IRB (IRBR3) registra prejuízo de R$ 298,7 milhões no 3º trimestre de 2022, aumento de 92% na comparação anual

Nos primeiros nove meses de 2022 o prejuízo líquido totalizou R$ 591,6 milhões, 89,74% maior na base anual

Equipe InfoMoney

IRB (Foto: Divulgação)

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O IRB Brasil RE (IRBR3) teve prejuízo líquido de R$ 298,7 milhões no terceiro trimestre de 2022 (3T22), salto de 91,84% frente as perdas de R$ 155,7 milhões no mesmo período de 2021. O resultado da resseguradora no 3T22 foi negativamente impactado pelos efeitos climáticos que afetaram os contratos de riscos rurais e pela Covid na linha de vida.
Nos primeiros nove meses de 2022 o prejuízo líquido totalizou R$ 591,6 milhões, 89,74% maior comparado a um prejuízo de R$ 311,8 milhões no mesmo período de 2021.

“O efeito das variações climáticas no agronegócio, que gerou quebra de safra e resultou em perdas significativas para os
produtores rurais e, consequentemente, para as seguradoras e resseguradoras, ainda impactou nosso resultado do
terceiro trimestre. Esse efeito relevante elevou a sinistralidade a níveis não esperados pela companhia, que já esperava
colher de maneira mais significativa nesse trimestre os resultados da estratégia de re-underwriting  [de limpeza do balanço] iniciada em 2020”, afirmou a companhia em seu release de resultados.

A resseguradora apontou acreditar “que o momento de inflexão de resultados tenha se deslocado no tempo, mas que todas as ações foram tomadas corretamente para que a companhia opere com rentabilidade no médio prazo”.

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No 3T22 o caixa consumido pelas operações totalizou R$ 789,5 milhões, comparado a uma geração de caixa de R$ 604,8
milhões no 3T21.

“O consumo de caixa nesse trimestre deu-se, principalmente, pelo menor volume de prêmios, decorrente dos ajustes na política de subscrição, e pelo maior pagamento de sinistros, com destaque para os adiantamentos contratuais feitos à seguradoras no segmento rural, lembrando que os recursos do aumento de capital, de R$1,2 bilhão, entram como atividade de financiamento e não estão considerados no fluxo das operações da companhia”, apontou no documento de resultados.

O sinistro retido total foi de R$ 1,3871 bilhão, uma redução de R$ 605,2 milhões (ou 30,4%) em relação ao 3T21.Em relação ao 2T22, houve redução nominal de R$ 276,6 milhões, uma queda de 16,6%. O índice de sinistralidade total no 3T22 foi de 116,8%, apresentando uma redução de 2,4 ponto percentual (p.p.) ante o mesmo trimestre do ano anterior, de 119,3%. Se excluir o efeito da operação de LPT (Transferência de Carteira de Perdas) e dos efeitos climáticos, o índice de sinistralidade normalizado atingiria 91,3%, destacou.

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Segundo a companhia, impactou a linha do resultado o aumento da sinistralidade decorrente dos contratos de agro doméstico, subscritos em 2021, em razão das condições climáticas adversas que afetaram importantes regiões produtoras do Brasil.

Além do efeito do agro, houve elevação da sinistralidade de negócios no exterior, notadamente no segmento de Vida, decorrente de contrato plurianual existente no Peru, em montante acima do previsto em razão da cauda do Covid-19. Como parte da estratégia de re-underwriting, o contrato não será renovado, informou. Houve também o registro da prestação de contas de contrato anual de retrocessão aceita de grande resseguradora que gerou resultado negativo em patamares superiores às estimativas da empresa.

No trimestre, o volume total de prêmios emitidos pelo IRB apresentou redução de 7,5% em relação ao 3T21, alcançando R$ 2,4124 bilhões, comparados a R$ 2,6077 bilhões no mesmo período do ano anterior.

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O prêmio emitido no Brasil totalizou R$ 1,738,9 bilhão no 3T22, com decréscimo de 3,0% em relação ao mesmo período
de 2021, principalmente em razão da saída, no segmento rural, de alguns negócios não alinhados com as condições vigentes e com o apetite a riscos.

Suficiência regulatória

O IRB informou ainda ter alcançado a suficiência de capital regulatório em dois indicadores o qual estava desenquadrado pelas normas do regulador Susep, o que levou à capitalização de R$ 1,2 bilhão ocorrida por meio de oferta subsequente de ações em setembro.

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O ressegurador destacou que, “em 30 de setembro de 2022, a suficiência do patrimônio líquido ajustado em relação ao capital mínimo requerido no montante atingiu R$ 153,6 milhões”. Assim, o patrimônio líquido ajustado correspondia a 109% do capital mínimo requerido na data.

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A companhia também informou ter apresentado suficiência de R$ 325,9 milhões no enquadramento da cobertura de provisões técnicas e liquidez regulatória, em comparação ao saldo positivo de R$ 235,5 milhões em 31 de dezembro de
2021,