao varejo, principal fonte de receita da Positivo um ano atrás. No segundo trimestre, o faturamento desse segmento caiu 27% para R$ 375,7 milhões, mas em ritmo menor do que no período imediatamente anterior.

“Com as taxas de juros elevadas, as pessoas não estão comprando tanto bens duráveis. Os varejistas viraram o ano mais estocados e não puxaram compras. Eles começaram a se recuperar no segundo trimestre [em relação ao primeiro], mas de forma gradual. A venda está reprimida mesmo”, afirmou Caio Moraes, vice-presidente de finanças e relações com investidores da Positivo.  Ele acredita em uma recuperação do consumo ao longo do ano.

Custos mais que dobraram

A margem Ebitda (Ebitda sobre receita) recorrente da empresa recuou 1,6 ponto percentual, para 11,4%. A margem líquida caiu de 6,6% para 5,5%.

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Os custos dos produtos e serviços da Positivo cresceram 124,1% no segundo trimestre em relação a um ano antes para R$ 1,304 bilhão. Contudo, o CFO afirma que a empresa está conseguindo fazer repasses. “Nós precificamos nos produtos o custo de matéria-prima e de financiamento, pois somos uma empresa de capital de giro, que precisa comprar muito insumo e em dólar”, afirma.

Por outro lado, Moraes explica que alguns componentes já estão sendo adquiridos por valores de antes da pandemia. Ele diz que hoje já não há uma pressão cambial tão forte e que a oferta dos insumos está bem melhor do que no ano passado. “Nós compramos basicamente na China continental, em Shenzen, e em Taiwan. Este ano, com a normalização dos custos de componentes, estamos conseguindo entregar”, afirma.

Empresa revisou guidance de receita bruta

Junto com os resultados, a Positivo apresentou uma nova previsão de receita bruta para o ano de 2022. Agora, a empresa prevê faturamento entre R$ 5,5 bilhões e R$ 6,5 bilhões (antes estava calibrado entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões). “A segunda metade do ano em geral é um pouco mais forte que a primeira. Este ano pode ser que tenha mais equilíbrio, mas o segundo semestre está bastante forte”, diz o CFO da companhia.

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As perspectivas de crescimento mais forte estão ancoradas, por um lado, em vendas ao setor público em um ano de eleição. A Positivo venceu licitação para fornecer 225 mil urnas eletrônicas para o pleito deste ano. No primeiro semestre, a empresa teve faturamento de R$ 836,4 milhões com as urnas, sendo R$ 406,4 milhões entre abril e junho deste ano.

A unidade de negócios com instituições públicas já tem mais de R$ 2 bilhões de receita prevista para o ano decorrente de licitações já ganhas. A Positivo também vai fornecer 176 mil urnas para eleições de 2024 e a entrega do projeto deve gerar receita bruta de R$ 1,1 bilhão para a empresa, a ser faturado ao longo de 2023.

“Além disso, a parte de soluções de pagamento veio bem mais forte do que no ano passado e essa tendência deve continuar ao longo do ano”, explica Moraes. As receitas com soluções de pagamentos saltaram de R$ 1,8 milhões no primeiro semestre de 2021 para R$ 131,07 milhões entre janeiro e junho deste ano.

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Nesse segmento, a Positivo já não tem mais contrato de exclusividade com Cielo, e passou a vender para Stone, Magazine Luiza e outros adquirentes. “Quando você cresce o parque de maquininhas, você começa a oferecer mais serviços”, complementa o CFO.

guidance mais robusto também conta com um maior demanda de hardware as a service no segmento comercial e uma maior penetração do smartphone da Positivo, o Infinix, com uma perspectiva de melhora no varejo. Além de uma maior receita com fornecimento de servidores, impulsionada por um contrato de R$ 239 milhões, firmado este ano, para o desenvolvimento de um supercomputador.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados